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mente algumas vezes, mas sem um caracter de guerra , sem um caracter regular; portanto o Ministério consignou aquella expressão, porque a julgou mais propr:á para significar aquillo que existia. Disse-se , qura segurança publica nunca esteve tão má, (e disse-o um nobre Deputado pelo Minho, se bem me lembro) e que estava mesmo peior que quando se tinha feito a lei para as Guardas de segurança publica ; o Sr. Deputado avançou esta asserção , e ouvi •de differentes lados da Camará fazer outras análogas; entretanto a estatística dos crimes mostra que elles não têem augmeniado nessa progressão; e certo que não têem diminuído quanto era paradesejar; quanto o Governo deseja, e a Camará igualmente: vi que se fazia allusão a certos Districtos, e que effectiva-mente um Sr. Deputado, creio eu que por Coimbra, fallando muito eloquentemente, e d'uma maneira, que certamente nem eu posso, nem emprehendo imitar, disse que havia crimes horrorosos, e que o Governo tinha tomado providencias enérgicas; que o Commandante da sub-Divisâo Militar de Coimbra tinha feito serviços importantes, e não deixou de reco nkçcer que o Governo se tinha empenhado quanto cabia em si, tirando todo o proveito das leis policiaes, sem comtudo as postergar: e certo, Sr. Presidente, que os Srs. Deputados, que advogam (mas não mais do que eu) que a santidade das leis seja sustentada, e que não se exorbite um ceitil (permitta-se-me a expressão) do que ellas marcam, esperava eu que me fizessem uma accusação por ter pelo meu Ministério dado uma latitude ás leis, que parecia alguma cousa maior, do que aquella nellas marcada, mas as leis policiaes, Sr. Presidente, entendo eu que nos fornecem meios para poder usar-se delias de um modo, tanto, ou quanto descricionario relativamente á by-pothese apontada; é pois o que se fez antes de serem presos osReos, e logo depois foram entregues aos Jurados, e seguramente não e'culpa do Ministério que os jurados tendo conhecimento desses crimes, pelos quaes elle é hoje nesta Camará accusado, absolvessem os homens, que os tinham perpetrado: o Governo tomou medidas enérgicas, mandou força para aquelle Districto; não se suspenderam as garantias , não se fez nada disso, mas deu-se toda a latitude ás leis repressivas: então, Sr. Presidente, parece-me que e com muito pouca justiça que seac-cusa o Ministério dessa falta de segurança; não é sobre el!e que recahr o odioso que effectivamente resulta daexisteucia dessa falta; não pertendo também, faze-la recair sobre ninguém, senão sobre ascircums-tancias especiaes, em que o Paiz desgraçadamente se tem achado; falto de forças, sem o dinheiro necessário para se crearem essas Guardas de segurança a que se aliudiu, porque o Governo não havia ircrear Guardas de segurança, quando não tinha gente para estabelecer os cascos dessas Guardas, e quando não tinha dinheiro para pagar ás tropas, que existem (apoiado, apoiado) ; não havia de if estabelecer corpos novos, cuja sustentação era indispensável estar em dia, como succede com a Guarda Municipal de Lisboa; porque Guardas dessa espécie, Sr. Presidente, não lhe nego o patriotismo, têem tanto como qualquer outra, mas todos sabem queessas Guardas estão em dia, e que e' preciso que o estejam.* a tropa de linha não lhe cede, assim pelo que respeita á disciplina rígida, que tem, e por costume de ha tantosannos; e aoffre coun gosto esse sacrifício, quando

vê que emprega os seus exforços a bem do socego ds Nação (apoiadoj apoiado); e apezar do ecco, que possam produzir lá fora asserções aqui ernittidas, eu espero que ella continuará na mesma honrosa carrei-ia (apoiados). Digo pois que não pôde ser um crime, e que o Ministério não pode merecer a menor censura, porque a segurança publica n ao esteja elevada ao gráo, que nós, e a Nação inteira desejamos; por consequência a respeito de segurança publica pouco tne estenderei, se d'um lado se tem criminado o Governo, do outro não se tem feito menos; mas cada um dos Srs. Deputados, quando tem fallado, falia relativamente ao seu Districto, de que mais conhecimento tem ; mas o Ministério o tem de todos, porque está de posse de todos os documentos a esse respeito: hoje póde-se dizer com verdade, que não existem guerrilhas na Beira Baixa, não existem no Minho; foi morto o Quingostas, que tendo-se compromettido a que havia de ser um cidadão pacifico, e honesto, faltando a todos os seus protestos, Sr. Presidente, perpetrou um assassinato; foi julgado pela auctori-das judicial; requisitou-se então ao Ministério força para prender esse homem, que era perigoso; requisitada esta força foi com effeito preso, e depois de preso quiz evadir-se; a escolta usou daquelle direito, que tinha obrigação de usar, fez-!be fogo, emalou-o; desta maneira, Sr. Presidente, não existem h«je guerrilhas d'um caracter político, que não sejam oc-cultas, ou em dispersão; tratam de se reforçar, mas o Governo vigia, observa-lhes os passos, não os deixa proseguir, e assim não se pôde dizer que esteja alterado o socego do Reino, geralmente fallando.