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de fàííar, que se não podia, ou que era de pouca importância o fixarem-se as condições, ou os termos, porque devia ser feita a operação de que ti acta o Art. 2.° pois que dependia ^ e se reduzia em summa ú confiança , que no Ministério tivessem as pessoas, que quizessem contractar. Esta doutrina até certo ponto é exacta. No entretanto nunca é inútil executar a Caria, e nuo se fixarem as condições do contracto é prescindir das attribuições, que a Carta concede ao Corpo Legislativo ^ porque essa operação, mais por aqui, mais por acolá, vem a ser um empréstimo 4 pertencendo ás Cortes fixar os termos, em que elle pôde ser contrahido. Se ao menos se nos apresentassem os termos geraes, ainda que não viessem todos os promenores dessa operação, poderia mais facilmente admittir-se : mas prescindir absolutamente de todos os esclarecimentos, e votar ás cegas para que o Governo faça essa operação, não me parece conveniente. Agora quanto á outra parte, que depende da confiança do Governo, convenho até certo ponto; mas não é rigo* rosamente exacto. O Governo pôde merecer confiança para a gerência dos negócios políticos, e muito pouca para a das Finança; porque entre uma cousa e outra ha alguma differença* Aquelles que con-tractam com qualquer Governo, por muita confian*. ca, que elle lhes mereça, recordam-se também, que esses Ministros não hão de ser sempre os mesmos. E de mais, ninguém arrisca o seu dinheiro, tendo a possibilidade de perder, em vez de ganhar. Assim os Capitalistas medem a confiança, que lhes inspira qualquer Governo, pelos meios, ou recursos, que elle tem de lhes pagar o capital, que lhe emprestam, e os respectivos interesses. Ora pergunto eu ; e poderá qualquer pessoa, que se proroptifique a contractar com o Governo, ter grande confiança no nosso estado actuai financeiro , para dahi concluir que com effeito se lhe cumprirá religiosamente o seu contracto í

De todas estas considerações é que ha de resultar a vantagem ou desvantagem delle, e não somente da confiança que podem merecer aos Contracta-dores as pessoas dos Srs. Ministros*

Limitarei aqui as minhas reflexões, e concluo dizendo, que espero novas explicações, que me habilitem a votar. Insisto com tudo em a necessidade de se fixar um praso mais curto para aauctorisação, que se nos pede.

O Sr. Presidente: —• Está chegada a hora destinada para as explicações, que os Srs. Deputados qui-zerem dar ainda relativamente ao Projecto de Resposta ao Discurso do Throno. Tem a palavra o Sr. Miranda.

O Sr. Miranda: — Sr. Presidente, quando, na Sessão de Quinta*feira passada, o illustre Deputado o Sr. Atíonseca pediu a V* Ex.a, que consultasse a Camará sobre se a matéria estava discutida , eu pedi por essa occasiào a palavra a V. Ex.a para combater esta proposição, porque entendi, que em objecto de tauta importância se não devia suffocar a disctrssão; entretanto a Camará decidiu o contrario, e, contra minha opinião, foi votada a Resposta ao Discurso do Throno em globo.

Sr. Presidente, eu tinha dito nesta Casa, e já o disse pela imprensa, que acceitei a Revolução de Setembro como um facto consummado, é que tinha observado a Constituição de 38, que delia di-YOL. 2.° —AGOSTO —1842.

manotJj eotw toda a lealdade: e espeto, que nín* giietn o contestará, porque entendo, que em Política-os factos consummados são muito, para não dizer tudo: porque não quero deixar campo aberto ás revoluções* Como podia eu pois sem contradic-ção, depois de estabelecer este principio, votai contra o movimento de Janeiro?

Sr. Presidente, eu também não podia approvaf de maneira nenhuma a Substituição apresentada por um illustre Deputado deste lado; porque via nella dous objectos ; um^ considerar como não con* cluido o movimento de 27 de Janeiro, e isso não» podia eu querer, porque era , como já disse, deixar campo aberto á contra-revoluçâo ; e também porque via, que a Substituição tendia a derribar o actual Ministério, o que eu entendo inopporluno; porquê, attento o estado da Camará, pergunto aos nobres Cavalheiros, que sustentam essa Substituição, de quern se havia de formar o Ministério, que substituísse o actual? Se attendermos ás condições do Governo Representativo, devia s^r tirado da maioria da Camará; e então seria, não uma Substituição de Systema, mas de homens; e, homens para homens, é melhor deixar t os que lá estão p porque uma crise ministerial é sempre um mal para o Paiz. Seria esse Ministério composto pela Esquerda ? Muito o estimaria ; mas também me parece impossível na actualidade. Pelos Doutrinários? Perdoem-rne eiles ; mas e'a ulli na gente aquém eu daria o meu voto* Os Doutrinários em toda a parte teem sofismado a Liberdade: jamais terão o meu voto. Polignac * no Castello de Pincennes, disse; muito claramente: são elles , que perderam a Liberdade , e que hão de perder o Paiz. E se este norne e suspeito, lembrarei outros, que o não pó* dera ser. Ainda ha poucos dias, nas Camarás Fran* cezas , Odillon Barrot e Berryer . * disseram , que os Doutrinários punham ale em perigo a existência da nionarchiái Eu vejo-os apparecer sempre no dia seguinte ao do combate; mas em quanto ha perigo desapparecem.

Por tanto, eu não podia deixar de votar pelo Projecto da Commissâo: se outra fosse a maneira de votar; se fosse § por § eu havia de votar de dif-ferente modo.

O Sr. Lacerda: — Na hora, em que estamos já estão desligadas as ide'as da discussão da Resposta ao Discurso do Throno: cedo pois da palavra, c aproveitar-me-hei delia na pri"meira occasiào, para me explicar, como preciso»

O Sr. Fonseca Magalhães: —Sr. Presidente, não sou eu que me resolva a entrar em explicações sobre objectos importantes no estado de desfalleci-mento, equasi de solidão da Camará; prefiro prescindir de taes explicações, posto que me parece, que eu estava no caso de as dever dar, e que devia contar com a benevolência da Camará para as ouvir. Pôr este motivo, perdoem-me aquelles Srs. , tenho a benevolência de alguns raros nobres Deputados , que estão presentes, tão raros como os navios d'Eneas no mar Adriático.