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"via de concluir*se. Poderia haver mais ou menos difficuldades na cobrança dos Impostos, podiam' falhar algumas receitas, no mez de Junho podia apparecer algum déficit j mas isso, Sr. Presidente, como as Cortes se reuniam , o Ministério durante esses 6 mexes tinha tempo para concluir o seu sy&~ tema, para meditar nos Projectos, que havia de apresentar ás Cortes no futuro anno económico, discutir tudo isso com a placidez , que lhe dava o prazo de 6 mezes, e no futuro anno económico haviam de remediar-se alguns pequenos males, que podiam resultar desse pequeno déficit f que por falhas nos reditos sobreviesse.

Sr. Presidente, a operação foi grande, a operação foi salvadora pelas vantagens, que dava á Nação: contra a operação gritou logo muita gente, e a favor delia lambem se levantou muita gente: gritavam contra a operação aquelles, que estavam armados com muitos papeis, que tinham comprado no descrédito, e na desgraça dos credores do listado, e virarn nella a ide'a de lhe desvanecer grandes fortunas, que elle.> esperavam alcançar; íisas nem por isso se pôde chamar injusto: um homem destes pore'm justo me disse, que o Ministério acabava de o perder , pore'm que a operação era boa; o Ministério não o tinha perdido, o que tinha feito era, que elle não ganhasse a grande •somtua , que tencionava , mas como era homem justo disse, que a operação era salvadora; porque ella punha termo ás pequenas operações, que são cada uma delias uma grande cova, em que tica enterrado este Paiz.

Os .Empregados Públicos? Os Empregados Públicos, Sr. Presidente, no fundo do seu coração gostavam da medida; agora, externamente alguma cousa houve, em qut; eu não quero entrar, uias que me era fácil ; repito gostaram delia em quanto lhe garantia os seu» pagamentos em dia, e haviam de victoria-ia, e ao Ministério, que a einprehen-deu, quando se lhe verificasse esse pagamento, como se lhe verificava; agora os embaraços, que houve sei eu donde elles vieram.

Sr. Presidente, eu tomei aqui differentes notas, do que se disae contra a operação , a que eu fazia tenção de responder ; mas não respondo , não porque não tenham lesposla; porque a tem, mas porque isso nos levaria muito longe; se eu quizesse desfiar cada um dos argumentos, que aqui se fez, podia mostrar até á evidencia , que tendo-se feito pequenas operações antes cíaquella, ellas se haviam de repetir muitas, e muitas vezes se ella não tivesse existido, mas ella acabou com tudo isso.

Mas fallou-se aqui na decima dos ordenados, e disse-se, que'se a decima tirada aos ordenados fosse lançada n'uma caixa para a Junta dos Juros a ir alli buscar, "para pagar os juros, seria tolerável esta operação; mas agora deixar de pagar a decima , e auctorisar-se a Junta para ir buscar rendimentos certos á Alfândega para pagar os juros, isso não linha resposta, isto e, que este argumento contra a medida não tinha resposta; ora, Sr. Presidente, eu podia fazer aqui uma comparação, a Camará ha de-me permitlir que eu afaça, lembra-me isto — estes negociantes de mercearia que põem o dinheiro da manteiga n'uma caixa, o dinheiro do tabaco n'outra, o dos alhos rToutra, o do arroz etc, para saberem no fim o que fizeram no arroz, na

manteiga, no tabaco etc., mas não faz isto o grande negociante, o qual tem só uma grande caixa, aonde mette toda a receita que faz, e delia tira toda a despeza , e os seus livros mostram-lhe quando quer p que lhe produziram as differentes espécies : então estamos no caso ; de que servia lançar-se a, decima dos ordenados n'tima caixa para a Junta lá ir busca-los ! O que se seguia, dahi era, que não ia a Junta á Alfândega, mas ia ao Governo buscar a decima dos ordenados; logo tanto faz ir a Junta, como ir o Governo : ora este argumento que não tinha resposta, teai esta.

Sr. Presidente, a decima já estava sendo lançada aos Empregados, e não uma decima, duas e mais; os militares também a tinham, que lha impunha o Banco, e os que não descontavam no Banco , faziam mil requerimenlos ao Governo para que os metlesse no Banco, para este lhe tirar a decima ; pois então os Empregados não se importavam-que lhe tirassem uma decima , e duas , e importavarn-se que lha tirasse o Governo ? Por certo não ê o Arsenal ? Como era essaoperação do Arsenal ? Eu não o quero dizer, todos a sabem. Sr. Presidente, concluo dizendo, tenho amigos que foram Membros do Ministério, que fez a grande operação, tenho amigos que estimo ua actual Administração, mas como a minha primeira" obrigação e ser justo, e mesmo não tenho ouvido , que o Ministério combata a operação, nem a póiie combater, não tem interesse nisso , não é mesmo do interesse dos amigos do (ioverno combater aquella operação , de mns ella é um facto que está morto, e então o peid:>ar aos mortos, oesquece-los e' também um dever ; mas v se sequer resuscitar a operação, ella ha de vir aqui, o Sr. Ministro já se refere a elia no Relatório que hoje apresentou, quando diz, que ha de trazer o resultado de todas as operações, que se tem feito, então enfarei vir uma pasta dedocumentos que foram presentes ao Conselho, quando se fez essaoperação, aonde estào todos os cálculos feiíos pelo Governo, e então se examinará tudo, e veremos se a operação-era boa ou ma, mas actualmente aqu3 lês qâe combatem a operação não estão em bom terreno, porque basta dizer-se-lhe, se deixassem ultimar a operação, os successos haviam justifica-la cornpietarnente.

O Sr. Ministro do Reino: —Tenho a honra de apresentar á Camará a conta do Ministério do Reino do anno económico de 38 a 39, esta c nta foi 1 mandada organisar ou principiar pelos meus antecessores, e foi concluída por mim : por esta occa-siào tenho a honra de dizer á Camará, que eu entendo, que e da maior conveniência, que lhe sejam apresentadas as contas do ultimo anno económico, porque se pôde mais facilmente íiscalisar uma despeza próxima, do que uma mais antiga, e segundo este pensar mandei pois organisar esta conta,-sem todavia parar nas anteriores, e espero quo brevemente serão apresentadas nesta Casa.

O Sr. Agostinho Alhnno: — Eu só tenho a dizer, que tudo quanto o Sr. Deputado disse, e exacto com referencia em quanto aelle nosentido positivo, maó quanto a mirn no sentido condicional.

O Sr. Presidente: — A Ordem do Dia para amanhã é a. continuação da de hoje. Está levantada a, Sessão. JEram três horas da tarde.