O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

SESSÃO N.° 30 DE 30 DE ABRIL DE 1909 11

partido d'elle, orador; se assim não fosse, não teria feito a citação de um discurso do Sr. Martins de Carvalho.

Ora, estando presente, não podia deixar passar uma affirmação d'esta, sem pedir a palavra para restabelecer a verdade dos factos.

E porque costuma sempre ser preciso nas suas affirmações, dirá que S. Exa. foi um pouco precipitado em fazer a invocação que fez.

Estava o orador presente na sessão transacta em que falou o Sr. Martins de Carvalho, para fazer um discurso didactico, literario, scientifico e legal.

Nessa occasião saíram da sala tres, quatro ou cinco Srs. Deputados, mas não houve uma manifestação de desagrado.

De resto, o orador appella para os membros da Camara, que já naquella epoca a ella pertenciam, para que o desmintam.

Portanto, está feita a demonstração tanto quanto possivel, evidente e incontestavel, de que contra o Sr. Conselheiro Martins de Carvalho tal manifestação se não fez Não pode haver duvida alguma de verdade do que affirma.
Está demonstrado que foi propositadamente que o Sr. Conselheiro Antonio Cabral fez semelhante allusão ao facto a que não assistiu.

De resto, se quisesse dizer mais alguma cousa para de monstração do que tinha affirmado, tinha sido o proprio Sr. Conselheiro Antonio Cabral quem lhe tinha fornecido os argumentos, porquanto S. Exa. não estava em Portugal, como declarou, e apenas falou do acto porque tinha lido os jornaes e obtido informações dos seus amigos Mas tanto as declarações dos jornaes, como as informações que lhe foram dadas, não podem prevalecer perante a demonstração categorica que elle, orador, acaba de fazer.

(O discurso será publicado na integra guando o oradoi restituir as notas tachygraphicas).

O Sr. Carlos Ferreira: - As observações ou declarações que a Camara acaba de ouvir, feitas por um Deputado regenerador-liberal em resposta ao Sr. Conselheiro Antonio Cabral, pode o illustre Deputado estar tranquillo que hão ficam sem resposta.

Manifesta a sua impressão de espanto, de admiração, porque do discurso de S. Exa. poderá a Camara concluir que o apparecimento ou reapparecimento nesta sala de Deputados regeneradores-liberaes, em seguida aos tragicos acontecimentos passados em Portugal, era um caso muito festejado.

O Sr. José Tavares: - Pode S. Exa. repetir o que disse?

O Sr. Malheiro Reymão: - Pede para que o Sr. Carlos Ferreira repita as suas ultimas palavras, porque não se perceberam.

O Orador: - Que pelas palavras do Sr. José Tavares quasi que a Camara ficaria convencida de que o apparecimento ou reapparecimento nesta Camara de Deputados regeneradores-liberaes, em seguida a acontecimentos que tanto agitaram o país, eram recebidos festivamente.

Elle, orador, não assistiu á sessão em que falou nesta Camara o Sr. Conselheiro Martins de Carvalho, mas o que pode affirmar é que não existe paridade com a questão que neste momento se está debatendo.

Limita-se a .dizer que estamos num incidente grave muito desagradavelmente, politicamente muito melindroso, mas está longe de parecer-se ou assemelhar-se do incidente produzido nesta Camara com o Sr. Martins de Carvalho.

A Camara acabou de ouvir uma declaração clara, terminante, categorica, feita pelo Sr. João Pinto dos Santos, em termos bastante frisantes. O Sr. João Pinto dos Santos explicou o motivo á Camara em concisas palavras, de um valor incisivo.

Deve dizer que em sua consciencia e em sua intelligencia, por pouco esclarecida que seja, não considera o final da sessão de 15 de março liquidado. A situação está de pó. Esse aggravo politico, absolutamente politico, como tal nos o consideramos - e nem de outra forma podia ser considerado - não está desfeito.

Sabe elle, orador, a differença de um aggravo politico e de um aggravo pessoal.

O Sr. Presidente da Camara - como consta do Summario das Sessões- pediu, insistiu, instou, convidou o Sr. Caeiro da Mata a retirar ou explicar as suas palavras. S. Exa. não retirou, nem explicou. Subsiste, portanto, o aggravo politico.

No facto succedido hontem, o Sr. Moreira Junior, illustre leader do partido progressista, não teve conhecimento da attitude da maioria. O acto do Sr. Conselheiro Moreira Junior ha de ficar escrito, gravado, nos annaes parlamentares desta Camara, como modelo de lealdade e honradez.

(O discurso será publicado na integra quando o orador restituir as notas tachygraphicas).

O Sr. João Castello Branco: - Será breve, não deseja tomar a palavra neste debate nem para discutir a sua essencia, nem para aclarar as referencias que o Sr. Antonio Cabral fizera, e tão somente para esclarecer o seu procedimento na sessão passada.

Quanto ao incidente em si lembra que a sessão ha pouco falada não foi interrompida por falta de numero, não tendo o incidente de então nenhuma paridade com o que se passou presentemente.

Somos absolutamente solidarios. Da nossa parte declara - não ha intenção alguma de perturbar os trabalhos parlamentares.

Resta-lhe declarar que mantem a sua solidariedade e faz votos para que a situação se não embarace e a minoria não persista num aggravo que parece não ter razão de ser depois das explicações feitas leal e correctamente pelo Sr. João Pinto dos Santos.

(O discurso será publicado na integra quando o orador restituir as notas tachygraphicas).

Antonio Cabral: - Sr. Presidente, não pediria a palavra a V. Exa. se não fosse provocado pelo Sr. José Tavares que se referiu directamente ás palavras que ha pouco proferi. Creio que o Sr. José Tavares não ouviu bem o que eu disse. Eu declarei muito claramente que, não estando no país quando se passou esse facto, só pelas informações que me tinham sido dadas me pareceu ter lido em alguns jornaes que, na occasião em que failava o Sr. Martins de Carvalho, alguns Srs. Deputados d'este lado da Camara, não sei se muitos, se poucos, saíram, o que foi nessa occasião tomado como uma manifestação contra esse Deputado.

Foi isto é que eu disse muito terminantemente.

Disse S. Exa. que não podia deixar de fallar para que não se dissesse que a um Deputado do seu partido tinha sido lembrado, que podia maguar e que não tinha havido protestos no grupo de que S. Exa. fazia parte.

Mas, Sr. Presidente, V. Exa. ouviu ha pouco as palavras do illustre Deputado, o Sr. Carlos Ferreira, referindo-se ás que pronunciou ainda este anno o Sr. João Pinto dos Santos com relação a esse Sr. Deputado e sobre essas palavras do Sr. João Pinto dos Santos o Sr. Tavares não disse uma unica palavra.

Nas minhas não houve a menor offensa para o Sr. Marins de Carvalho, das outras não me compete dizer se a louve, mas a verdade é que não houve a menor referen-