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cipios, roas por vínculos de parentesco; é interesse commum. *

O Sr. José Estevão :—Sr. Presidente, párece-mé que esta discussão não deve ser tão lacónica, como parece querer marchar, e até me parece incompre-hensivel que sendo nós os mais interessados na victo-íía de Hespanha, somos os que mais silenciosos nos achamos nesta discussão. Este assumpto tem oecupa-do os mais brilhantes talentos da França, e d'Inglaterra, e basta esta razão para me acobardar, tendo de fallar sobre elle.

Sr. Presidente, é necessário que por honra nacional se saiba que éPoitugal quem tem cumprido mais religiosamente oTractado da Quadrupla Alliança, e quem, guardadas as circumstancias, tem dado mais soccorros á Nação visinha (apoiado)- e por isso podemos fallar alto diante das Potências signatárias deste Tractado, Tractado/ao esperançoso, e tão fértil em consequências, tão grande no pensamento da sua Concepção, rnas tão vergonhosamente estéril (apoiado). Durante a Revolução Franceza, a política de Portugal foi variável, arespeito da queseguiam asoutras três Potências, que assignaratn este Tractado; mas depois vieram todas a combinar n'um ponto, e esse Tractado d'Alliança foi celebrado. Todos sabem os sacrifícios por que tem passado a Hespanha, e que depois de ter feito os maiores esforços a prol da sua liberdade, teve a felicidade de vê-!a assegurada pela sua nova dynastia ; em quanto não chegou esse momento, nem a França, nem a Inglaterra julgaram conveniente fazer este Tractado, apezar de que a lu-cta de Hespanha para alcançar a sua liberdade teru custado, desde seu principio, rios de sangue* Nós temos também passado pelos sacrifícios, quê todos sabemos, para alcançar a nossa liberdade, e em quanto durou a nossa lucla também a França, e Inglaterra foram simples testemunhas delia, e só quando viram que as nossas armas tinham triumfado da usurpação, e que os inimigos estavam reduzidos á ultima extremidade, é que julgaram que deviam ensinar-nos a usar da victoriaj e celebrou-se um tractado^ no qual se dizia que Portugal rogava á Rainha de Hespanha a sua cooperação para acabar a nossa íucta. Fez-se este tractado , e e' preciâo que se saiba que uma força Hesparihoía, commandada pelo General Rodil, que em virtude do mesmo tractadq entrou em Portugal, atravessou uma boa parte do nosso Paiz j â retirou-se, sem queimar uma .só escorva. Esta grande alliança feita contra dous Príncipes para sahirem de Portugal, e quê pafa isso foi necessário irem escoltados, foi a mesma que consentiu que D. Carlos se introduzisse na Hespanha, e que ali lenha feito uma guerra , que tantas barbaridades tom apresentado, e que faz lembrar as guerras dos tempos antigos. Esta alliança, corno SQ vê no tractado, obrigava a nós, á Inglaterra, e Hespanha a darem soe* corres determinados j quando alguma destas Potências o reclamasse, porem a França não fez no tractado essa declaração pela sua partej e ficou isso para ser decidido depois; e que e o que se tern seguido daqui? Tem succedido que em quanto nós, e a Inglaterra temos contribuído para o triunfo das armas da 'Rainha de Hespanha, com ouro, e o sangue dos nossos soldados, a França tem-se reduzido unicamente á vingança dos seus Prefeitos, que uão tem sido muita, porque não só deixaram introduzir D. Carlos em Hespanha, mas não tem impedido que lhe

sejam enviadas armas, e munições de guerra, e têm* se limitado igualmente a dar algumas ordens thele-graficas.

Sr. Presidente, o estado; que nos offerece a Hespanha, mostra-nos todos os inconvenientes de urna dictadura, sem ter nenhuma das suas vantagens; nesse Paiz três revoluções se têem feito das Províncias para a Capital, e uma guerra, durante a qual tem havido três revoluções^ que têem ameaçado a naciò-» nalidade Hespanhola, demonstra um espirito mal encoberto de federação, que e' animada pelos diversos elementos, de que se compõe aquella Monarchià ; e este objecto deve merecer-nos muita consideração j eeu peço que se attenda á possibilidade deformar-se uma federação na Hespanha, o que mudaria com-pletamente a Política Europca. Eu sou inimigo das dictaduras, mas lastimo que no meio das ambições $ que existem na Hespanba, não haja urn homem, que empunhando a espada, ensine qua! é o verdadeiro ca-rninho aseguir para resistir aNações, q»etencionara dividi-la em pequenas federações, para melhor a dominarem. Quando a Europa receava de que os Estadas de Hespanha se aglomerassem debaixo da causa d'Áustria, também se fez um tractado de quadrupla alliança, para retalhar a Hespanha5 ao que a obrigaram a acceder, ameaçando.-a com guerra, e essa quadrupla alliança, que teve força para obrigar a Hespanha a*retalhar-se, não atem agora para fazer cessar as scenas de carnagem , e de horror, que ali se estão actualmente representando!! Qs serviços, que a Hespanha prestou á Prussia no tempo de Na-poleão, e os que prestou á Rússia nessa mesma oc-casião, tornam-a digna de mais alguma consideração* e estas duas Potências não a deviam deixar exposta á guerra de ambição, que um 1823 lhe moveu ã França, em quanto a Inglaterra estava pacifica expectãdo-ra dessa desgraçada lucta, lucta igual ádedòus povos selvagens, que se disputam uma porção de terreno.

Sr. Presidente, eu saudei com todo o jubilo da minha alma a queda da bandeira de Muna-gorri, porque eu desde que ella se levantou, intendi que tinha sido forjada nos Arsenaes de França, ou Inglaterra, e vi logo que posto que trouxesse d'um lado a legenda de Pa% e Foros, se lhe lia no reverso Des-membração da Hespanha em pequenos retalhos; saudei a suajquèda, Sr. Presidente, porque prefiro o Governo forte de Fernando, á fraqueza que se propunha cotri esta desmembração; intenda-se porém que eu com isto não quero dizer que não faço os mais ardentes voteis pela liberdade de Hespanha, e para que ella seja ao mesmo tempo livre e forte.