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isse mais o nobre Orador —« que o "exclusivo alliviava o mercado no Porto»—-eu creio que S. Ex.a aqui trocou alguma palavra... (O Sr. /. .//. de Campos: — Alliviar o mercado dos vinhos no Douro) esse é o nosso fim , é alliviar o mercado no Douro reduzindo a aguardente as 20 mil pipas de vinho que se não podem consumir; isso está consignado na Emenda, e não obstante etrcomo Membro da Commissão tencionava pedir que se votasse salva a redacção, a fim de, que essa idea fique bem consignada.

OnobreOrador entrou em algumas considerações -geraes muito brilhantemente, e realmente a base que apresentou, e para brilhar —« a industria está decadente ; esta industria' soffre a sórle de todas as outras» isl.o para fazer uma dissertação académica « magnifico: mas S. i£x.a disse—w que a industria do vinho do Douro tinha soffrido a sorte de'tod-as as industrias, e ate exemplificou algumas que esti--veram muito florescentes, e porque os 'lenrpos mudaram, novas invenções, novas modas, já, não existem, ou se existem e em tal estado devdeca-flen-cia-, que ningriém nem os Governos .tractairt de reanima-las, por isso que essa reanimação nào lhe faria nada ,por estarem em opposição ao estagio actual do Mundo Givilisado» (Supponharnos). Sr. Presidente, o estado da decadência do Dou-•-ro-e conhecido, e contra factos não ha argumentos; e rnuito conhecido. S. Ex.a disse-nos que o Douro era um enfermo de sesôes , e qua ò queria-mos curar com veneno; não, Senhor ; -nós queremos curar o Douro com o remédio conhecido e experimentado, que e como fazem es bons Facultativos ; o Medico que tem experimentado um remédio, e que tem curado com elle todas as enfermidades da .mesma natureza, de certo que não se expõe a curar o enfermo com outro, de que ainda não conhece o resultado, vai aquelle que já está experimen-do ; se o Douro tem sesêes , de certo que não havemos de i-r buscar o veneno para o curar, nem um- remédio desconhecido; mas o quinino que e o remédio conhecido como antídoto das sesôes. Ap-plicar-lUe-hem-os o remédio-, que por\ espaço de 80 ânuos curou aquelle Paiz, ao menos que o tornou robusto e forte , tão robusto e tão forte, que todo o Paiz tirou as maiores vantagens da florescência daquelle Commercio, e da robustez daquelle doente, e posso affirmar, que a industria do Douro não soffreu a sorte das outras industrias, com que o no? bre Orador exemplificou o argumento:; e que não soffreu essa sorte, basta saber que noestado em que se acha Daquelle Commereio, lá vai a mesma quantidade de vinho para Inglaterra; rnas a isto djz elle:—-se vai a mesma quantidade, eníão não é necessário, exclusivo.—Ora aqui é qtse ha o grande segredo, não o segredo a que se referiu o nobre Oraclor, que primeiro combateu o -Projecto, e que o anno passado também o combateu, que e' matar o homem de Mezãofrio nas prisões: a Companhia «ao teve nada com isso, a Companhia nunca matou niuguem, foi a Alçada dos Juizes que o culparam e prenderam ; se os Juizes se excederam, o nobre Orador que lhes torne as culpas; nem o segredo do homem perseguido por ter as uvas no lagar; se elle passou as uvas que eram de fora.da demarcação para lagar, que estava denlro da demarcação, cornmetteu um crime, por que devia ser pu-

nido, agora se foi com mais ou menos rigor, os Juizes que respondam ; mas o segredo não e este ; o segredo que ha no'Cotnmercio dos vinhos do Dou» ro, eu vou expô-lo. — Não ha segredo, nem vantagem em mandar constaritemenle a mesma quantidade de vinho para Inglaterra ; mas segredo é em mandar sempre o mais genuíno que se possa produzir: o segundo segredo é, que em troca destes vinhos t»os venha a maior porção de dinheiro que poder ser ; e o terceiro segredo, e este e' o mais útil, que este dinheiro não fique só em proveito do Negociante do 'Porto, tnas que se reparta pelos Nago-ciantes« Lavradores ; para estes segredos produzirem o verdadeiro effeito, é que nos não basta mandarem-se as 25:000 pipas, como se manda agora ; porque, em Jogar delias trazerem para Portugal 10 ou 12 milhões, como traziam quando o segredo regulava, trazem só 3 ou-l milhões. Eis-aqui está porque o segredo não regula hoje, nem pôde regular, em quanto existir a liberdade de Commercio, por que os nobres Oradores tanto propugnam ; os Inglezes bobam o vinho caro ou barato, como quizerem ; a nós o que rros conve'm e , que nos venha a maior porção de drnhuiro possível , e não e para que-fique este dinheiro nas mãos dos Negociantes, e' para que seja repartido também pelos Lavradores» Portanto o argumento de que indo a mesma quantidade de viniio para Inglaterra, não e' necessário o exclusivo, não prova nada, porque labora sobre um principio errado e inexacto, assim como também nào prova o dizer-se, que a Companhia, a instituição da Companhia não concorreu nada para o augmento da exportação do vinho do Douro; porque a Companhia não foi instituída nem para augrnentar,. rrern. para diminuir a exportação; foi creada para restaurar o Commercio que estava abatido naqueíia occasião, e para conservar d'ahi por diante a genuinidade do vinho, e para pela sua concorrência no mercado do Douro evitar o couluio ' dos compradores em detrimento dos Lavradores. Portanto, os cálculos que se fazem de 20 annos alr?4Z , de 20 annos adiante, estos cálculos não valem nada para o effeito, bem como não vale também o dizer-se, que nós ainda'mandamos para Inglaterra a mesma quantidade de vinho ; mandamos, mas não nos vem o mesmo dinheiro, que é o que nó» queremos, e de, que necessitamos.