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aproveitou ! Felizmente para a Opposiçâo, apfovei-tou a nassa lição, e vem agora o Sr. Ministro etnen-dar o seu erro, um pouco tarde é verdade ; rnas mais vale tarde que nunca. Feliz Opposiçâo! Assim el l a podes.se sempre tirar proveito das lições, que está dando continuamente aos Srs. Ministros. Se a illustre maioria da Camará não leve pois em vista senão receitar a censura, pondere que não fez nada, perdnu o seu tempo ; porque a censura está da* da. As boas censuras são as, que se Inflingem na opinião publica ; e -esta já lá está para perpetua memória, e para nunca mais se repetir esta falta, em quanto em Portugal houver Monarchia Representativa, e Deus ha de pertnitlir—^-apezar dos pec-cados dos Ministros—que seja por muitos séculos. Ora agora, se o outro objecto da Proposta do Sr. Ministro era, como parece, armar um laço aos Mem* bros da Opposiçâo, para ver se elles a receitavam, oh ! Que miserável lembrança! Pois nós somos facciosos? Graça» a Deus, que não; venha doMiniste-rio ou donde vier uma proposição tão justa, tão santa, como a que se apresentou, nós a approvamos. Assim e', que procede uma Opposiçâo, que está for* te nos seus princípios, forte no seu direito. (Risadas,) E que se ri dos miseráveis estratagemas que se lhe armam. Nesta notável transacção Parlamentar, que ha de ficar na memória de todos, ha de ficar também a memória, de quem foi faccioso, e de quern o não foi. Nós declarátno-nos hostis ao Ministério, impugnámos os Ministros , combatemos o lado direito, quando se fez uma proposição d'aquel-le lado, apresentada por um Ministro, nó* levantá-tno-nos todos e apoiamo-Sa : não direi o, que fizeram os illustres Cevaiheiros da maioria, quando rejeitaram a nossa proposição.

Ora agora, Sr. Presidente, venha a Deputação, a grandíssima Deputação, a grandjosa Dej:>utação, porque tudo, quanto for augmentar a solntnnidade deste acto, nos agrada muito; oxalá que a maioria nos desse tantas occasiôes de a seguir de vontade e coração! Nós não nos attrevemos a pedir tanta solem nidade para este acto, porque não queríamos sair dos caminhos parlamentares, seguidos sempre nesta Casa. E comtwdo eu não posso, nern perten-do negar, que tivemos em vista censurar os Ministros; não ha duvida nenhuma, que tínhamos essa intenção fixa, e determinada de os censurar. Pois nós não estamos em opposiçâo declarada ao Governo ? Os Ministros lêem a desgraça de commottpr um erro destes, e havemos de ficar calados? A Oppo-sição não dorme; está um pouco mais alerta, do que ellescuidatn, e dizem. Assim os Srs. Ministros, quando advertidos de seus erros, se corrijam tão depressa, que lhes havemos dar os devidos applausos, e ajuda-los nas votações. Voto pela Proposta do Sr. Ministro.

O Sr. José Estevão; — Sr. Presidente: eu também entendo, que o apparato da Deputação não destroe u impressão, que produziu à demora dessa homenagem, que se costuma prestar á Coroa. A Camará reconheceu hontem a Proposta da minoria, pôde avalia-la; e quando eu julgava, que ella prestaria homenagem aos princípios do Sysiema Repre-r sentutivo, ao respeito devido á Coroa, vi-a, pelo contrario , embaraçada por u um questão simples e tão fácil de resolver.

Sr. Presidente: eu voto igualmente pela Mea&ai VOL. 2.°—AGOSTO —1842.

gem ;proposta peio Sr. Ministro ; por^oe essa Mén* sagem satisfaz os meus fios, isto e, testemunha o respeito, qne todos tributamos á Coroa; é o dês* empenho de um dos nossos deveres, sendo ao mesmo tempo uma censura aos Ministros, censura que toda a estratégia da Camará não pôde já declinar.

Sr. Presidente: eu não tenho sentimentos nenhuas de cortezania, nem creio, queelles existam deste la-du; mas nós respeitamos as condições do Systema, estabelaeido no nosso Paiz. Concorde com este principio, é recebendo a Monarchia no estado, em quê e!la existe, com todas as considerações, que lhe dizem respeito, iíão sei esquivar-me ao reconhecimento da verdade fundamental, sobre que ella assenta* Mas o que eu não posso entender, e' este aggrega-do de esiaggeraçôes, estas excrescencia-s políticas, que não teern logar nenhum próprio, e fixo nas dou* trinas constitucionaes; o que não posso entender, é este Babel, onde se confundem todas as linguagens políticas, e esta esponja absorvente de todos os princípios, em que todos perdem a sua eíficacia ; este boneco, para assim dizer, de modas políticas, ern que apparece uma manga á doutrinaria, outra á republicana, jacobina, etc. (riso). Isto e', que eu não percebo, e isto é o que retraia fielmente a maioria da Camará.

O Sr. Miranda : — Sr. Presidente : quando eu vo* tei pelo addilamenio do Sr. Duarte Leitão j só tive em vista, que era um tributo de consideração e ho* menagem pela Soberana, objecto este tão digno , que rne moveu a votar por el*e. Pela mesma razão apoiei a Proposta do meu amigo, o Sr. Ministro do Reino; e quanto mais sole.rn.ne for essa demon* stação de respeito e consideração, mais seguimos o caminho do SysJema Representativo.

Devo todavia declarar, que não encarei o aridi-ta* mento, corno uma censura. .Eu tenho coragem suffi* ciente para accusar o Governo; mas não ha de ser n'uma questão d'etiqueta , ha de ser em questões mais vilães. Todavia, approvando esta Proposta, approvaria ainda outra mais lata; e se apperecer outra iatissima, hei de approva-la também.

O Sr. José Estevão : —* Eu pedi-a duas vezes e três, Sr. Presidente; porque estou acostumado a pedif umas poucas de vezes para V. Ex.a m'a dar uma vez só; peço muito para me ciarem alguma cousa. Se V. Ex.a não fosse tão escaco, escusava eu de tomar esta precaução.

O Sr. Presidente: — Eu noto ao Sr. Deputado, que todas as suas allusões não rne fazem perder o meu sangue frio, nem esquecer do meu dever*

O Sr. Almeida Garrett: — Eu hoje para a apanhar uma vez, sabe Deos o que me custou (riso)*

O Sr. A. AIbano; —- Começo por dizer, Sr. Pré* sidenie, que no pouco, que tenho a dizer, espero não ser correspondido com risadas, que nãosejcim desta Casa, e dos bancos dos Deputados, começo por prevenir com esta declaração, que sejam quaesquer que forem as impressões , que as poucas palavras que tenho a dizer, h«jam de causar nesta Casa, sejam ellas unicamente mostradas pelos {.ilustres Deputados, que lêem assento nesta Casa ? e não por potros quaesquer indivíduos, que se vjchern nella,

O Sr. Presidente:—-Antes pelo contrario tenho1 visto as galerias conservarem-se com decência.