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não tom gente capaz. J)e mais o syslema é vicioso porque são eleitos do próprio Julgado, e tractam de beneficiar os seus parentes a amigos. De mais a mais são um elemento de chicana continuada. Quer V. Ex.* saber o modo porque se tractam as causas nos Julg»-dos? É o seguinte: — Propõe-se uma acção, a primeira cousa que faz o Juiz Ordinário juntamente com a parte adversa é dar Iodos os Juizes por suspeitos, aqui começa a chicana ; começa-se a correr a Tabeliã dos Juizes sem se achar um, e nisto gasla-se uns poucos de mexes, o no meio de tudo isto vêem, os incidentes que sempre entorpecem a causa. Eu não quero di/er que st: extingam todos, pnr ora não é possível ; mas quero que acabem na maior parte, o que e pôs-sjvel, porque ha Comarcas que são pequeníssimas, e estou que taUez uma duzju de Juizes servissem para acabar com os Juizes Ordinários em muitas parles.

Hm matéria de citações quer V. Ex.a saber o que acontece? Em Soure para se citar uma parte, um pó. bre homem foi obrigado agastar mais de trinta moedas, porque o parti1 fugia do Julgado de Sourc para o de JVIonte-Mór, de Monte-Mór para Tontugal, e assim andou por espaço de ânuos fazendo este giio continuo sem ser possível fazer-se a citação!

Eu quero que se remedeie o maiã necessário, e para isso ?e rcuna uma Com missão Especial ; mas o que eu proponho nem mesmo altera as ide'as dos dois illuslre Deputados; vá a Substituição á Com-rnissão, e se a Commissão intender que pôde ir apresentando os seus trabalhos divididos, isto e que pôde iipicatjiitiu a Tabeliã, que necessidade ha de se ap-provar o Requerimento do meu ColKíga c parente, e approvar-se no outro dia o mesmo paia o mesmo fim, nomeando-sr duas CommiibufS dillL-re tiles ? Nomeio se nina Commissão que satisfaça a tudo isto.

Sr. Presidente, eu ofliTcço esse meu Requerimento como Emenda ao outro, e intendo que aos homens práticos desta (/amara nçio hão de escapar as razões que eu apresentei. É de absoluta necessidade, e tão necessário como a reforma da Tabeliã o fazerem-se as alterações que a experiência tiver reclamado nos outros ramos apontados, e parece-me que o meu Re-querirnento deveria merecer a approvação da Camará, principalmente daquelles que estiverem versados nestes objectos, e que sabem o que se passa nas Províncias.

O Sr. Barjona: — Sr. Presidente, declarei, e parece-me que do um moiio bem explicito, que não negava a necessidade de uma Commissão examinar a Novíssima Reforma, c propor as emendas, as modificações que julgasse necessárias; longe de mi m o di zer o contrario; mui explicitamente disse queappro-pava a idéa, o meu fim é não prejudicar uma cousa simplicíssima e de primeira necessidade por querer mistura-la com outra que com quanto importante e necessária comtudo não o e tanto, e c muito rnais difYicil, c sobre cila ha de haver grandíssimas discusquando sobre a Tabeliã ainda que algumas

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haja e de esperar que não sejam tantas. Vamos fazendo aos Povos os benefícios que e possível fa/.c-r-Ihes já, c esto beneficio de melhorar a Tabeliã dos emolumentos e salários dos Empregados Judiclacs é um grande beneficio, que se deixa ver ale pelos clamores delles, e por algumas cousas que sabe toda a gente.

Portanto não me opponho ao Requerimento do Sr. Deputado, longe de mim, approvo-o muito; u

rninha idea c que sejt» muito embora a mesma Com-miibào; tnas declare-se que não soja prejudicada u matéria do meu Requerimento por se querer discu-tif com a de outro*; que apresente separadamente primeiro o Parecer sobre o meu, e depois irada rú dos outros, e este meu que seja apresentado apenas se examine; é desse quç deve tractar-se primeiro: discuti-lo na Commissão, examina-lo o melhor pos-sivel, c depois apresenta-lo a esta Camará independente doe outros, Esta o a minha opinião.

Os Porluguezes querem o optimismo, a perfeição. É este o defeito geral em Portugal e particularmente? nas Camarás de Portugal: sempre o estamos vendo aqui.

Portanto nomei-se muito embora a Cumniusão para tractar do Requerimento do Si. 1'ivilas, mus não seja embaraçado o objecto do meu Requerimento por esse, seja encarregado á Commissão que o tra-cte iogo independente do outro.

O Sr. Alves Vicente: — Sr. Presidente, julgo que o rnais conveniente, e de certo um serviço que se laz ú Nação é poupar á Camará o tempo ião necessário para negocio? de tanta transcendência de que tem a tractar: mas o que está cm discussão c do certo lambem um daquelas, qm- demais transcendência e para o Paiz (O Sr. Passos Manoel: —Apoiado). Uma grande calamidade ha em Portugal, o Cala calamidade é dtí certo o abuso, qiu- se ttíU) feito da Tabol-la Judiciaria. Km toda a parte não se conta por um modo regular, e a ambição dos Juizes, e Empregados faz com que á interpretação da Tabeliã Judiciaria seja differente do que deve ser, isto salvas sempre as honrosas exepções. Pela practica quo lenho do foro observei cousas inauditas, encara-las seria talvez trazer a esta Camará a recordação de que uma vara de ferro e precisa para fazer corn que se administre justiça em Portugal (O Sr. fas&os Manoel: — Apoiado).

Sr. Presidente, tuna Comarca conheci eu aonde não havendo discussão se contaram os emolumentos como se na verdade existisse a discussão! Ha actos de tal natureza, que a sua narração enjoa o homem mais indiferente, rnas no homem, que deseja o bem do seu Paiz, quando estes actos são practicados p< Ia Aucloridade não e só o enjoo que deliu sn apodera, é também urna justa indignação. Devia dizer tudo, tudo revelar, mas não direi, porque na verdade não se traclando de uma accusaçào a decência Parlamentar pede, que se não diga o nom,e do Juiz, nem se cite o nome da Comarca, mus o facto passa na verdade. Eu conheci uma outra Comarca aonde para se prestar juramento aos Louvados não bastava um só neto, um só termo, prestava-se-lhes em diversos lermos, c de tudo se contavam custas, augmcnlando assim a despeza das demandas, quo por si só jú são um mal..