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b ré a situação actual do Reino, e vejo que esta situação , em quanto á falta de segurança e ordem publica provém do despreso pelas leis , e pelo nenhum acato á Auctoridade Publica, e então é este mais uin motivo, que faz corn que eu também por esta razão não desejo censurar a Ministério, porque e mister não diminuir a força moral ao Governo , e antes pelo contrario dar-lhe a maior força possível para remediar estes males. Sr. Presidente, seja-me permittido que me afaste um pouco da questão. A liberdade, Sr. Presidente, é uma palavra magica, e a magia tende naturalmente ao dei i rio; este e o extremo, e no fim do extremo lá está o vicio, e por conseguinte esse é que é a origem de todos os crimes; esse vicio é a origem dos paradoxos gerados nos cérebros de todos os liberaes da antiguidade ; esse vicio é a origem de que alguns legisladores modernos admirem esses illustres visionários, que proclamaram o desejo de querer estirpar o mal moral na sua raiz, e annullar o direito da propriedade humana, como se os homens podessem calcar aos pés as leis da natureza, estando de mais a mais colocados nessas leis os princípios da mesma natureza; e como se o homem podesse de tal maneira figurar na sociedade, que sem embargo disso, quando se tratasse de se destribuirem as penas, e os prazeres não apparecesse logo nesse conflicto o meu, e o teu j não nascessem logo as palavras de mim, e de ti.= Deste desejo funesto de estirpar o mal na sua própria raiz, e desse mal entendido desejo de annullar a propriedade humana, como a fonte de todos os males moraes, nasceu este desejo de igualdade, que fez tão característica a Nação Franceza, como mui bem observou Mr. Chateaubriand. = Sr. Presidente, as Nações não podem querer, nem querem decididamente outra igualdade senão a igualdade perante a lei. As Nações querem, e devem querer a liberdade para proseguir e adquirir a segurança publica, e para conservar a liberdade, sem desordem. Sr. Presidente, disse um homem respeitável , o presente mais funesto que se fizesse a uma JVação seria dar-llie liberdade sem ordem, porque a liberdade também tem seus grilhões j o direito não é nada sem o dever j e a sociedade não dá senão em proporção daqnillo que ella recebe. = Resulta daqui, que a liberdade lem um termo, além do qual não é hcilo uilrupassar, sem cotnprometter a mesma sociedade, e se a ella se quer applicar essa vontade, naò pôde existir, mun pátie. prolongar a sua vida sem a segurança publica , porque a segurança provem da ordem, e a ordem e a segurança são a vida das sociedades, sem as quaos ella não pôde existir. Ora debaixo destes pontos de visla geraes, já e» tive a honra de apresentar um quadro a respeito do nosso l aiz o qual foi por algumas pessoas olhado, como muito carregado, sem embargo de que algumas dessas mesmas pessoas, poucos momentos depois se virtfm obrigadas a produzir factos., que provavam a minha asserção, e por isso não canço novamente a Gamara com a exposição desses factos. Mas não posso deixar.de dizer que a nossa situação de tranquilidade actual, bem longe de ser satisfatória , é muito melancólica, e que todo o cuidado e disvello dos .Mandatários do .povo deve tender a lazer restabelecer o império da lei, e fazer que a justiça seja supperior ao império das paixões particulares. Mas, Sr. Presidente, esse estado do Paiz

é por ventura filho de uma causa única? e pôde alguém marcar a época precisa e determinada de donde procedeu? Direi que não. Nas transições de um modo de existir para outro modo de existir, embora *eja melhor aquelle para que se passa , ha sempre momentos de crise, durante os quaes se sentem os inconvenientes dos dous regimens, sem se sentirem as vantagens de algum delles ; e se a respeito das pessoas se dá este caso individualmente, como não ha de elle dar-se na sociedade? A sociedade também passa por estas vicissitudes, e a calamidade, que traz comsigo é a guerra civil, e então o mal não é um mero fantasma; por isso em matérias de progresso e de melhoramento, talvez se caminhe mais indo mais lentamente. A natureza não dá salto, e os estômagos delicados morrem mais facilmente pelas indegestões, do que aquelles que se conservam pela sobriedade. Além disto, eu tenho a honra de pertencer a um partido político ; já aqui se declarou que a todo o Cidadão é licito pertencer a um partido, e eu accrescentarei que os partidos são in-distructiveis, e todo aquelle que se persuade que pôde destruir o outro illude-se (apoiados) e não pôde acarretar á sua Pátria senão calamidades aquelle que isso intentar.

Sr. Presidente, é preciso que os partidos entendam que se ha algum meio para os extinguir, não ha senão um, que é pela tolerância reciproca (apoiados). Direi pois que eu pertenço a um partido muito liberal, sim, Sr. Presidente, muito liberal, e assevero isto sem duvida, porque nenhuma dessas instrucçoes liberaes, que se acbam plantadas no nosso paiz, foram plantadas como filhas deste partido (apoiados)j todavia a respeito deste partido tem-se dito muita cousa; eu creio que os Srs. Deputados toleram eu dizer isto, porque publico é tudo o que se tem dito pela imprensa (apoiados)j tem-se pintado este partido cheio de ambição do poder, não querendo receber a Revolução de Setembro, como senos não tivesse-mos tomado parte nessa Constituição, filha desse movimento, porque a jurámos. Pois bem, o que me cumpre a mim, e a esse partido outra vez entrado na scena política ? o que me cumpre é observar a Revolução, que se tem feito na Nação, e seguir esse espirito nacional, mas isento das facções e de tudo o que se possa intender que eu quero tornar a a p parecer na scena política, mostrar que não tenho ambição de poder, e simplesmente dizer o seguinte: a Nação tem sede de ordem, a Nação tem precisão de medidas de-segurança, e também nós, membros de que se compõe a sua propriedade, também temos necessidade dessa segurança; pois bem, nós aqui estamos para fazermos as leis necessárias para concorrer com quanto da nossa parte possamos, para que delias resulte á Nação todo o berrí (apoiados prolongados)j e vós, homens que pugnasteis pelo novo systema, não estejaes persuadidos de que nós temos a mais leve ambição do poder; nós não queremos entorpecer a marcha da Constituição, e não queremos também offuscar-vos a vossa gloria. Esta é a nossa situação política, esle é o nosso systema; Sr. Presidente, estas são as razoes moraes de que eu fali o, e estas são as vozes que se fazem sentir na urna, e que se têem feito sentir nos j ornaes, e que já têem sido aqui também expostas nesta Camará, e esta é a melhor garantia que eu tenho para a conciliação dos partidos,, uma conciliação que vem das cousas e não das pee.-