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membro da Commissão satisfez-me até certo ponto, mas creio, que o Governo está desprevenido de que se tracta hoje da discussão deste projecto. Todavia se concorda com as suas disposições, toda a responsabilidade cahirá sobre elle.

O Sr. /. M. Grande: — Parece-me, que a presença do Governo se torna desnecessária, visto que o Sr. Relator da Commissâo acaba de dizer, que elle está perfeitamente d'accordo com este projecto.

Sr. Presidente, nós, na approvação deste projecto, fazemos um importante melhoramento a este ramo d'instrucçâo publica. Havia uma escola veterinária; mas era muito imperfeita. Nisto não ha meio termo ; cousas d'instrucçâo, e sobre tudo d*ins-trucção superior, ou se hão de levar á perfeição a que se devem levar , ou então não produzem resultado. Adoptado o projecto, fica realmente esta es-có!a no par da perfeição das escolas veterinárias da .Europa ; e por consequência poderão deduzir-se as vantagens, que destes estabelecimentos se podem esperar, sem que obste o pequeno augmenlo de des-peza , que se apresenta. E eu digo mais; se a escola veterinária se pozer no pé em que julgo se deve pôr p'r este projecto, poderá talvez costear-se ssrn despeza nenhuma para o lhesouro; porque as enfermarias, que nella se instauram para o curativo de todas as cavalgaduras da capital e subúrbios, poderão dar para o costeamento ; o que agora não acontece, porque existem alli enfermarias, mas estão desertas, por não haver os meios precisos. .Foi approvado o art. 4.° Sobre o art. 5.° disse

•. O Sr. Fonseca Magalhães: — Eu desejo circums-ciever mais este artigo, sem embargo de não desconfiar, que se façam despezas maiores : temo cotn-tudo, que a facilidade de as auctorisar induza ao defeito de as fazer. A escola veterinária está estabelecida n'um edifício desta capital ; e aqui declara-se, que o Governo poderá dispor de qualquer edifício nacional. Eu teria a honra de perguntar aos illuslres Deputados, que confeccionaram este projecto — se é insufficiente o edifício em que está actualmente a escola veterinária. (O Sr. Ferreri: — li insufficientissimo.) No estado em que está, lambem o julgo insufficienle ; mas creio, que tem capacidade para se melhorar. Eu já o vi, quando •em virtude de minhas funcçôes publicas fui chamado a inspecciona-lo: pareceu-me então, que carecia d'obras; mas ha a!li proporções, que não creio haja n'outro qualquer, ao rnenos, em Lisboa, como é a situação arejada, salubre, um grande espaço de terreno , que pôde servir para o que aqui se chama horta, capacidade para enfeitarias etc. Portanto, sendo isto assim, já se poderia consignar que no actual edifício se fizessem as obras necessa-jias para íevar o estabelecimento ú perfeição.

Eu não desconfio: mas ha um grande desejo de lançar mão de edifícios que nem sempre são os melhores: c parece-me que a commissão não terá duvida em acceilar estas observações. Se a commissão estivesse habilitada para estabelecer o máximo da despeza, melhor era. Eu não desejo que por largueza de mais, depois se não faça cousa nenhuma. Cir-cumscrevamos e limitemos os objectos, porque se obtém mais. Vejo talhar obra de mais neste artigo. Não considero que se deva ir fazer um edifício, dan-SESSÃO N.6 11.

do residência aos empregados. Nesta escola indis-pensavelmente ha de haver enfermarias ; sem duvida, ha de haver um indivíduo ou dois, conforme o estado dos animaes, de cuja saúde alli se tracta, que façam serviço" nas enfermarias; ha de haver um offi-cial que torne conta do estabelecimento; ha de haver guardas que se devem alternar; mas para isso não e' precisa a residência.

O Sr. J. M. Grande:—Sr. Presidente, quando eu vi que se tinha impresso este projecto, e que havia de discutir-se, visitei a actual escola veterinária para conhecer se com effeito ella tinha as condições hygienicas, e a capacidade necessária para alli se estabelecer a mesma escola; e achei que posto o local não seja o mais completo nem offereça as com-modidades e proporções mais desejáveis, todavia poderia desde já, melhorando-se, servir para o estabe-cirnento da escola. Bem vejo que seria muito mais conveniente ligar este estabelecimento com um estabelecimento agrícola, com que os francezes chamam ferrnes modeUes- porque todos sabem que onde existem os animaes, é que podern existir as melhores culturas, por causa do principio fecundante dos estrumes. Mas isso não se-poderia fazer sem transferir a escola veterinária muito para longe de Lisboa; indo, por exemplo, uni-la com o estabelecimento de agricultura que o Sr. Ministro do Reino projecta estabelecer, (e honra lhe seja feita por isso) na Cartuxa d'Evora. Mas não sei se se tirariam desde logo desta escola, afastando-a de Lisboa, as vantagens que se podem aqui obter. Entendo, pois, que o estabelecimento deve ficar por ora em Lisboa; mas é necessário melhorar muitas cousas. Eu vi que as enfermarias eram péssimas, que eram húmidas, posto que o local seja sadio.

Parece-me com tudo que não haveria inconveniente, antes seria vantajoso que nós fixássemos o máximo da despeza, que o Governo deve fazer annual-mente com este estabelecimento, e que disséssemos de onde havia de sair: se se dissesse, por exemplo, que o Governo poderia despender cada anno dois ou três contos da verba destinada para as obras publicas, parece-me que o artigo poderia ser approvado; mas não apresenta-lo em tal latitude que possa dar azo a grandes despezas, pondo-se talvez de parte um estabelecimento que mereça mais attenção.

O Sr. Ferreri: — A commissão não fez mais que repetir o que o Governo exigia; convencida de que elle não pediria esta auctorisação, quando se persuadisse de que o próprio edifício, em que hoje está a escola veterinária, podia adrnittir o desenvolvimento necessário para a accomodação deste estabelecimento.