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vcrlimcntos, aqui tracla-sc do bem da Pátria, c todos hão de censurar muilo cm S. Ex.a esse modo de pensar; o Sr. Ministro vem aqui fazer rir a Camará usando de icticencias que tem censurado já a outro Sr. Deputado deste lado (o Esquerdo) que hoje o apoia (O Sr. Leonel: — Alto lá, isso t: comido, eu não apoio tal). (Riso). (O Sr. .Ministro do Reino:

— Ora esta!) Ora esta! E assim mesmo, S. Ex.a esteve de propósito demorando-se e pensando no que havia dizer para nos divertir.

Disse o Sr. Miiii&lf" que era preciso fazer caminhos de ferro, e dar que fazer aos Povos ; pois porque não temos caminhos de forro, não havemos ao menos punir os criminosos, e não havemos de dar de comer aos Empregados duquelle Districlo aos quaes ha vinte e um mezcs que se não paga? Pois querem ordem publica sem os Juizes de Direito, e Auctoii-clades Administrativas terem de comer? Então porque os caminhos de ferro não apparecem, não se ha de pagar ao menos aos Empregados Públicos? Não se hão de arranjar os meios necessários para se exercer a Policia Preventiva tão necessária nestes casos?

Sr. Presidente, e preciso que sejamos muito sérios, c que olhemos para estes negócios com toda a cir-cumspecção. Em Freixo do Numão, disse-rne um homem que me merece lodo o credito, que em quatro mezes se cominetteram alli oito mortes-; disse-me mais, que os réos destes altenlados tem ate hoje ficado impunes, que não tem sido perseguidos; e ate me disse, que áquella terra não tinha chegado a Regeneração : o eu como não preciso, nem quero guardar segredo nestes negócios, não tenho duvida em dizer a resposta que lhe dei, eu respondi-lhe : não se admire, acredite só que muitas vezes em Portugal as palavras não tem a significação que lhes dá o Dic-cionario, por isso não se admire que lá não chegasse a Regeneração, não chegou a muita parle. • Mas a questão e se"ria ; se ainda se não podem fazer os caminhos de ferro, pelo menos dè-se de comer aos Empregados Públicos, para que elles possam lazer justiça e punir os criminosos; e para isso não são precisos caminhos de ferro.

Quando-depois interrompi o Sr. Ministro, foi por me parecer que S. Ex.a fizera uma allusão aos Redactores de um Jornal, que com quanto eu divirja e lamente muito que tenham áquella opinião, sei com tudo, e preso-me de ser amigo de alguns, que são homens virtuosos e incapazes daquillo que o S>. Ministro pareceu attribuir-lhes; e por isso acho muito inconveniente que se lancem assim suspeitas, e se façam allusôes a homens que as não merecem. Não digo mais nada porque prometli ser breve, e não quero abusar.

O Sr. Ministro do Reino (Fonseca Magalhães):

— Eu invoco o testimunho da Camará toda que me ouviu, e espero que ella me fará justiça. Para me arguir não é necessário adulterar o que eu digo, não c necessário suppôr expressões que não proferi, não e necessário dizer que venho divertir a Camará foliando sobre um objecto de tanta gravidade; eu posso (e quem e que o não faz?) faltando cotnnietter alguma falta, terei cornmctlido muitas, mas atlribuir-se a crime o pensar nas palavras que devo proferir para as medir nllenta a gravidade do objecto, só da bocca do illustre Deputado podia esperar esta sentença !

Que disse eu que escandalisasse ? Aonde fallei eu em allcntados commcltidos por alguns Redactores? Vor.. 2."°— FiívuRiíiiio — in&'2.

Aonde cilei homens? — Fallei apenas de um Jornal que se publica nesta Capital; declaro que não conheço nenhum dos seus Redactores; mas não esláem mim deixar de fazer censura a doutrinas, que podem trazer consequências funestas para este Paiz. Em que passei pois os limites da decência ? Para que e necessário atlribuir-,se-me aquillo que eu não disse? Por ventura usei eu da palavra indecencia ? Por ventura não fallei eu alto bastante ? Pois o nobre Deputado tem necessidade de recorrer a allusôes desta natureza na minha face, e em presença da Camará ? Diga a Camará, que rne ouve, se eu proferi a palavra que se me allribue (Apoiados).

— Eu não tinha dicto tudo — disse o illustre Deputado: e o nobre Deputado não disse mais nada do que eu havia diclo; e estou persuadido que não sabia tanto. Não sei se me c permiltido dizer— que na verdade é prurido de censurar o Ministério.....'Tudo

pôde ser, mas não uma prova de que este Ministério e censurável ; porque quando vejo recorrer aos argumentos que se apresentaram; quando vejo inventar palavras que não proferi, eopilhelos que não pronunciei; que hei de eu fazer? Nada, senão perguntar á Camará que Jestimunhe se acaso eu merecia a violenta saída do illuslrt; Deputado.

Agora .em quanto á barra da Figueira, parece que cornrnetti um crime ern dizer — que por isso mesmo que o negocio era serio e grave, se devia tnictar pausadamente; e em regra deviam examinar-se os escla--recirnentos respectivos. Também 'disse que a minha opinião linha sido pela rescisão do contracto : rmis de que vale esla opinião? Que pôde esta opinião dam-' nar os habitantes da ^^illa da Figueira ? Ahi está um Relatório que-chegou ás mãos do Ministério no dia 6 deste mez, feito pelo Governador Civil de Coimbra que foi alli examinar este negocio; e era justo que viesse cst.e Relatório, assim como todos os outros esclarecimentos. Porventura será i?to não quereracu-dir á barra da Figueira, e não querer concorrer para 03 interesses dos habitantes claquella villa ? Intendi; que e o contrario de tudo isto. Finalmente faça o nobre Deputado o que quizer; mas não diga que eu fiz rir a Camará n'uma occasião em que ella se não riu, só se fosse de mim. Posso ter es lê defeito : lenho sido delle censurado ate pelos meus próprios Amigos. ... Porém agora não me juslifico : o que peço ao illustro Deputado e que seja mais justo para com o homem que nunca mereceu o tractarnento que o illustre Deputado lhe. faz.

O Sr. Barjrma:—Não repetirei as palavras que o Sr. Minislro proferiu a respeito de Redactores, por que não me lembram: mas insisto em que S. Ex.a disse cousas que Ioda a gente podia interpretar de um modo desfavorável: quaes foram as suas intenções não sei, nem as quero intender. Em quanto ao mais e certo que a Camará se lern rido muitas vezes quando S. Ex.a está fallando: não tenho mais nada que dizer a esle respeito.

Agora o que peço e providencia para o Dislriclo da Guarda. Desejava que o Sr. Ministro do Reino declarasse, se effectivarnente os Empregados da Guarda já estão pagos, e se tinha tomado algumas medidas de segurança naquelle Districto. A isto e' que S. Ex.íl se esqueceu responder.

Em quanto á barra da. Figueira, eu fui o primeiro que pedi. que esle negocio fosse examinado maduramente; não podia querer que clle fosse Iruclado n'uma