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tle Pinhel. Confio, porem, em que mandando-se pró-ceder a novas Eleições Primarias nas Freguezias daquelle Concelho, em que se não fizeram, se completará o numero dos Eleitores, debaixo da influencia rnsoavel e prudente das respectivas Auctoridades, em cuja honradez e probidade muito confio.

Também não deixarei passar sem resposta uma allusão, que daquelle lado da Camará se fez aos Pa-rochos daquelle Concelho altribuindo-lhes a culpa, de por influencia delles se não lerem feito algumas Eleições Primarias. Eu conheço pessoalmente alguns desses Parochos, e posso attestar a sua honradez e probidade. Também me não parece, que seja curial a Iludir-se aqui ás intenções de quem não está nesta Casa para se poder defender (Apoiados).

Quando cm uma das Sessões passadas o Sr. Hol-treman pediu certos esclarecimentos sobre o Tribunal de Contas, disse-se então, e no meu intender com fundamento—Que se não devia penetrar nas intenções do indivíduo, nem devassar o foro mystorioso das cogitações humanas — mas que se devia esperar que ellas se manifestassem por actos externos, para então serem combatidas, embora o Sr. Deputado tivesse em vista propor a exlincção daquelle Tribunal. E agora, segundo rne parece, applicavel este meu principio; e por isso pedi a palavra para repellir a ai-lusâo que o illustre Deputado, que me precedeu, fez aos Reverendos Parochos do Concelho de Pinhel.

Concluo votando, para que este negocio seja re-meltido á segunda Com missão de Poderes.

O Sr. Leonel: — Sr. Presidente, o facto e que as «h-içòes só não fizeram em muilus das Asbembléas Primarias daquelle Concelho; este facto precisa explicação. Ora, eu não faço allusão n ninguom, não entro nas intenções de ninguém, não quero offnnder ninguém ; mas o facto o verdadeiro, o fado precisa explicação, e a explicação que eu lhe dei, c dada por muita gente. Eu não estive lá, não vi, nem sei o qiio lá se passou, senão pelo que dizem outros; mas verificou-se este facto, e cTalii ?.. . Agora não tenho remédio, senão accrescentar mais alguma cousa, c e', que o que se passou na época das eleições naquella parle, tem muita relação com o que nesses mesmos sítios se practicou ainda ha poucos dias.

O Sr. Ferreira Ponte*: — Sr. Presidente, tendo se feito uma grave imputação aos Parochos do Concelho de Pinhel, attribuindo-se aos seus manejos o não se terem alli feito as Eleições Primarias, não posso deixar de repellir similhante asserção, e de a consi-dernr destituída de fundamento, cm quanto se não provar de um modo positivo e determinado. Os Pa-rochos não são os encarregados da Lei Eleitoral ; esta execução foi cornmettida ns Auctoridades Adminis-irativas, e ás Commissões do Recenseamento, e a essas é que se devem imputar sirnilhantes faltas. Pelos Decretos Eleitoraes se tira toda a ingerência nestes actos aos Parochos; e por isso a responsabilidade de se não terem feilo em algumas partes, deve recair Ioda sobre ellas. Os Parochos pelo Decreto de 20 de Junho haviam fite sido inhabililados para fazerem parto da Representação Nacional, e se não tivesse sido emendado nesta parte pelo Decreto de 2G de Julho, a Camará estaria privada de doià illustres .Membros, que se assentam do outro lado.

Sr. Presidente, não convém atlribuirem se factos desta ordem a uma classe em geral ; quando haja provas contra algucm em particular, apresenlem-ae,

mas não se lanço o odioso sobre uma classe inteira, na qual ha muitos Ecclesiasticos, mui respeitáveis pelas suas virtudes, e serviços que lêem feilo á Igreja e ao Estado.

Concluo, repellindo as insinuações que se fizeram, e espero se não repitam sem provas; e que quando as haja, Se indiquem os indivíduos, a quem dizem respeito, para n responsabilidade recair sobre elles.

O Sr. Fcrrer (Sobre a ordem): — Sr. Presidente, lambem eu sou a favor dos Parochos, mas parece-me que csle incidente não deve continuar (Apoiados) : por consequência peço a V. Ex.* que proponha se o negocio ha de ir á Commissão, muito embora depois se expliquem os Srs. Deputados que pediram a palavra para explicação; mas no fim, depois de acabarmos com isto; não estejamos a dar todos os dias motivos para continuarem a dizer com razão, que não fazemos nada (Apoiados}. Julgou^se discutida a matéria. O Sr. /lhes Vicente: — Pedi a palavra, e era para fallar relativamente a outras eleições que precisam também d« ir á Commissão ( P~o%cs : — Logo, logo ; votos, votos).

K pondo-se logo d votação o seguinte QUESITO. — Se a mesma Commissão de Poderes que examinou a eleição pelo Circulo de Trancoso, havia de ser a que de'sse o Parecer sobre quaes das Eleições Primarias desse Circujo haviam de ser annulla-das ? — Decidiu-se que sim.

O Sr. Leonel (Para explicação) : — Sr. Presidente, eu não ataquei uma classe inteira ; eu não at;i-quei nem os Ecclcsiaslicos, nem os Parochos, não Htaquoi ninguém ; o Sr. Deputado e' que atacou as Leis, atacou n Camará, porque di^sf, que havia aqui urna indisposição contra os Parochos (Apoiados*, Torno a dizer: ha aqui muito quem assevere ser ver= dadeiro o que eu disse a respeito de alguns Parochos do Concelho de Pinhel (O Sr. Ferreira Pontes: — Prove)... Prove !... Ora.. . Ora !... Explique o Sr. Deputado, que é Ecclesiastico, que esteve em Traz-os-Montes, donde é que vem o facto de em uma gran-parle das Assernbleas Primarias do Concelho de Pinhel não se fazerem as eleições; explique a razão porque aconteceu este facto (Interrupções da parte do Sr. Ferreira Pontes). Não lhe serve? Pois serve-me a mini. Ora agora, o que eu disse não é para mão fim; não é para perseguir nem para incommo-dar ninguém; e' para que conste que as explicações dos factos são por nós sabidas apesar de serem acontecidos longe, e por uma razão muito simples; porque ha aqui quem saiba os faclos como elles foram ; e demais a triais ha urna relação intima entre esse facto acontecido no tempo das eleições, e o que aconteceu nesses mesmos sitios ainda ha pouco tempo, e que o Sr Ministro do Reino contou outro dia com miudeza (O Sr. Ministro do Reino presta aítenção) • isto não é chamar o Sr. Ministro do Reino á autoria, não tem nad.a com a questão.