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Deputado quizera eu ver em Iodos os estabelecimentos d'instrucção superior: a maneira de bem premiar o merecimento é com as demonstrações publicas. Por esta occasião lenho a honra de apresentar um destes documentos que recebi d'uma das mais acreditadas sociedades scienlificas de França em consideração d'um livro que publiquei com o titulo de código pharmaceutico lusitano, que se acha por decretos e pela ultima lei vigente, constituído em pharmacopea legal do Paiz ; esta medalha esti-i mo eu tanto (ou talvez tanto) como uma Grã Cruz : (apoiados) eu não contava com a questão,, trouxe isto na algibeira por casualidade. Mas quando este sistema fosse adoptado em todas as outras escolas , talvez quizera que a respeito desta se fizesse uma excepção , para que fosse pecuniário o prernio para estes alumnos. Por mais que trabalhem os facultativos veterinários no nosso, Paiz hão de luctar por muito tempo contra o juiso e preconceito publico: eu declaro que não tenho tal preconceito; ora como os alumnos que ahi hão de ir, não hão de ser tirados daquellas classes, dasquaes se mandam para a universidade e outras escolas, que actualmente existem, mas sim hão de sair das classes menos elevadas da sociedade, por isso ainda que em todas ellas se houvesse estabelecido este sistema, eu ainda faria uma excepção para a escola veterinária, para que os prémios fossem concedidos em dinheiro a fim dealtrahir assim mais alguns alumnos que hão de ser tirados das classes menos abastadas da sociedade, por isso sustento e voto pelo artigo como está.

O Sr. Ferreri; — Eu fui completarnente prevenido pelo illustre Deputado, que acabou de fallar ; igualmente partilho as idéas do Sr. Alves Martins, nesta parte é o brio que deve ser tudo e não o prémio pecuniário; estou neste principio; mas como as pessoas, que hão de concorrer a esta escola, hão de ser das classes menos abastadas da sociedade , .entendo que é mais útil dar-se-lhe um prernio em dinheiro. Eu pela ininhn parte insisto no artigo tal qual se acha.

O Sr. José Loiirenço da Lu%:—Eu levanto-me para apoiar a emenda que o Sr. Alves Martins propõe; conformo-rne mais com as idéas do Sr. Deputado; parece-me que elle tem razão. O pensamento do artigo é menos nobre porque senão funda talvez sobre o verdadeiro conhecimento da condição humana; quando se tracta de recompensa litleraria e' mais sobr« a emulação, que sobre o interesse, que se fazem os esforços do entendimento. Como é que se hão de premiar os esforços académicos, ha de ser com o prémio de 15JIOOO re'is ? Não acho digno que se recompensem trabalhos d'intellectua-lidade com a quantia de 15$000 réis, que se acha estabelecida no artigo : desejava antes que em lo-gar dos 15^000 réis, se concedesse uma outra demonstração e consideração pelos seus estudos; não tenho duvida que seja, ou a medalha em que fal-Jou o Sr. Alves Martins, ou um prémio de livros: isto é o que se usa na escola medico-cirurgica de Lisboa e Porto. Ahi os estudantes que aspiram a este prémio, fazem esforços grandes, apesar do prémio ser só um, e ainda que os estudantes beneméritos sejam dous, ou três, ficam contentes com o titulo que se lhes dá; porque significa consideração por estes grandes esforços. E fundado neste princi-SESSÂO N." 12.

pio que eu entendo que era mais digno do objecto de que se tracta, que em logar do prémio de 15$000 re'is conferido no artigo aos estudantes beneméritos daquella escola, se lhe desse uma obra a rnais considerável nos estudos da arte veterinária; esta e' a ide'a que eu desejava fosse no artigo, e voto por ella.

O Sr. Alves Martins:—A vista do que disse o nobre deputado relator da Cornmissão, vein muito a propósito — vídeo meliora , probogue, deteriora sequor.—O illustre relator da Commissão reconheceu, que o meu pensamento é melhor; vai crear-se uma escola, e continua-se com o mesmo sistema, que actualmente existe: eu declaro, que é impossível, que baja um entendimento cultivado nas letras, que não deixe de reconhecer, que é muito menos nobre o prémio de 15$000 réis para recompensar um estudante de mérito, do que uma medalha de distincção comoaquella, que apresentou o Sr. Agostinho Albano; porque aquella medalha ha de existir ainda depois delle, e os 15/000 réis hão de gastar-se. Mas diz se: este prémio é que se dá em Coimbra ; pois então porque ha um outro abuso, segue-se que nós devemos legislar por este abuso? O ponto está em conhecer a verdade uma vez; desde o momento, que a conheço, hei de votar por ella: por consequência o haver esje prémio em Coimbra não pôde valer de razão para que se estabeleça o mesmo n'urna escola que se vai crear de novo: desde o momento que se estabeleça o prernio de 15$000 réi.;, nunca se bade tirar o resultado, que os nobies Deputados esperam ; porqne não é e»* quantia, que ha de fazer com que os discípulos frequentem a escola veterinária : por isso peço á illustre Commissão que elimine esta parte do artigo, e que a com m u te. n'uma medalha, que é isto mesmo, que se está usando em toda a parte: porque esta não depende d'um ou outro ministério, depende do mérito do estudante; e vale mais que a Grã Cruz, como mui-to bem disse o Sr. Deputado Albano. Portanto eu pela minha parte não voto pelo prémio de 15^000 réis, voto por outra qualquer distincção, que a Commissão adopte, menos a pecuniária.

O Sr. Fonseca Magalhães: — Ouço dizer aqui na minha visinhança, que a questão não vale o latim , que se tem gasto nella: eu não sou inteiramente desta opinião : entendo, que ella vale o latira e o portuguez. (apoiados)

Sr. Presidente, os princípios em que o illustre Deputado assentou as suas reflexões, são verdadeiros e sólidos; como taes os reconheceu o nobre Deputado o Sr. Agostinho Albano: sendo isto assim, porque havemos de sacrificar o melhor áquillo que conhecemos ser peior, só porque existe? Mas não existe tão geralmente como se diz; porque estabelecimentos literários ha neste paiz, onde os prémios aos alumnos não são pecuniários: eu tenho medo que este prémio pecuniário n'uma grande cidade sirva de excitamento á tentação.