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sistisse n'essa materia; muito melhor seria, e esperava eu que se não désse logar a suspeitas;( eu não as tenho) mas que o Ministerio dissesse:" fizeram-se as indagações necessarias e possiveis eis aqui o resultado." Todos nós sabemos que com os emigrados se gastou muito dinheiro, é verdade que bem gasto; porque gastou-se em objectos, cuja conveniencia ninguem ignora; mas não sei se isto aconteceu em todas as administrações, e se os administradores poderão legitimar tudo que fizeram. Ora agora quando eu digo que não sei se poderão legitimar o que fizeram, não quero dizer que roubassem; porque uma das cousas que eu tinha no sentido, quando duvidei da legalidade d'essas contas, consistia n'um acto que se praticou com um certo individuo, que não quiz prestar um juramento que por lá fizeram assinar, mas este homem disse, que não tinha obrigação de jurar, ou que não estava para isso, porque ninguem tinha autoridade de o obrigar a um acto similhante, este homem, que estava ha muito tempo com uma perna quasi podre, foi, não obstante isso, riscado da lista dos subsidios, portanto quando digo que se pode duvidar da legalidade de alguns actos, não digo que se roubasse, nem pela idéa me passa similhante cousa, todavia ha d'estes factos, e seria bom que apparecesse tudo perante a nação, para ella fazer o seu juizo.
O Sr. Azevedo: - Sr. Presidente, eu pedi a palavra, porque ouvi um illustre Deputado d'aquelle lado da Camara fallar em commissão administrativa, eu devo declarar a V. Exc.ª, a esta assembléa, e por consequencia á nação inteira, que esta commissão de Londres, de que eu fiz parte, nunca foi administrativa, nunca dispoz de dinheiros, nunca teve dinheiros sob sua responsabilidade, e numa regulou as quantias que se deviam dar ás victimas da tirannia, havia um livro, em que estavam escritos os nomes dos emigrados, e uma tabella, que designava as quantias que cada um d'elles tinha a receber, quando havia dinheiro, o presidente desta commissão, recebia um aviso da legação de Londres, que dizia na casa de tal banqueiro estão tantas libras, para se fazer o pagamento." Annunciava-se isto por um edital, na porta da casa da legação, e os emigrados iam ao logar aonde a com missão trabalhava, cada um recebia o seu cheque, e dirigiam-se ao banqueiro para lh'o pagar, a commissão, hei de repetillo mil vezes, nunca arbitrou quantias, nunca dispoz de dinheiro nenhum, e nunca teve dinheiro sob sua responsabilidade. A mesma commissão, ouvi eu dizer, que fôra a que tomou as contas na ilha Terceira ; eu nego isto nenhum dos seus membros tomou contas na ilha Terceira e até posso dizer que nenhum d'elles lá foi; com tudo farei agora mais uma reflexão ouvi aqui dizer que se tinha tirado o subsidio a um individuo, por não querer prestar um juramento, igualmente não é isto exacto: a respeito do subsidio que se tirou a um individuo, pertence-me a mim o responder, e quando seja necessario responder, eu o farei, mais alguém ha n'esta assembléa , que sabe qual foi o motivo, e porque não quiz prestar o juramento, decerto que não foi. Pelo tempo que eu administrei o deposito dos Paizes Baixos, não tenho duvida que appareça a minha rentabilidade; e desafio a todo; para a examinarem eu responderei por mim, e por meus bens, por toda e qualquer falta que ella tenha, por consequencia acabarei dizendo outra vez, a commissão de Londres nunca administrou, e nunca teve dinheiro á sua disposição.
O Sr. Ministro do Reino: - Ha um sujeito encarregado de apurar as contas dos Paizes Baixos, é um J. Romão, e devo dizer em seu abono, e da verdade, que á secretaria da Guerra ainda não foi contabilidade mais perfeita elle tem uma escrituração regular de todas as tropas, e se todas estivessem assim organisadas, não podia haver duvida de dar as contas ate ao ultimo real. Estimei ter esta occasião para fazer justiça a este homem, todos os seus papeis que tem vindo a meu poder, posso assegurallo, não podem ser mais perfeito.
O Sr Silva Sanches: - Pouco me resta a dizer, depois do quem tem dito os illustres oradores que me precederam; é todavia certo que ha emigrarão se gastou muito dinheiro, que era legitimo pelas circumstancias daquelles, calamitosos tempos, mas não vejo que possa haver duvida em que se nos diga a a quanto montou todo esse dinheiro, ora isto pode saber-se uma vez que sejam satisfeitos os esclarecimentos que pediu o Sr. Viera de Castro, e porisso eu apoio que se peçam de novo, recommendando-se que nos sejam apresentados antes da discussão do Orçamento. O Sr. Leonel Tavares preveniu a objecção que pode offerecer-se, e que as contas estão saldadas, mas ellas o foram por um modo cavalheiresco, e então e por isso mesmo que devem de novo ser vistas e examinadas, sou portanto d'opinião que te peçam os esclarecimentos.
O Sr. Jernis, d'Atouguia: - Julgo que o Ministerio, e tambem nós estamos conformes, que onde houverem esclarecimentos devem ser apresentados á Camara.
Quanto ao illustre Deputado que se assenta do outro lado, que tambem foi meu chefe nessa parte da Belgica, relativamente a elle, e outros não pude haver duvida nenhuma; a duvida vai dessas pessoas que estavam acima das taes commissões, que deverão manifestar a differença que vai entre o que se apresenta nas tabellas regulares, e o que effectivamente receberam: é justamente o que se precisa, e sobre que os Srs. Deputados pedem esclarecimentos: por esta occasião, sem de modo algum querer increpar o Ministerio, lembro que é preciso absolutamente que antes do Orçamento venham os esclarecimentos pedidos pelo Sr. Macario de Castro, ácerca das pessoas que receberam pelo thesouro á conta de vencimentos na emigração, alguns consta me que em totalidade a dinheiro de contado, outros, em titulos dizem-me que ha pessoas (não sei se com verdade) que tem recebido dinheiro do thesouro á conta dos vencimentos da emigração eu não me parece que o thesouro esteja em circurmstancis de o fazer, o sr. Ministro da fazenda por certo não terá duvida alguma em apresentar estes esclarecimentos; mas ha mais de dous mezes que nos os pedimos, e ainda não vieram, ora qual será a repartição por mais mal arranjada que esteja, que não possa dar uma nota particular dos pagamentos por ella feitos? Eu estou persuadido que o thesouro tem uma certa organisação, e então que causa tal demora? Por consequencia peço ao Sr. Ministro que faça apresentar estes esclarecimentos, porque preciso delles, antes que se trate do Orçamento.
O Sr. Barjona - Eu tambem hei de manifestar os meus sentimentos em poucas palavras começarei por dizer que eu pela minha parte attesto a probidade, e exactidão do Sr. general Azevedo; e estou persuadido que toda esta Camara tem as mesmas ideas (apoiado, apoiado).
Em quanto ao resto digo que esta Camara não pode dispensar-se de modo algum de tomar estas contas( nem o Ministerio de modo algum pode isentar-se de as apresentar; nos faltariamos ao publico, e aos nossos deveres se prescindissemos disso: a proposição é tão evidente que seria ocioso demonstralla, e se porventura para isso se pretendesse dizer mais alguma cousa, não era possivel porque já estava dita. Eu já disse que o Ministerio não pode isentar-se de dar todos os esclarecimentos que tiver a sua disposição, e nós de maneira nenhuma podemos deixar de os exigir, a razão é clara Talvez que as pessoas que presidiram a essas administrações estejam compromettidas em quanto se não apresentarem esses esclarecimentos. Devem por tudo isto pedir-se quanto antes.
O Sr. F. d. de Campos - Eu direi duas palavra para esclarecer o negocio na parte que tenho nelle: o exame das contas relativas ao deposito de Plymouth, e cuja totalidade

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-me a propôr nesta Camara um projecto de lei para ser abolida a pena de morte em quasi todos os caso, porque
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