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?» aiigrnenta o seu preço , « que os donos não vendem , e sim compram a agua-ardenle para o flrlnbo. Portanto este argumento não satisfaz á sua iíidicação; porque não estabelece a preferencia de iTfn sói»ré entro meio, antes conclue indistinctarnen-t« a respeito de um o'u outro: mas nem até serni-Ihn-r.te argumento tem a corssequencia económico-pralira , que os illustres Deputados lhe attribuém..-F.rnbora o vinho suba de preço, embora os Lavradores o não queiram vender, e queiram comprar agua-ardente, ;pelo exclusivo a compra da agua-àrdenle e' laxada, e' determinada , a compra da íi-gua-ardente é forçada , e por consequência elles hão de compra-la a quem são obrigados , á Companhia. Diz-se KOS Lavradores do Douro são os me-' lhores compradores; e portanto, se o Douro prosperar, se o seu Cornmercio se augmeníar, maior h-a de ser o mercado das aguas-ardentes: ora o exclusivo faz prosperar o Douro, e por consequência também as outras Províncias, w Este argumento e' especioso, não conclue nada. Nós temos dois mercados de vinho do Douro, ,um que tem vima venda certa, onde o preço maior ort.menor não influe para o seu augrnento: este é o mercado de Inglaterra; e então sendo o numero de pipas que se exportam para aquelle Paiz, e o seu adubo sempre constante e o mesmo, claro está, que não e' possi-vel gastar-se por aquelle meio mais agua-ardente. Mas para o outro mercado não é assim: o preçod.a agua-ardente , como género que necessariamente concorre para a confecção do vinho que se exportar, influindo no preço do mesmo vinho, pôde reduzir ou uugnienlar o seu consumo. Augmenlando pois o preço daquflla, fia de na mesma proporção diminuir o consumo deste; porém o exclusivo tende a auginentar aquelle preço ; logo o exclusivo pelo que toca a «ste m orçado , cm vez de dar mais largas ao vinho da Estremadura, faz o contrario, estreita-lhe o consumo.

Mas, Sr. Presidente, os illustres Deputados figuram o Douro como um novo consumidor d'guar-denle, que se franquea á Estremadura : elles dizem '—«nós precizâmos aguardente para facilitar a exportação do vinho, e a vossa aguardente será consumida-»—, mas quando se for tó, acha-se esse vi-n;!-io , transforma-se {«imediatamente em pipas de aguardente , e em vez de um consumidor d'aguar-donte RO Porto, encontra-se um competidor.

Sr. Presidente, ha aqui uma columna de cifras milagrosa : todos os Srs. Deputados a tèem recitado, e todos lêem tirado argumentos de diversa forma , i? a seu cotimiodo.x Dizem 03 Srs. Deputados do Porto: —«a producção dó vinho do Douro e de tantas pipas: gastam-se tantas que, vão para a Inglaterra , tantas para o Norte, tantas no Porto, lantas para os armazéns; cada uma destas porções de vinho preciza de tanta arguardenle; o Douro dá tanta, resta tanta; por consequência ás outras Províncias, (e diz-se ale por uma espécie de mofa) fica-lhes margem immensa para negociar. «— Por esta forma distribuern-se das outras Províncias quatro rnil pipas de aguardente para se consumirem no Porto, porém lá não se consomem, segundo os Registos; p então o que se deduz e que ou no Douro se faz mais aguardente do que se diz, ou que não vai d,a Beira , e Estremadura; e-em qualquer des--t-as hi.potheses, que as outras Províncias não pro-

duzem o que dizem os Srs. Deputados. Mas esta margem que dizem ficar á .Estremadura, não existe. Já no Relatório do Projecto que leu o Sr. Santos Silva, vem demonstrada esta proposição : uma das partes onde se diz que se ha de gastar muita aguardente, e' no vinho que está armazenado; porem esse vinho já tem a aguardente preciza , com esse já não se carece gastar roais aguardente, e por tanto ahi está a tal m n r gê m cerrada. Sr. Presidente, e mofa dizer-se que o exclusivo deixa margem ao pequeno Commercio da Estremadura : qual e' ella? Onde está ? Está no papel. É o mesmo que tirar-me d'urn Edifício onde esjou muito á minha vontade, e col-locando-me no campo ao ar, dizerem-me, deixe-sè estar, que se ha de faxer ahi um grande Edifício.

ST. Presidente, diz-se, as cousas ficam como estão', nós não excluímos a vossa aguardente do mercado do Porto, a aguardente que se consome no Douro já se consumia, e effectivamente com esse consumo e compatível o consumo da das Províncias do Sul: mas os mesmos Srs. Deputados dizem, que a aguardente do Douro e muito mais dispendiosa, que custa muito mais, e que apesar disso não pôde vender-se aguardente nossa no Douro postp que menos custoza : e qual e a explicação disto? É porque ha nesse rnesmo consumo um monopólio conhecido em Economia Publica, e e que ao que tem vinho de mais que pôde transformar em aguardente, ficalhe esta mais barata do que a todos os outros, podendo por tanto tolerar maior depressão no preço: e tal e a origem do monopólio do Commer-cio. Junto pois a este monopólio do grangeio domestico o monopólio do exclusivo, já a aguardente da Estremadura sáe mais cara, e por consequência mais empatada no consumo.

Mas dizem-nos: — use vós produzis só quatro rnil pipas de aguardente, para isso ainda tendes immensa margem. »— Ora, Sr. Presidente, nós para Inglaterra mandamos algum azeite ; vaid'aqui, vai de Itália , e vai de Hespanha : supponftamos que a Inglaterra determinava que o azeite destinado para certo objecto em que se gastassem algumas mil pipas, fosse soo de Itália: nós queixavamo-nos deste exclusivo, respondiam-nos os Italianos — «lá gastam-se dez a doze mil pipas, por consequência, tendes ainda margem immensa para consumir ovos* só azeite.» — Mofavam de nós.