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4 DIARIO DA CAMARA DOS SENHORES DEPUTADOS

elle conseguiu que durante a sua presidencia se alargassem enormemente as vias de communicação, que tomassem um extraordinario incremento o commercio, a agricultura; e a industria. Com o levantado fim de consignar quaes tinham sido os progressos da patria brasileira, desejou este I Ilustre homem de Estado que, na festa do centenário da abertura dos portos brasileiros ao commercio mundial, se effectuasse uma exposição nacional.

Eram porem tão affectuosas as relações da pátria brasileira com a pátria portuguesa, que, apesar desta exposição ser exclusivamente nacional, nos fomos convidados a tomar parte, e nella participar, como se fossemos parte da nação brasileira. E não pararam aqui as demonstrações de affecto dadas pela nação brasileira á nação portuguesa. Desejou tambem o Dr. Affonso Penna que, para presidir a seu lado a essa festa sympathica da abertura da exposição nacional, fosse convidado o Chefe de Estado português, que ali compareceria. Infelizmente, horas bem trágicas tornaram impossível a realização desse proposito do Sr. Dr. Affonso Penna, e, em vez de saudações festivas que deviam acolher o Chefe de Estado português, o Brasil consagrou dolorosas e sentidas expressões ao seu doloroso e trágico passamento. (Vozes: - Muito bem).

Sr. Presidente: todas estas demonstrações de affecto consagradas pela patria brasileira ao nosso país, tão eloquentemente syinbolizadas na acção política do dr. Affonso Penna, conquistaram os nossos sentimentos e radicaram para sempre na nossa memoria o seu nome, que ha de ser sempre querido da nossa saudade. (Vozes: - Muito bem).

(O orador não reviu).

O Sr. Moreira Junior: - Em nome do partido progressista, representado nesta Casa do Parlamento, venho associar-me às palavras de sentida magua e de justa homenagem que V. Exa. e o illustre Presidente do Conselho acabam de pronunciar em honra da memoria do illuslre estadista brasileiro Dr. Affonso Penna.

Nem V. Exa., nem o illustre Presidente do Conselho, ao pronunciarem compungidos as frases que acabamos de ouvir, o fizeram em obediência apenas a uma mera cor tesia internacional, mas sim como uma homenagem sentida. (Apoiados).

E tambem do coração que, em nome do partido progressista, a ellas me associo. (Apoiados).

E que o Brasil é para nos uma nação muito querida, e a memoria do Dr. Affonso Penna é credora não só da nossa admiração mas ainda do nosso reconhecimento, porque o finado foi um grande, um devotado amigo de Portugal.

Se é certo que a nação portuguesa pode ter certos de feitos, não é menos verdadeiro que tem, mais do que nenhuma outra, a qualidade de consagrar um excessivo affecto a todos aquelles que lhe teem demonstrado sympathia e amisade. (Apoiados geraes).

Tudo isso nos tributamos ao Dr. Affonso Penna e, todavia, ao pronunciar V. Exa. as palavras de homenagem que proferiu e ao falar eu da maneira por que o faço, não nos deixamos levar apenas pelo coração. E que Affonso Penna merece deveras todas as homenagens, merece sem contestações todos os tributos, porque eram grandes as suas virtudes e muito acendrado o seu patriotismo.

Foi um grande espirito e foi tambem um grande humanitário. A sua intelligencia culta, illuminada por um vasto saber, era ao mesmo tempo do uma maleabilidade espantosa, que só a podem avaliar os poucos que viram a maneira como elle eraprehendia e resolvia os problemas mais complicados- e as questões mais difficeis.

O Brasil deve-lhe immenso, não só no campo das questões, internacionaes, que foram numerosas, mas até no campo restricto dos seus interesses locaes.

Directa e indirectamente a sua influencia foi notavel;

quero referir-me ao desenvolvimento agrícola, commercial, á marinha de guerra, aos canaes de irrigação, às linhas ferreas, e até á propria cidade do Rio de Janeiro, a capital daquelle grande Estado, sul americano, que deve o enibellezamento que apresenta, iniciado nestes últimos annos, e que a faz rivalizar hoje com as mais importantes cidades da Europa, a Affonso Penna.
Por seu turno, foi um grande e nobre amigo de Portugal.

Basta recordar, entre muitos outros factos, o convite á nação portuguesa para que o seu Chefe do Estado fosse honrar o certame que se realizou no Rio de Janeiro.

Infelizmente, essa opportunidade, esse ensejo de estreitar as nossas relações commerciaes, e de tornar içais intensas as nossas relações fraternas, infelizmente, Sr. Presidente, esse ensejo perdemo-lo todos de bem tragica maneira.

Tudo isto explica por que ao conhecer-se a morte do Dr. Affonso Penna, ella foi tão unanimemente sentida.

Rei, Governo, muitas collectividades do nosso país, numerosíssimas individualidades do nosso meio, todos espontaneamente apresentaram a expressão da sua dor.

Portanto, justíssimo é que o Parlamento, ao reabrir hoje, se manifeste por esta forma, reproduzindo-o sentir da nação, não satisfazendo apenas uma formalidade, mas curvando-se reverente perante a memoria de Affonso Penna, que honrou o seu nome.

Tenho dito. (Vozes: - Muito bem).

(O orador não reviu).

O Sr. Pereira dos Santos: - Sr. Presidente: em nome do partido regenerador venho associar-me ao voto proposto por V. Exa. pelo fallecimento do recto Presidente da Republica do Brasil.

Logo que em Portugal houve conhecimento da sua perda, está na memoria de todos a impressão extraordinária que na sociedade portuguesa causou esse facto.
(Apoiados).

As relações que nos ligam são tão cordeaes que, realmente, por muitos motivos se justificada impressão que em Portugal causou este acontecimento. É que o Dr. Affonso Penna era um estadista de nome.

Mas, Sr. Presidente, bastavam os dotes pessoaes deste homem illustre para elle merecer a nossa homenagem.

Sr. Presidente: é bem de notar que durante os tres ultimos seculos temos tido uma grande communhão de trabalho social com a nação brasileira, e os laços que nos unem estão hoje mais apertados que nunca. (Apoiados).

Sendo pois a nação brasileira uma nação tão ligada á nossa, eu aproveito o ensejo para, em nome do partido regenerador, me associar ao voto de sentimento proposto por V. Exa. e dirigir as minhas homenagens á nobre nação brasileira.

(Vozes: - Muito bem).

(O orador não reviu).

O Sr. Conde de Castro e Solla: - Sr. Presidente: na ausência do Sr. Conde de Paçô-Vieira, leader da maioria regeneradora, e não estando tambem presentes os Srs. Rodrigo Pequito, Manuel Vargas e D. Luis de Castro, e a instancias reiteradas dos meus amigos políticos, certifico a V. Exa. e á Camara que nos associamos sentida e commovidamente às palavras por S. Exa. pronunciadas e ao voto de sentimento que, sem duvida nenhuma, a Camara dentro em pouco approvará.

Se, Sr. Presidente, é certo que o telegrarnina enviado pelo Chefe do Estado ao Brasil foi b primeiro a chegar ali, de entre os das differentes nações que se apressaram a enviar áquella nação telegrammas de condolencia, é certo tambem que nenhum país, mais do que o nosso, acompanha o Brasil nas suas alegrias e amarguras. (Apoiados).

Mas, se essa affirmação que acabo de fazer é absoluta-