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os ramos que delia carecem ? Então poder-se-ha dizer que esta medida não pertence a um sistema geral que o Governo tem desenvolvido para dar protecção e fomento á prosperidade publica?

E a respeito de prosperidade seja-me licito accrcs-centar que também um Sr. Deputado daopposição, ern uma de suas asserções, provou uma cousa que até agora tem sido um crime asseverar diante dos Senhores daquelle lado. Em toda a parte o crescimento e desenvolvimento destes estabelecimentos indica um melhoramento social ; e então o illuslre Deputado, que nos declarou existirem já mais de 100:000^000 de reis nas caixas económicas, incorreu no crime de confessar o melhoramento que se manifesta. Estou persuadido que seus correligionários polilicoa não lhe hão de perdoareste attentado.

Disse-se que a principal disposição deste projecto era contra a Carla, porque a Carta, estabelecendo que todos contribuiriam para as despezas publicas na proporção de seus haveres, evidentemente obstava a conceder-se um privilegio da natureza daquelle que apparece aqui. O meu illuslre amigo o Sr. Silva Cabral, já respondeu pela parle económica, mostrando que estas sommas, limitadas por sua natureza, não podiam estar no caso da disposição da Carta. Mas, ainda que assim fosse, se se reconhecia a utilidade da existência destes estabelecimentos, não estava por isso mesmo justificado o privilegio? E se a generalidade da disposição da Carta obstava a que se fizesse esta excepção, então era impossível n'uma lei de recrutamento inserir excepção alguma. O que diz a Carta? Todos os porluguezes são obrigados a pegar em armas : não ha a menor excepção. Então em que se funda a lei do recrutamento quando exceptua o filho único da viuva etc. ? Attentado contra a Carta! Isto e'um imposto de sangue; está no mesmo caso.

Sr. Presidente, urna das concessões feitas a esta companhia, que lambem foi impugnada, foi a que auctorisa os estabelecimentos de beneficência e piedade a depositar seus fundos nas caixas económicas. Em resposta ao illustre Deputado, que objectou esta disposição, pouco terei a accrescentar ao que disse urn collega nosso que se senta deste lado, o qual realmente respondeu ás observações de S. S.a, pois não achou o menor inconveniente nesta disposição, uma vez que se tornasse geral. Mas ô illustre Deputado disseque o Governo tinha na sua mão, como gratuitamenle suppôz, os meios de dominar esses estabelecimentos, e ponderou os inconvenientes que daqui se seguiriam. S. S.a provou demais. Se fosse admissível a bypothese que quiz estabelecer, se o Governo tivesse os desejos que lhe suppôz, e os meios de os executar que lhe attribue, então, mesmo sem esta disposição, o Governo podia abusar das faculdades que S. S.a lhe quer dar.

Sr. Presidente, tracta-se unicamente d'uma au-ctorisaçâo, que não pôde surtir effeito, senão em consequência da confiança que os directores natu-raes destes estabelecimentos tiverem na companhia que se estabelece. Daqui não podem resultar inconvenientes, e S. S.a parece-me que se achou o único a combater esla disposição.

Eu, Sr. Presidente, fui accusado de pertendor

offender o credito de uma companhia existente. Eu

sei bastante a importância commercial, que tem o

elemento do credito para rne atrever nunca a vir

VOL, 2 .°— FEVEREIRO — 1845.

nesla Casa duvidar do credito commercial de uni indivíduo ou de uma companhia qualquer. Desconheceria os meus deveres, se por acaso tiresse em vista dirigir uma accusação como suppoaeram , que eu havia feito; nunca foi das minhas intenções duvidar do credito commercial da companhia União, nem de nenhuma outra; mas, por ventura, admil-lir, como se deve, o credito das companhias existentes significa o mesmo, que dizer, que ellas devem inspirar toda a confiança para serem investidas designadamente de attribuições relativas a um objecto tão especial como é este ?.. .

Disse-se: «não ha nada de político neste assumpto. 55 Sr. .Presidente, se o Governo revestiu de um caracter político no nosso Paiz o estabelecimento de que se tracta, por acaso não achou a opposição em França, que elle era político? Em 1837 a opposição franceza dirigiu a maior guerra possível ás disposições adoptadas então relativamente ao modo, porque haviam de ser estabelecidas as caixas económicas, e converleu-se em questão política uma questão, que realmente não podia ser alheia á po-lilica, porque o não e', (apoiados) a menos, que senão diga, que o bem estar e os interesses das classes laboriosas e desgraçadas da sociedade não tem nada com a política , e então reduz«se a política a muito pouca cousa; se é indifferente ás considerações politicas, se não entra nella por nada, se e perfeitamente alheio ás considerações politicas o ver de repente illudidos interesses tão sagrados, então, Sr. Presidente, a política e muito pouca cousa , não vale a pena de que nós os legisladores a queiramos considerar de tamanha importância, não vale a pena , que á entidade governativa dêmos tamanho apoio ou façamos tão activa guerra , não somos nada, e se a política não representa um papel, quando &e Iracta de resolver um dos problemas mais importantes do Estado social, então o que e' a política ? (apoiados) Eu peço a SS. Ex.as, que tenham a bondade de rne esclarecerem a este respeito. Eu entendo, que quanto rnais importante e' uma questão, quanto mais immediatamente ligada está uma questão com a ordem publica, com os interesses de classes respeitáveis da sociedade, mais política se deve ella considerar , e ate' a opposição ligaria muito pouca idea aofructo, que per-tende tirar dos seus esforços, se por acaso nos qui-zesse inculcar, que o seu resultado e' cornpletamente alheio á resolução de questões desta importância — para que ligaes tamanha importância ao resultado dos nossos votos, se por acaso quando se tracta de uma questão, que sois 03 primeiros a confessar de tamanha magnitude, entendeis quo a politica deve ser inteiramente alheia a ella?