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10 DIARIO DA CAMARA DOS SENHORES DEPUTADOS

como ataquei o Governo franquista. Quando depois de caído esse Governo falava o Sr. Martins de Carvalho fui-me embora.

O Sr. Presidente:-Peço aos illustros Deputados que deixem falar o orador.

O Orador: - Eu explico os meus actos com uma clareza absoluta.

Todos sabem que quando me encontrei aqui pela primeira vez, depois de factos conhecidos de todos, todos sabem as palavras que aqui pronunciei, ausentando-me quando falava o Sr. Martins de Carvalho. Foi uma manifestação pessoal e não collectiva.

Ficou na sala muita gente, e se não ficaram mais do meu partido foi porque não estavam nessa occasião na Camara. (Apoiados).

A manifestação d'esta natureza que se fez a Wilson fez-se em condições excepcionaes; foi porque se considerou um homem desclassificado. Ora o Sr. Caeiro da Matta não é um homem desclassificado; (Apoiados) e que o não é prova-o o facto do Sr. Ministro da Fazenda o mandar desafiar por dois illustres membros do partido progressista.

O filho do Sr. Ministro da Fazenda igualmente mandou desafiar o Sr. Caeiro da Matta por dois homens de bem. Portanto, o partido progressista tinha quatro entidades que reconheciam que o Sr. Caeiro da Matta não é um homem desclassificado; logo, a manifestação feita na Camara foi um acto extraordinario. (Apoiados).

Se eu estivesse na maioria, se me julgasse aggravado pessoalmente pelas palavras do Sr. Caeiro da Matta, pedia-lhe Explicações, e então S. Exa. ou dava essas explicações, com que pudesse ficar satisfeito, ou não as dava e então ficaria nas condições de se bater.

Vê se, portanto, Sr. Presidente, que foi uma offensa feita ao Sr. Caeiro da Matta e S. Exa. cumpriu os seus deveres de honra desafiando o leader como representante da maioria.

E, pois, uma questão pessoal que ficou liquidada com honra.

Mas parece que querem dar um aspecto differente de aggravo collectivo á opposição; e assim será julgado se repetirem o aggravo quando o Sr. Caeiro da Matta usar da palavra.

Estavam inscritos oradores de todos os lados da Camara; aclarava-se a situação e esclarecia-se tudo.

Mas agora, depois do leader do partido regenerador ter dito - e eu nesse ponto estou de acordo com S. Exa. - que desde que o Sr. Caeiro da Matta não podia usar da palavra, havia um proposito de cercear os seus direitos de Deputado.

Aqui está como V. Exas. querem arranjar um conflicto comnosco, quando dizem que querem trabalhar.

Isto não representa nada; representa uma cousa impensada da parte de V. Exas. Foi preciso uma maioria de 70 pessoas praticar um acto destes contra um homem honrado, quando V. Exas. podiam dizer ao Sr. Caeiro da Matta que o não deixavam pôr o pé no Parlamento, emquanto não desse explicações.

De forma semelhante, o Sr. Ministro da Fazenda Es-pregueira foi offendido e bateu-se.

Era a offensa do Sr. Caeiro da Matta uma offensa politica?

Alto lá com tal politica.

Eu comprehendo que a maioria devia ficar silenciosa desde que S. Exa. disse que não lhe applicava senão primeira parte do que disse. O facto de ter comiseração pelos outros não representa um crime, não é uma injuria

Que V. Exas. se tivessem retirado uma vez, vá; mas que tivesssm feito isso segunda vez, é inexplicavel, é um movimento irreflectido que não tem explicação.

Em frente d'esse movimento da maioria contra a minoria, accentuando positivamente que o Sr. Caeiro da Matta não havia de falar nesta casa ou havia de explicar as suas palavras, eu digo ao Sr. Caeiro da Matta que não dê explicações, porque já as deu.

A maioria não tem que pedir explicações. O que a maioria quer é collocar o Parlamento em condições de não poder funccionar. (Vozes: - Muito bem).

(O orador não reviu).

O Sr. Visconde de Villa Moura: -Sr. Presidente: pedi a palavra para breves explicações, e breves explicações vou dar a V. Exa. e á Camara sobre a minha attitude no presente conflicto.

Eu não retirei da Camara na sessão passada ao usar da palavra o Sr. Dr. Caeiro da Matta; mantive-me aqui até que o Sr. Presidente declarou que aquelle Sr. Deputado usaria da palavra na sessão seguinte e aqui estive a ouvi-lo hoje.

O Sr. Affonso Costa: - Apoiado; muito bem.

O Orador: - Contrariamente insinuaram os jornaes a minha retirada. Erradamente o fizeram, repito.

E que por fim fui obrigado a dizer de mim, rectificando uma questão de facto, releve-me a Camara que eu junte ao caso as razões que me determinaram a proceder como procedi. Serei ainda breve.

Sr. Presidente: pelo conhecimento que tinha do Sr. Dr. Caeiro da Mattam, pelo que sabia do conflicto, e pelo que d'aquelle nosso camarada esperava quando usasse da palavra, devia-lhe toda a attenção e esta lhe dei publicamente.

Isto não envolve confronto com o proceder dos meus correligionarios e alliados politicos. O meu caso era diverso, visto que tiveram de julgar o Sr. Dr. Caeiro pelas suas aliás bem infelizes palavras da sessão de março, demais aggravadas pela deficiencia do Extracto official no que concerne á tentativa da sua reproducção.

Eu tinha por muitas razões acceitado a ideia do que a despeito das suas expressões, elle não tivera o intento de offender a maioria.

Infelizmente a sua declaração de. hoje, se bem que não collida com a minha attitude de hontem, visto importar um caso peorado, é certo que me pauta o incontestavel dever de me solidarizar com todos os collegas d'este lado da Camara, no seguimento do caso.

Penaliza-me o facto. E se posso intervir no espirito de S. Exa. de forma a insinuar-lhe, que não pedir-lhe, uma reconsideração, á exhortação do Sr. Conde de Paçô-Vieira ouso sommar as minhas palavras que dão a medida do meu pensamento e empenho.

É tambem, a final, á orientação do Sr. Conde de Paçô-Vieira, dirigente aqui do partido regenerador da extrema direita e meu amigo que allijo a minha orientação e proceder futuro no caso.

Devo-lhe esta prova da mais justa e documentada confiança, pelo que foram e representaram as suas palavras, pela situação politica que conquistou aqui, pela maneira sobremodo notavel e nobilissima de conciliação e ordem porque apercebeu e encarou o conflicto.

Disse.

O Sr. José Tavares: - Foi bem contrariado que pediu a palavra para responder ao Sr. Deputado Antonio Cabral.

Com effeito, falando S. Exa. não só em seu nome, mas em nome da maioria progressista, para se defender da attitude assumida, já fez as declarações que entendeu e que elle, orador, se abstem de apreciar.

O Sr. Antonio Cabral tem, por vezes, o mau sestro, que evidentemente tem revelado, de provocar os homens do