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jamais me recusarei a contraria-las, e creio que o mesmo acontecerá com todos 03 outros.

Alas se um sistema tào nefando, e que tantos sectários vai adquirindo, se torna necessário para conservar certa gente, e certos interesses, ao menos tenham a coragem de o declarar francamente, porque o penr dos pscarneos é o da hypocresia; rnas senão tem a necessária coragem para tanto, tenham ao menos mais circunspecção, quando avançarem proposições desta natureza, e lembrem-se, que os cavalheiros, que compõem a companhia — União Commercial — dão tantas garantias d'ordem , de probidade e de independência , como os que compõem a companhia — Confiança Nacional.—

Sr. Presidente, já me parece tempo de principiar a responder aos principaes argumentos do Sr. Relator da Commissào, e por isso tractarei agora -de o fazer.

Disso S. Ex."— que este projecto, quer se considere em relação á moral, á política, ou á prosperidade não pôde deixar de ser estimado pelos amigos da ordem, porque no primeiro caso cria o sentimento da moralidade , no segundo o amor á ordem , e no terceiro facilita o desenvolvimento da agricultura e do commercio, dando giro aos capitães. Estou d'accordo com estes princípios, adopto-os, e ate os faço meus; mas espero, que S. Ex.a meditando mais reílectidamente no projecto concordará, que se esse projecto passar tal qual se acha, não só nào satisfaz aos princípios estabelecidos , rnas formalmente os contraria. Aonde está a disposição, que marca o máximo daa quantias, que tem de ser recebidas no deposito? Se eu visse tal disposição seria o primeiro a confessar, que o argumento do nobre Deputado colhia; mas como eila não apparcce, julgo-me com direito de suspeitar, que o que se pertende e admiltir todas as quantias indeterniiuadamente, e sendo isto verdade poderá sustentar-so, que o projecto satisfaz á salutar instituição das caixas económicas? De certo não. Para aqui chamo eu também o que se está passando em França, aonde se tracta de limitar aã entradas dos depósitos.

Quererão por ventura os Sra. Deputados, que alem desses capitães parasitas, que hoje formam um sem numero de companhias e estabelecimentos* como oBanco de Lisboa, companhia — UniàoCom-mercial — e companhia —Confiança Nacional — ele. etc. etc. ? Quererão, digo, que todos os outros capitães, que hoje contribuem para as despezas publicas, se tornem parasitas? Que contribuição pá* gam os capitães dos estabelecimentos a que allu-di? Que decima pagam os possuidores desses fundos? Creio que nenhum ^ e será conveniente, que roubemos ás industrias esses poucos capitães, que ainda hoje as alimentam, mas que forçosamente tem de as abandonar, procurando entrada nos novos bancos, que tão impropriamente se denominam caixas económicas? Parece-me, que não: e então já o nobre Deputado vê, que a industlia e o commercio longe de prosperar, tem de ressentir-se, especialmente se aUendcrmoa a que nenhuma das industrias pôde hoje produzir ale'rn de dois e rneio por cento, e pergunto, depois de retirados os capitães das industrias qual ha de ser o seu emprego? No projecto nem ao menos isto se providenceia.

No parecer, que apresentou em separado o Sr. VOT..

Silvestre Pinheiro ao menos vemos, que se destina o emprego aos capitães ern fundos públicos: este principio, e não obstante as razoes, que se lêem em contrario em um artigo Iranscripto no Diário do G"verno, e no meu entender, sancto e justo; e com quanto r u não costumo referir-me a artigos de jornaes, parece-me, que este, considerando-o só pelo lado económico, me auclorisa a prescindir do meu escrúpulo. Perlende-se no artigo, a que alludo, impugnar a opinião do nosso distincto publicista =r com o fundamento de que a nossa praça e dominada por uma constante desconfiança, filha do pouco, qiiu entre nós se estudam e conhecem os fenómenos do credito — e por isso, que tal sistema poderia no momento de crise trazer comsigo consequências desagradáveis. Estou convencido, que o autor do artigo tinha presente o Jornal dos Debates de í) de Janeiro deste anno , aonde eu encontro quasi a mesma doutrina, quando se affirma , quo só os rumores da guerra ern 1840 fizeram retirar em dous mezes só da caixa de Paris dez milhões de francos, e diz o jornalista ffancez, que seria para recear, que todos os possuidores de fundos nas caixas económicas pcrlendessem simultaneamente retira-los, porque isso poderia causar graves embaraços ao Thesonro.

Esta doutrina parece verdadeira, e de certo colheria contra a opinião do Sr. Silvestre Pinheiro, se por ventura passam sem anaiyse, mas meditando-se com circumspecçâo, concluir-se-ha, que se com ella se pôde argumentar contra a opinião de S. Ex.% com maior razão se poderia fazer contra o estabelecimento ern geral j attendendo-se a que as garantias, que se devem exigir, estào não só nas pessoas ou nas hypothecas. (Ò, Sr. Silva Cabral: —-Nem n'uma, nem n*outra cousa. (O Sr. Ministro do Reino:—Ou em sambas as cousas.) O Orador; — (Com vehemencia) Então quem ha de responder pelos fundos? Ah í O negocio e' de compadres!!! Então o caso é mais serio! Já nós lá vamos! Deos nos livre, que a opinião do Sr. Deputado vigorasse ; e ainda bem, que o Sr. Ministro do Reino não a acceita : pois ha de entregar-se o dinheiro sem garantias? Não pôde ser: muito partido podia eu tirar da revelação do Sr. Deputado, mas não quero ; e a Camará deve mestno fingir, que a não ouviu,

Sn Presidente^ a garantia ha de estar nas pessoas e nas hypothecas, como disse o Sr. Ministro do Reino, e o contrario seria um absurdo: e qual ha de ser a garantia da hypotlieca ? Não me parece, que possa ser outra, senão o deposito de fundos públicos na Junta do Credito, corno se fez na ultima arrematação do contracto do tabaco, e por isso com razão disse eu j que se havia inconveniente na baixa dos fundos> quando os capitães estivessem empregados nelles, forçosamente o ha de haver, porque a hypotheca não pôde ser ienão os mesmos fundos, e por isso entendo j que a opinião do Sr. Silvestre Pinheiro á adoptavel, ao menos para o emprego de parte dos capitães depositados; porque desta forma conseguiremos a vantagem de ligar os interesses das classes menos abastadas á manutenção da ordem publica , e então já vê o Sr. Relator daCominissão, que nós partilhando os rnesmos princípios do S. Ex.a, discordamos só nas M:O n sequências; porque nos parece, que essas e que ^ão con-