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698 DIARIO DA CAMARA DOS SENHORES DEPUTADOS

ção; é o espirito de estima e de respeito para com Portugal pelos grandes e inolvidaveis serviços que nós prestámos, confessando a Hespanha que a iniciativa d'esse periodo gloriosissimo pertence toda á nossa nacionalidade.
O presidente de conselho da nação vizinha é um homem eminente e é elle que assim commemora em phrase eloquente o que constituo a gloria, a honra e o brio da historia de Portugal.
Emquanto ao mais, o governo portuguez não tem outros compromissos com o governo hespanhol, senão os que resultam da simples conferencia verbal a que alludi, e era que nos foi annunciado pelo representante de Hespanha n'esta côrte o intuito do governo hespanhol celebrar brilhantes festas por occasião do centenario de Colombo e de nos perguntar se Portugal annuina a concorrer a essas festas, sem sequer se definir de modo completo o caracter dos festejos com que a Hespanha quer celebrar tão glorioso centenario.
O sr. Arroyo: - Pedira a palavra por que desejava tratar do mesmo assumpto a que só referiu o sr. Julio de Vilhena.
Vozes: - Ora, Ora!
Outras vozes: - Já deu a hora.
O Orador: - Pois um assumpo que o sr. ministro dos negocios estrangeiros disse que era de importancia universal, v. exa. nem ao menos o querem considerar de importancia?!
O sr. Laranjo: - É de importancia, mas não é urgente.
O Orador: - Continuando com as suas observações diz que as considerações apresentadas pelo sr. ministro dos negocios estrangeiros não podem satisfazer, porque são perfeitamente contradictorias.
Em primeiro logar s. exa. estabeleceu uma norma na pasta da administração, que lhe está confiada, completamente excepcional.
S. exa., referindo-se ao relatorio do presidente do conselho de ministros do paiz vizinho, declarou que não tinha que intervir com a sua iniciativa propria no que se ha no relatorio do sr. Sagasta...
O sr. Ministro dos Negocios Estrangeiros (Barros Gomes): - Se v. exa. m'o permitte, dir-lhe-hei que, pelos meios communs, por meio da conversa que tive com o digno representante da nação vizinha, eu não deixei de accentuar a posição em que nos encontrâmos, mas não posso acrescentar mais nada, porque me não cumpre discutir aqui os actos do governo vizinho; mas não nego ao illustre deputado o valor que tem um documento d'esta ordem.
O Orador: - S. exa. não precisava introduzir novas praticas na secretaria dos estrangeiros; s. exa. pedindo, o que pediu o sr. Julio de Vilhena, isto é, uma retractação das palavras do sr. Sagasta, não pedia uma cousa que fosse contraria ás praticas diplomaticas.
Era legitimo o direito do governo portuguez de pedir explicações ao governo do reino vizinho acerca de algumas phrases do relatorio, e era dever de s. exa. desde que essas phrases destoavam d'aquillo que se passou entre os dois governos, como destoava da propria letra do artigo do decreto.
Que isto nada tinha com as relações que devem existir entre os dois governos, e pelas quaes fazemos votos completos, mas era um indicação de hombridade que deve assistir aos governantes de uma nação.
Era, pois, necessario que o sr. ministro dos negocios estrangeiros peça essas explicações o faça ver que Portugal não abdicou da sua individualidade nacional.
O sr. Presidente: - A ordem do dia para amanhã é a continuação da que estava dada e mais o projecto n.° 254 do anno passado.

Está levantada a sessão.

Eram seis horas e vinte e cinco minutos da tarde.

Redactor = Rodrigues Cordeiro.