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té problema. E m verdade diz-se que os vinhos du Douro não tem soffrido ria quantidade cio consumo differença alguma ; porque a variação- dê preço não feno,passado de uma certa escala, não tem ido da parte inferi ror para bai^o, netn da parte superior para cima, e porque o consumo tem sido feito por certo numero de fortunas que estão nessa mesma escala , e por isso não tem sido affectado. Assim é quê o: vinho do Douro não pôde ser em Inglaterra considerado , nem çóino objecto' de consumo geral , nem como vinho esquesito, não podendo por tanto ser consumido senão por esta ordem de fortuna» que estão entre as duas classes extremas, que fazem os outros consumos: não pôde ser- exclusivo1 para as:classes mais alias, porque n aro é tido coii.© vinho esquesito; e não para as classes mais baixas, porque tendo grandes direitos é necessário subi-lo a um preço .à que estaá classes não chegam. Não pôde sei lambem considerado corno objecto de consutrio geral , porque isso áffeciaria muito a industria da cerveja, a qual está ligada com a industria agrícola pela parte substancial de que é extrahida aquella ' bebida; Industria esta que tem sempre sido protegida èuilu' glaterra, porque é um dos Poderes do Estado, isto tem-se conservado assim até agora, é assitn ha de ser sempre. .Não é possível por tanto que ò Governo Inglez toine uma medida d-e desigualdade , adoptando para consumo os vinhos de um Paiz e refutando os de outro; e então o que lia de fazer é levantai os direitos a todos.

Eu comprazo-me em que o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros tenha vindo a opiniões rnais cordatas, e não posso deixar de. me magoar por ver que as inspirações dje poesia económica, eoui que S. Ex.a me quiz convencer em outra òccasiào, i'os sem tão pouco proveitosas ao Paiz; porque já osTracta-dos de Commercio, que S. Ex.a disse haviam de fazer a fortuna de Portugal, e pelos quaes certamente, esfaima salto o Douro, já esses mesmos Traetados, disse ainda ha poucos dias" S. Ex.a (fallandosse sobre assumptos de Commercio que são os que caraeteri-satn as orações de S. Ex.a corno d'um verdadeiro Commerciante) não hão de acarretai' maior consumo nos mercados Estrangeiros, e por isso não apres-en* tariá por ora Tractadoalgum, porque não se tem manifestado convicções na Camará, que podeásem levar o Governo a julgar que esses Tractados seriam praticáveis.

Temos pôr tarilo, Sr. Presidente , que a respeito do mercado dos vinhos finos em Inglaterra po-demos estar tranquillos , pelo que toca á quantidade do seu consumo., porque este tem sido sempre constante desde o seu principio : tem havido a respeito desse conirhercio direitos baixos eallos; muita producção, pouca producçao ; preços altos, ebai-xos; em fim toda a qualidade de situações económicas , e todavia estes vinhos tem tido sempre a sua mesma quantidade cie consumo. Tern-no lido porque estes vinhos nào são vendidos pelas tavernas;- o consumo delles faz o característico dos verdadeiros ínglezes. Õ bom Iriglez canta c.our entliu-siasmo — God save tlie king-.— lê a5 Í3iblia com um tom religioso, e' supersticioso'pelas suas Leis e pelo seu Paiz , respeita profundamente.as suas. Aucto-ridades constituídas, e bebe bom vinho do Porto: e nem a moda, que iuflue sobre todas as reia$òes sociaés , lern podido fa/jer com que as classes supe-

riores hajarn tomado uma situação rnais cosmopolita e menos nacional. Registados pois esles factos e estas doutrinas , cuja ennuaciação é útil para a questão; reconhecido pelo testemunho de tantos Caracteres Públicos versados n'a matéria,, que nós podemos desaffogadamenle cuidar de todas asindus-Irias do Paiz sem as ligarmos a um Traclado^ vamos á questão principal. ' _ Sr. Presidente, primeiro que tudo, e preciso saber se todos nósteífcos direito afallar neste asaurnp-ío ; se estamos munidos dos meios próprios para podermos ser ouvidos; se o'nosso voto tem pe»o na Gamara. (3 illiístre Deputado o Sr. José' Alexandre de Campos foi .um poueY) dócil a e*le respeito, reconhecendo a incompetência achada por esses il-lustres Deputados : eu não sou assim; eu quero tra-clar a questão da competência, porque é orna questão eminentemente constitucional; não podem os illustres Députadtís estabelecer qualificações aos seus Collegasr para fallafein neste ou naquellé assumpto, não* podem; as nossas procurações nãa , tem urna indicação «cientifica. JEií vou examinar se esta questão tem segredos, e, se vir que rios não os podemos compreliendcr , dou-me por incompetente e senlo-rrie ; mas, se^esies segredos .são aq'uel-les que se tem achado ate aqui; se eu 03 poder explicar, eu posso, avaliando estas explicações, ré-, conhecer-me competenie para íractar da matéria.

Sr. Presidente , o segredo mais-grandioso, que à e té tu apresentado na questão política, .e' uma cousa a que se chama — omachinismo do rateio quantitativo; — por esfe modo a Companhia rateava a quantia qu« devia separar-ãe para a exportação, e dava a cada um dos Lavradores certificados da quantia que tinham para poderem'exportar. Neste rateio entravam vinhos de primeira e de segunda qualidade. ,

Sr. Presidente, o rateio quantitativo não e' urna cousa,nova; e uma cousa quê1 a;p"parece em todos os ass,umptps económicos, que estão sujeiteis a"um regimento : uni rateio quantitativo está por exemplo rio comtnercio do sal ahi em" Setúbal; não e urna cousa de exclusivo; não e segredo, (está no que vejo pfalicar erri todos es-jes Corpos Economj-tos. Vejo aqui primeiro uma medida qualificada ; vejo um certificado de associação, que verifica ro juizo que'elía faz da qualidade e quantidade destes vinhos-; vejo a córi versão deste certificado nosignal represeritalivo dos valores, que tal diploma representa. Fudo isto é regular em Economia publica ; não ha^absolutameiile nenhum segredo. Sr. Presi • (iente, a Economia Publica não-se occupa só dos Corpo» Económicos no seu estado normal, no jogo ordinário dos seus órgãos ; conhece também , oc-cupa-se tarribetn delles em todas as suas vicissitude.s: vê as suas crises febris, o seu estado de vitalidade, a sua infanda , a sua adolescência, a sua virilidade, asna decrepitude; ern uma palavra coíit-pfeliftnde todo o modo de ser Económico: observa os Corpos Económicos tio seu estado ds saúde e dê doença : em Economia Publica separar delia es-,te elemento, este assumpto, e o mesmo que d'i'zefj que á Medieiriâ ríão períehcíe senão a Phisiologia, que ella•', não comprehende ,a Palhologia e a-The-rapeutica.