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resultado que ao Estado deve vir — excedem muito áquillo que nesta primeira operação do banco podaria vir para o Governo , e para o Estado : logo o argumento não só não destroe, mas conforta muito mais as proposições que tenho apresentado, e vem a ser — que os privilégios não podem considerar-se exorbitantes, ou sejam em these, ou em hypothe-se; porque as concessões são muito diminutas com relação»ao grande bem, com relação ás grandes vantagens, e utilidade que á sociedade deverá vir desta instituição, (apoiado)

Mas, Sr. Presideme, os iljustres Deputados para combaterem o Governo entenderam que deviam analysar cada um dos artigos do contracto, e tornar odiosas cada uma das suas disposições, querendo concluir que a Camará se deshonraria, que a Camará commetteíia o acto da maior immoralidade se por ventura approvasse n m contracto tal como se apresentou. Sr. Presidende, estamos a ponto de ver sair do Paiz algum Sr. Deputado; porque se são verdadeiras as suas expressões, têem de se affastar desta terra onde taí contracto se admitte : se tal se der, Sr. Presidente, de certo que será um mal muito grande para a sociedade; mas permitiam-me os Srs. Deputados, lhes diga, que os que ficarem cá hão de ir vivendo; permittarn-me os Srs. Deputados lhes diga, que podendo retirar-se para outra terra com todos os bens de sua fortuna , porque a lei lho concede, apesar de vir dahi um grande in« conveniente ao Estado, e á sociedade, todavia esse mal terá uma grande compensação nas vantagens que ao Estado, e á sociedade hão de resultar das caixas económicas que se pertenderem estabelecer: se houver pois de se realiaar esse vaiicinio, nós lamentaremos a ausência, e estimaremos que sejam muito felizes em toda a parte ein que se acharem. (O Sr. Faustino da Gama: — Peço a palavra para uma explicação).

Sr. Presidente, veio-se á analyse do contracto 9 e para este ponto quantas cousas, quantos argumentos, quantos princípios não tive d'oi)vir?.. u Em vetdade não pode de maneira nenhuma conformar-se nem justificar-so com os princípios da sciencia.» —-Sr. Presidente, um illuslre Deputado, o Sr. Miranda, dissonos, traclaíido do § único do art. 1.° do contracto, cujo teor é o seguinte (leu) que fixa o praso de 2 meses para a cidade de Lisboa, de 6 para a cidade cio Porto, e 3 annos para as capitães dos districtos; disse S. S.a que era tempo d'acabar com a colonisação das províncias; que as provin-cias não eram colónias; que não se devem tractar como taes; e que por consequência alli se deviam estabelecer as caixas económicas com a mesma brevidade con» que se estabelecem no Porto, e em Lisboa—Sr. Presidente, a companhia Confiança Nacional , e o Governo , como querem estabelecer de facto as caixas económicas, não podiam prometter senão áquillo que era possivel : e e flecti vãmente seria querer muito, tendo em vista o cosleamenlo que «í prociso para esta instituição, e a precisão de dar um incentivo ao povo por meio d'escriptos, seria querer muito, digo, determinar utn praso mais curto do que o que se acha marcado para o estabelecimento das caixas económicas nascapitaes dosdis-triclos; praso que a commissão, e juntamente o Governo , ern presença das reflexões que tiveram logar, entendeu que não podia deixar de ser esle. SESSÃO N.° 7.

Ora o que cumpre notar e que mesmo este praso não quer dizer — que só daqui a 3 annos e que estarão estabelecidas as caixas económicas*—-marca-se unicamente para não poder ser excedido , mas pode ser encurtado. Porem se e' verdade o que aqui já se disse a respeito da absorpção das migalhas, perguntarei et), quem mais interessado em se estabelecerem as caixas económicas do que a mesma companhia Confiança? . . . Pois tanta grandesa por uru lado, e tanta mesquinhez por outro!?! Pois a companhia, que, segundo se diz, está á espera das migalhas das caixas económicas para augmcriiar os seus interesses, para encher os seus cofres de dinheiro, porque ihe faltou por meio das suas inscripções, (sabendo todos que ella mesma fechou a subserip-çâo) , deixará de procurar os seus interesses, deixando de estabelecer a» caixas logo que possa, antes do tempo? Na verdade é preciso que os Srs. Deputados se tenham esquecido daquilio mesmo corn que argumentaraai para avançarem semilhantes proposições— O Sr. Deputado coratudo leu, e faço-lhe justiça, muito bom escriptor a respeito.de caixas económicas: na verdade no seu primeiro discurso vejo eu os mais bellos fragmentos do insigne Mr. Esquiroz: e se eu cotejasse áquillo que o Sr. Deputado disse com o que lá se acha, ver-se-ia que eram mais os pensamentos do escriptor do que os seus, no seu discurso; mas eu não quero com isto deprimi-lo, por o contrario quero elogia-lo; porque de certo de quantas memórias eu li, é aquella a mais importante, e aonde se acham escriplas os ide'as, e pensamentos os mais nobres que e' possivel encontrar relativamente a esta instituição: o Sr, Deputado o que fez, foi não applicar bem áquillo que tinha lido.

Sr. Presidente, continuemos com o exame do contracto. E eu peço desculpa á Camará de a ter occupado tanto tempo: a Gamara sabe muito bem que eu corno relator da commissâo, segundo o que se acha estabelecido em todos os parlamentos, não tenho só de defend3F o parecer, tenho também de responder a todoj os argumentos dos Srs. Deputados ; e então não é possivel que ea deixe de ser extenso na minha exposição com quanto me empenhe para ser breve. O art. S.° do contracto diz o seguinte, (leu) Sr. Presidente, pode dizer-se que neste artigo está o rnais rTbporlante de todo o contracto : este artigo é um explicito voto de confiança : a commissâo não disfarçou isto, não o pode disfarçar á Camará; por isso quando eufallei a primeira vez soHre este objecto, disse logo o que cumpria dizer —• que este objecto era todo de confiança— e por tanto não se podia estranhar que se dissesse — que se a Camará queria continuar a dar a sua confiança ao Governo, não podia de maneira nenhuma deixar d'approvar o contracto que se apresenta, e o projecto que auctorisa esse mesmo contracto.