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Sr. Presidente, eu concluo votondo contra o contracto que o Governo veio offerecer á approvação tia Camará, porque vejo que não é preciso conceder privilégios, nem que o Governo peça a uma companhia que estabeleça caixas económicas, quando ellas já estão estabelecidas, e acreditadas, e muito principalmente, porque e um facto que já e do domínio da Camará a proposta de uma companhia que se offerece a fazer sem privilégios, e sem encargos nenhuns para o Governo o mesmo que a Companhia .Confiança quer fazer com os privilégios, que se nos pedem : e se a Camará ha de passar pelo dissabor, e mesmo peia deshonra de ver na Camará dos Digros Pares reprovada a proposta que o Governo faz para o estabelecimento das caixas económicas, do mesmo modo que já teve a deshonra de ser petirado na Camarás dos Dignos Pares o contracto d'uma empresa , porque aqui senão meditou bem até onde chegavam os inconvenientes deste contracto, eu entendo, que a Camará faria um grande serviço ao paiz, e ao mesmo Governo se negasse a sua approvação a esse contracto.

O Sr. Presidente : — Primeiro que tudo tenho a dizer ao Sr. Deputado, que a referencia á opinião da outra Camará, é de certo modo querer prevmir o juito, e influir nas decisões desta. E também um procedimento que não pode ser admissível, e não ha regimento de Parlamento algum em que seja permiuido apiesentur-se em uma Camará o que se passa na outra.

O Sr. Lopes Branco: — Os Deputados, que combatem urna medida, podem usar de todos os argumentos , e eu não sei, que seja proliibido o apresentar factos da outra Casa.

O Sr. Presidente: — Toda a vez, que os Srs. Deputados disserem — que ha deshonra em se ver rejeitar pela outra Camará alguma proposta, que lhe tenha sido d'aqui dirigida—^-eu hei de ehama-los á ordem; porque não e possível por esse facto vir-deshonra a ninguém : assim coiuo nào é possível fazer allegaçôes com o que se passa na outra Camará. .

O Sr. Lopes Branco: — E tão possível apresentar para allegação o que se passa na outra Camará, como é possível o fazer-se da parte da outra Camará a respeito desta. Demais eu fallei de um objecto já passado: eu fallei do contracto sobre a limpeza da barra do Porto, o qual a outra Camará não rejeitou , e só mandou retirar da discussão até chegarem as informações da camará municipal do Porto e da associação mercantil, que o Governo, entretanto, mandara pedir: d? pois duque houve com effeito uma decisão , mas decisão originada de a Camará ter sobre-eslado no negocio, em quanto a camará municipal e associação não dessem a sua opinião. K isto è, que eu não queria, que tornasse a acontecer a respeito do assumpto actual.

O Sr, Presidente: — Eu não posso consentir que se diga — que as deliberações da outra deshonram a esta Camará: isto não e frase parlamentar, nem se apresenta em regimento algum a permissão de fazer referencia ás deliberações da outra Casa. Cada uma das Camarás voto sobre qualquer negocio da maneira, que entende ser melhor para o bem do Paiz ; por conseguinte nem as decisões desta Ca-roara deshonram a outra, nem as decisões da outra Cornara de^honraiii a esta. (apoiados) Ambas el-SESSÃO N<_ p='p' _1.='_1.'>

Ias obram para o bem do Estado: e sobre isto e% quo eu chamo o Sr. Deputado á ordem.

O Sr. Lopes Branco: — Mas eu peço a V. Ex.a licença para dar uma explicação.

O Sr. Presidente: — Então eu o inscrevo pára dar a explicação.

O Sr. Lopes Branco: — Eu queria explicar-rne agora mesmo.

O Sr. Presidente:-^- Agora não; ha de ser na hora própria.

O Sr. Lopes Branco: — Eu peço a palavra para agora, porque não posso deixar de fallur a respeito da deshonra.. .

O Sr. Presidente: — Não posso dar-lhe a palavra.

(Differentes vozes do lado esquerdo: — Dá-lha a Camará.)

(Differentes vozes do lado direito: —A. Camará não lha pôde dar.)

O Sr. Presidente:—Quem tem a palavra e' o Sr. Rebello Cabral , e está em pé.

O Sr. Lopes Branco:—Eu peço a V. Ex.a me dê licença para me explicar sobre o stygma , que V. Ex.a me lançou.

O Sr. Presidente: — Não dou licença; não lhe dou a palavra; quem atem é o Sr. Rebello Cabral. Chamo o Sr. Deputado á ordem.

O Sr. Silva Sanches: —A palavra sobre a ordem, Sr. Presidente. — (confusão)

O Sr. Lopes Branco:—Eu insto porque V. Ex.* mo dê a palavra para me explicar agora.

f/-'osses: —- O Sr. Deputado ainda não linha acabado o seu discurso.)

O Sr. Presidente:—Eu não lhe dou a palavra agora ; e o Sr. Deputado tanto linha já acabado o seu discurso, que ale'já estava sentado, (apoiados geraes)

O Sr. Stlva Sanches:-^Sr. Presidente, eu pedi a palavra sobre a ordem, porque quero fallar sobre este incidente.

O Sr. Rebello Cabral:—- Eu quero usar da minha palavra.

O Sr. Presidente; — O Sr. Rebello Cabral tem a palavra, pôde fallar, mas o Sr. Silva Sanches não a tem.

O Sr. Silva Cabral:—Eu chamo á ordem o Sr. Deputado.

O Sr. Silva Sanches: — O Sr. Deputado falia comigo ?

O Sr. Silva Cabral: — Fallo, sim senhor, e chamo o Sr. Deputado á ordem, porque o regimento rno pcriuitte.

O Sr. Silva Sanches:*-- Ah ! E comigo; ora deí-xe-se disso.

O Sr. Silva Cabral:—Eu chamo o Sr. Deputado á ordem.

O Sr. Silva Sanches: — E eu não faço caso do seu chamamento.

Diferentes vozes do lado direito: — Ordem, ordem , ordem.

O Sr. Presidente:—Eu charno o Sr. Deputado á ordem, e quando não queira obedecer, levanto a Sessão, (apoiados repetidos)