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DIARIO DA CAMARA DOS SENHORES DEPUTADOS

Discurso do sr. deputado Pinheiro Chagas, pronunciado na sessão de 9 de março, e que devia ler-se a pag. 579, col. 2.ª

O sr. Pinheiro Chagas: — Mando para a mesa a seguinte proposta. (Leu.)

Ha hoje duas questões apenas que sobretudo devem preoccupar o nosso espirito: a questão de fazenda e a questão militar. Urge pôr a fazenda publica em circumstancias de poder affrontar todos os perigos; urge organisar o paiz militarmente, de fórma que quaesquer eventualidades nos não encontrem desprevenidos. O governo comprehende perfeitamente a gravidade d'estas duas questões; mas para resolver a questão de fazenda apresentou-nos o real de agua, e para resolver a questão militar apresenta-nos o augmento de cinco mil homens na força do exercito permanente. Duas medidas, uma vexatoria para o contribuinte, outra onerosa para o thesouro, e ambas infelizmente insufficientes para resolverem o grande problema que nos preoccupa.

Sabemos o que exigem de nós, sabemos o que exigem do paiz as leis imperiosas do patriotismo e estamos dispostos a votar tributos, ainda que se vão fazer sentir dolorosamente na economia domestica do contribuinte. Estamos dispostos a dotar ricamente o ministerio da guerra, ainda que para isso nos vejamos obrigados a subsidiar menos largamente as obras de paz e os instrumentos de civilisação, porque sabemos que d'isso depende a nossa existencia nacional.

Estamos dispostos a fazer todos os sacrificios, mas não queremos que esses sacrificios sejam inuteis.

Estamos dispostos a votar tributos, ainda que vexatorios, mas que ao menos sejam rendosos para o thesouro; mas o que não queremos é votar um imposto que vexe o contribuinte sem enriquecer o estado, o que não queremos é votar essa modificação do real de agua que, longe de augmentar a receita publica, põe em perigo, como muito bem disso o sr. Luciano de Castro, a receita já existente. (Apoiados.)

Estamos dispostos a dar largos meios ao ministerio da guerra, mas o que não queremos é que esses meios sirvam para tornar mais ostentosas as paradas, sem augmentar a força defensiva do paiz! (Apoiados.)

Sabe o sr. ministro da guerra, cujos talentos e conhecimentos militares sou o primeiro a apreciar, sabe s. ex.ª o que exige d'elle a defeza do paiz? Sabe s. ex.ª que tem de dar o maximo desenvolvimento ás fortificações de Lisboa,

Sessão de 16 de março da 1878