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-diurna maior duração de Administração, entendi, que o nosso estado era realmente mau, mesmo por esta causa; comtudo depois da discussão na generalidade fiquei um pouco mais tranquillo; porque quando eu assentava, que muito difficultosarnente se poderia remediar o estado do Paiz, eu achei que ires illuslres Deputados, a quem tributo-a maior consideração «rn objectos de finanças, tinham cada um de per si lembrado meios para salvar o Paiz, e meios, sobre cada um dos quaes contavam com resultado vantajoso.

tíisse urn illustre Deputado, que hão é suspeito á maiorki desta Casa, nem tambern á minoria, porque alem dos seus talentos e virtudes parlamentares, tem uma honra e probidade a toda a prova — que encontrava no systema de 31 de Dezembro a taboa da salvação do Paiz c-rn finanças. — Oh ! Sr. Presidente, se isto e' assim, colloquemos de parte os homens, abracemos a medida, venha eí!a donde vier: julgo, qatico, que queira destruir ou não abraçar uma medida salvadora, simplesmente porque elía veio de uma boca hoje suspeita á maioria, mas que eutr'ora o não fora!... Uma segunda notabilidade desta Casa tinha dito •—que o pensamento da Comrnissão Externa, quando se tractou do objecto de finanças, era o pensamento salvador; que elle era o único systema regulador, que nos podia salvar neste grande naufrágio financeiro—venha esse pensamento, Sr. Presidente, abrace-se, sigamo-lo, seja elle embora deste ou daquelle lado da Camará, porque eu entendo, como deve entender toda esta Camará, que o cancro, que nos devora, e' o mau arranjo das nossas finanças!

Ultimamente o Sr. Ministro da Fazenda disse — que o nosso estado não era ião assustador, como se queria inculcar, e que elle, dentro em muito pouco tempo, apresentaria medidas, pelas quaes se regulassem definitivamente as nossas finanças — eu abandonarei por consequência as ide'as positivas. dos outros illustres Deputados, e seguirei a promessa de S. Ex.a, (e nào posso fazer mais, nem mostrar-me rnais eminentemente Ministerial) irei atraz delia. Se S. Ex.a por consequência me pro-xnette", que dentro em pouco tempo ha de apresentar nesta Casa um plano, que po«sa definitivamente, organisar as nossas finanças, que possa equilibrar a nossa receita coin a despeza , entendo, que toda e qualquer medida extraordinária, que S. Ex.a venha pedir a este Parlamento, deve ser tão limitada, xomo é illimitada a confiança que eu dou a essa promessa de S. Ex.a

Salvemos por consequência a S. Ex.a do embaraço em que actualmente eftá collocado, em quan. to á divida estrangeira ; mas esperemos o segundo momento, que é o monento da satisfação da promessa de S. Ex.a: devemos conceder a S. Èx.a tanto quanto elle pede, mas não mais que aquillo, que elle pede, porque entendo mesmo, que e offender «m Ministério, quando se lhe dá rnais do que aquillo que elle exige; porque entende-se, que o Parlamento proveu mais o estado do Paiz, do que o Ministério com as rédeas do Governo na rnào. Ora pois, se as cousas assim vão, digo eu que o Art. 9>.° devia auctorisar o Governo para contractar pelos meios, que ihe parecessem rnais vantajosos } tan-

to quanto fosse necessário para solver esse encargo extraordinário, que pesa sobre a Nação, nos meze» de Setembro e Outubro, e não toda a decima dê 41 a 42, que no seu valor nominal, entendo eu, que importa em mais do q:ie essa necessidade , que actualmente pesa sobre a Nação. Eis aqui está por consequência a primeira razão, porque eu não posso condescender com a doutrina da illustre Com-missâo.

Entre os meios, que a Lei propõe para levantar os fundos necessários para satisfazer ao encargo extraordinário, vem a ide'a da emissão de Bilhetes do Thesouro, e é contra esta ide'a , que eu me declaro positiva e formal mente ; porque tenho motivos, pé» los quaes me parece, que na qualidade de Procurador do Povo, eu não posso por maneira nenhuma acquiescer a esta emissão. Eu entendo em primeiro logar, que o Legislador tem uma obrigação absoluta de seguir o génio, a Índole, os hábitos, os usos, e rnesmo os abusos da Nação para quem vai legislar; nesta mesma Casa eu poderia citar Leis, que nella tem passado, e que não tem achado uma exequibilidade tão perfeita como se desejava , por isso mesmo que ellas encontraram longos usos, ou mesmo abusos da parte daNação; n'um a palavra, nós não estamos a legislar para «ma Republica Platónica, é para os Portugueses, em actualidade , e para os Portuguezes de 1312, que devemos legislar, e então não lhes devemos irnpôr uma Lei, que ande um século adiante da sua civilisação, ou que os faça retroceder um século neste mesmo progresso; porque eu entendo, que tão criminosa é uma cousa, como outra. Ora eu appello para a própria consciência de todos os Srs. Deputados, que se sentam nesta Casa, appelío mesmo para o Sr. Ministro da Fazenda, appello para toda agente, que me diga, que idéa se faz quando se diz — o Thesoitro vai erniltir papeis?— Apenas se empalha esta noticia, é para assim dizer uma bandeira de discórdia, em volta da qual SP collnca uma im- • tnensidade de pessoas: eu não entrarei na analyse da causa; porque isto assim acontece, mas parece-me, que ella e' muito simples; devemos ser francos — não tem havido da parte do Governo (e isto e' já defeito muito inveterado) urna satisfação completa a todas as obrigações a que se cinge; e como se vê, que principalmente em objectos de fazenda, é fácil a emissão destes papeis, mas não e tão fácil, nem tão prompta a sua remissão, ha da parte da praça, e de toda o gente entendida nesta matéria, ha da parte das massas mesmo, urna certa repugnância, uma certa desconfiança pela emissão destes papeis: por consequência nós não devemos admiti ir uma idea, que está em opposição com os hábitos da Nação, ou com os seus abusos.

Em segundo logar digo eu, que se o Governo tiver meios para chegar ao mesmo fim menos onerosos, são esses, que nós devemos votar, e não os mais onerosos.