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á protecção a essas industrias nascentes, a essas manufacturas florescentes, a esse fomento da prosperidade Nacional. que tão empenhadamenle tem sido defendidos pelos nobres Deputados? (Muito, bem , repetidos apoiados.)

Se os Tractados, como escreve a Imprensa Pé-•ííodica, não podem deixar de prejudicar essas industrias; se a Opposição clama por isso, e só por isso contra os Tractados, e brada aos industriaes alto ern grita neste sentido; como e' possível que os illuslres Deputados "os Srs. José Alexandre, e José Estevão defendam hoje nesta Casa uma doutrina toda em favor da conclusão desse Traelado, que tanto se ha desvirtuado? (Muito bem, muito bem, apoiados, apoiado.}

Os vinhos estão baratíssimos, não podem descer •de preço sem a cottiplela ruina dos produclores; pede-se remédio a este mal, e os nobres Deputados só o encontram na baixa ainda desses Ínfimos preços, o que só pôde conseguir-se por um Tracta-do, em que sejam reduzidos os direitos ? B.nlão quer-se ou não se quer a conclusão do Tractado?! Eníão 'catcam-se ou não se calcam essas industrias tão apregoadas, e só favorecidas em palavras peki Op--posição?! (Muitíssimo bem, muito bem, apoiados 'repelidos.) .

Confessai a vossa manifesta contradicção: confessai a deficiência dos vossos inefficazes recursos go-vernativos , e pedi as cousas pelo modo e com a •franqueza com que devem , e as necessidades publicas reclamam que se peçam. (Muito bem, apoiados repetidos.) ...

Sr. Presidente, esta questão tem sido tractada -pela Imprensa por modo ta4 , que mal posso eu desliga-la da conservação, e credito da Cuusa Canisla A Maioria desta Camará e' responsável por os máos resultados de quaesquer medidas sanccionadas no Parlamento de 1842: era a Opposição compacta •na regeição do exclusivo leva em vista a multiplicação dos nossos embaraços financeiros, e o descrédito da Camará pela sua imprevidência — leva em vista o augmento das difficuldades do Governo na -conclusão do Tractado com a Inglaterra, muito especial mente depois das declarações de S. Ex.a o Ministro dos Estrangeiros; logo a Maioria, que nesta Casa representa o grande Partido Nacional '.Cartisla , não pôde desprender a solução deste negocio da manutenção do seu credito, e da sua própria existência política. E será crivei que na presença do déficit de 1:100 contos, nós sem utilidade alguma o augrnenlemos com J50 contos, que devem saiiir da bolça dos Contribuintes do Estado?

Pois clama-se contra os tributos, a.rgue-se o Governo, e a Maioria por querer sobrecarregar os Povos, e promove-se indirectamente o angmenlo desse gravame, desse lào lamentado vexame? E não vc--des que sobre vós Maioria cahirá a final o odioso de todas .essas medidas?! (Muito bem, muito bem, apoiados repetidas.) Nào deixeis pois iliudir-vos, as theorias servem , e eu as respeito, quando não -tem-contra si a força dos factos, e a S-, iencia pura - não é na appiicacão a Sciencia dos Livros: não e a Sciencia escripta" e descarnada das modificações, que Q bom senso imprime ás id

Por esta occasião direi em resposta ao illuslre Deputado meu amigo, que se assenta no banco inferior, que não me cabendo o nome de Estadista, que S. S.a rne adduziu com o epitheto de mesquinho, nem por isso deixei de collocar-rne em posição superior a todos os interessem mesquinhos de Provincialismò ; tractando a questão por o modo porque a tr.acto, eu ponho de parte a consideração de pessoas, a dos interesses individuaes e de loca-' lidado: nada possuo no Paiz do Douro, não sou Deputado por aquelle Districto; não tenho ali senão mui pequenas relações com uma ou outra pessoa , e por isso quando advogo a causa daquela Província ,_ a justiça, o dever, e a convicção de que a. prosperidade publica, e geral depende-da prosperidade do Commcrcio, e Agricultura cios Vinhos do Douro, são o único incentivo, o movei poderoso, e irresistível que me obriga a pugnar por uma causa tão santa, quanto desgraçada?

Occupo pois uma posição, que senão e' mais elevada do'que a do nobre Deputado em quanto á imparcialidade , corii que entro neste catnpo, e com-tudo roais despida talvez de certas influencias, que 'nem sempre deixam ao Deputado nesta Casa todo o desaífogo no correr da discussão.

Sr. Presidente, eu posso lisongear-me de que nesta contenda nenhuma influencia rne domina, nenlíuíií interesse me fascina, ainda que o contrario parecesse ao illustre Deputado o Sr. Xa\ier da Silva ; •— se estou fascinado , e a minha cabeça , a minha curta esfera a única culpada no m u obscurantismo, ignorância, e imprevidência: as inlcn-ções porem são putas, e tão puras, Sr. Presidente, que tendo eu á honra de ser Deputado pela Beira Alta , cumprindo-me advogar com t. do o zello os interesses daquella Província , ate mereci ao Sr. Barlholomeu a censura de me esquecer desse meu Districto tão lamentado poi S. S.a como órfão miseravelmente abandonado ??! Nesta parle per-rnitta-me o illustre Deputado que nem responda a esta sua apostrofe? Eu e todos os Deputados da Beira agradecemos o zello com que são lembrados os interesses dos nossos Constituintes, e creia S. S.a que sem embargo de nos considerarmos com força de suffòcar nossos pessoaes interesses na presença dos gcraes do Paiz, nem por isso me veria tão acalorado contendor , se da medida proposta podesse vir mal , podesse resultar damno ao Com-inorcio e Cnltura dos Vinhos da Beira. O que eu mostro, Sr. Presidente, e que sou superior aos falsos preconceitos que aterram os menos conhecedores da questão — o que eu mostro é que chamando ás cousas pelos seus nomes, e fallando a linguagem da convicção e da franquesa, sei resistir a essa rehictancia mal cabida , com que muitas .vezes se atalham providencias da rnais alta transcendência, só porque d'eliãí> se ajuisa com prevenção e receio? Mas quem não tem a força para resistir a semilhanles obstáculos, esclarebendo os menos avisados, e desvendando-os por uma discussão aberta e conscienciosa não merece a honra d'assenlar-se nestas Cadeiras; não deve, não pôde ser Deputado. (Apoiado, jípoiado). .