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ha poucos dias, e a cuja verdade eu subscrevo de todo o coração.

Sr. Presidente, o documento a que me refiro e que não publico pôde com .tudo ser visto, ou por o Sr. Ministro a quem me dirijo, ou por qualquer Sr. Deputado; ei-lo-aqui, o que tenho dito de mim pôde geralmente dizer-se de qualquer homem que não esteja cego de confiança ou antes parcialidade como acontece com o Governo neste caso das caixas económicas, e eu o vou mostrar. O documento N.' l junto ao parecer da Comrnissào é urna Portaria de 25 de Novembro passado e sobre a qual eu já na questão do adiamento disse alguma cousa ; eu vou ler esta Portaria (leu) ora, Sr. Presideele, viu-se já cousa idêntica, um convite especial, e secreto para negocio publico que impõe encargos, que concede privilégios, e isenções. Porque senão publicou esta Portaria, eu o digo; pela mesma razão que 03 estatutos da companhia favorita se approvaran» em urn só dia..! Pela mesma razão que os da companhia Alliança Industrial apresentados áSancção Regia no dia 4 de Janeiro, até hoje ainda não foram approvados; e porque será isto, Sr. Presidente, não contém elles as mesmas provisões que esses que o foram tão rapidamente; e a sua única differença no que a tom, não será offerecerem mais garantias ao publico. . ?! Se isto é assim, e não se ousará nega-lo, se as pessoas que se propõem a crear essa companhia, salva a minha insignificância, são por seus capitães, por suas posições sociaes, emfim por todas as razões, iguaes ao que de mais importante lia no Paiz para taes fins; porque, digo eu, ha da parte do Governo tamanha deferência para com uns, que não faltará quem lhe chame conniven-cia, e para com os outros que falta de confiança política.. ?

Homens da maioria olhai por vós, pela causa constitucional que é a da justiça, que está acima do Governo, volte este projecto á Commissão, seja reconsiderado, admitli a concorrência, pôde sei que se formem novas associações que offereçarn ainda maiores vantagens, salvai o Governo, olhai o que se dirá de nós como Nação!

Mas, Sr. Presidente, ao passo que o Governo mostra que não'tem confiança nas nossas caixas económicas, o publico a mostra cada vez mais; aqui está o Diário de hoje, vede que 133 pessoas em Lisboa foram a semana passada depositar na caixa económica da União Commercial 7:523$500 réis, na do Porto 28 depositantes 4:202/000 réis, na de Coimbra 20 ditos 1:633$ 100 réis, que contraste é, e qual será mais apreciável, a confiança publica, ou a de um Ministério que quer fazer, aqui, dar a sancção legislativa a um contracto que en não quero qualificar... já o fez o Sr. Silvestre Pinheiro, e basta.

Eu sinto não me ser permittido aqui trazer, uma carta de Coimbra que hoje me mostram, mas que me não poderam connar por não ser a pessoa c, quem ella é dirigida, quem ma fé/ ver; em que da-quella Cidade se queixavam muito dos delegados da companhia União Commercial, porque sendo crea-turas do Governo são muito parciaes para com 03 seus amigos politicos; oh, Sr. Presidente, eu espero que isto é infundado, mas o que eu asseguro á Camará debaixo da minha palavra, e' que quando se tem na companhia tractado de escolher pessoas para SESSÃO N.* 6.

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empregar no seu serviço, nunca se p roceiro u saber a sua política ; as suas qualificações é tudo; e e' isto que eu ainda espero ver por honra desta Camará, um projecto de lei (retirado este) em o qual o Governo estabeleça as bases, as hypothecas, as garantias, e tudo quanto for necessário; a sua superior inspecção, tile.; finalmente que cuide das cousas, e não das pessoas, o contrario e' indecente. A com» panhia União Commercial, Sr, Presidente, andou sempre da melhor fé; ella tem preenchido á risca ludo quanto o Govorno podia dosejar. Sr. Presiden-le, não só pediu ao Governo quando abriu a sua caixa económica em Lisboa, que nomeasse dois dos membros do Conselho Geral de Beneficência para inspeccionarem o andamento e contas da caixa; rnas tem comprado inscripções para maior garantia dos depositantes, como se vê do seu balanço fixado em 31 de Dezembro passado, o qual mostra, saldo das caixas económicas naquelle dia 67:8^0^511 reis, inscripções compradas até á mesma data 80:935^000 réis nominal, é assim que se ganha a confiança e credito, que aquella companhia tem ultimamente merecido do publico, na porporção das torturas, e a meu ver injurias, que se lhe tem feito por parte do Poder que aliás lhe deve favores, a qual usando do seu direito podia, e pôde fazer inspeccionar tudo quanto de direito lhe pertence, do que a direcção folgaria, certa de que com isso ganharia muito.

Sr. Presidente, -se tudo isto se considerar, torno ainda a pedir ao Governo, que não comprometi» a sua maioria, que reconsidere o negocio; mas se minhas instancias forem baldadas, deixo ainda ao futuro a resolução deste problema.

O Sr. Carlos Bentos—Sr. Presidente, o illustre Deputado que se assenta deste lado da Camará (indicando para o lado esquerdo) começou o seu d is» curso dizendo, que, a maioria tinha sustentado esta discussão por mera formalidade, e que uma vez que tinha decidido, como S. S.a suppunha, o approvar este projeclo que devia suspende-la immediatamen-te, e passar a vota-lo, porque era impossível, querer discuti-lo, apresentando argumentos, e sustentando opiniões, de uuia natureza tão absurda, e tão contraria a todas as conveniências publicas.

Se isto fosse exacto, se por acaso, antes de se entrar nas discussões, fosse licito, com fundamento» determinar a discus&âo, era possível, e decerto, que S. S.* linha dado á maioria o melhor de todos os conselhos; ^entretanto parece»me que a maioria de» vê julgar-se obrigada aos illustres Deputados do Ia» do da opposiçâo, que lêem tomado parte nesta dis* cussão, porque elles próprios se lêem encarregado de demonstrar que as suas convicções são differen-les, e muito divergentes. Elles próprios se lêem en» carregado de demonstrar, que o que á primeira vista parece tão simples, é bastante complexo: elles próprios se têem combatido entre si, e nós tendo sido expectadores dos combates que lêem havido entre SS. S.af e Ex.BS podemos dizer, que, sem termos tomado parte na discussão, ella tem ido a nosso favor.