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neça uma .synopse de todos os Decretos da Dicladura. •

O Sr. Leonel Tavares:—Sr. Presidente, eu não sei, á vista do que se está passando a respeito deste objecto, o que querem que se diga, que se pense, e que se affirrne de tudo isto: a colíeção que o Governo aqui nos apresentou dos Actos da Dicta-dura são, em uma grande parte, bocados ou tiras do Diário do Governo. Ouvi dizer isto e não o (juiz crer; rnas esta manhã quando vim para a Camará, fui ú Secretaria, pedi os respectivos papeis, e vi que era verdade, que tudo está cm tiras de papel impressas, pegadas a outros papeis: custa a crer isto, mas e urna verdade. De uma única Secretaria d'Estado e que vem tudo cm forma, vern a cópia de todos os Actos de Dicladura que por aquclla Secretaria tiveram logur ; de todas as Briais .são bocados de p.apel impressos. Isto não se faz assim. E repito que do modo porque este. objecto foi apresentado á Camará, não sei o que querem que se diga, que se pouse, e que juizo se faça .destas coizas..

O Sr. Plácido de Abreu:—Parece-me que todos estes -inconvenientes se remedeiam, se V. Ex.a ou a 'Gamara ordenar, que se imprima essa collecção dos Actos da Dictadura, porque feito isto acabam todas •estas, questões. E melhor mandar imprimir do que tirar cópias; porque não só as Secções devem ler'conhecimento desses Actos, c também preciso que cada um dos Deputados o tenha (Apoiados), E assim parecia-me muito mais.acertado mandar imprimir lautos exemplares q.uantos forern necessários não só para as Secções, senão também para se distribuírem pelos Deputados, a, fim de estes poderem estudar a matéria, e depois diícutil-a e volal-a com mais algum conhecimento de causa (.Apoiados).

O Sr. Presidente: — Eu já declarei, que apenas me chegasse noticia oíucial de que não era possível rcmeltereiriTse essas colleeções, as mandava imprimir i m mediatamente.. Para ver se evitava a despcza da -Impressão e que eu pedi as collecções; mas se for preciso fazer essa despe/a, faz-se, e parece-me que o negocio'fica assim terminado. Entretanto também isto não obsta a que o Sr. Deputado que as oljere-ceu, se poder fazel-o em menos tempo, as apresente.

O Sr. Leonel: — Eu agradeço ao Sr. Deputado que fé/ o oilerecimeiito, rnas declaro que e indeecnlo para a Camará acce-ita-lo (Apoiados); similhanle of-fereeimcnto prova o estado em que isto está. E depois dizem que a Camará não faz nada, que não quer fazer nada, e que não presta para nada! . . . Sr. Pre-^sidente, eu peço a V. Ex.!l que faça as diligencias necessárias para. amanhã se saber se o Governo rrtan-da-as collecçòes ou não manda; e não as mandando, nesse caso, peço a.V. Ex.:l que com muila brevidade .torne as providencias precisas . para se imprimirem por ordem da Camará, e em .numero bastante para ••serem distribuídas por todos os Srs. Deputados por q u t: não basta que as Secções as tenham (Apoiados i j e preciso que cada um de nas lenha urn exemplar para podermos estudar as matérias e saber como havemos de votar. De mais a mais e preciso outra cousa :• deve ser pedida, ao Governo urna synopsc-, e • que a mande corri.a brevidade necessária; mande-a embora manuscrita; tem. lá tanta, gente e a final, não fazem nada ('l.ntcrn.\.pco

lhas do Diário do Governo espetadas .em meias folhas de papel (Os Srs. Dias e Sousa, e. Plácido de Abreu pedem, a palavra)... Ó facto está acolá na Secretaria, eaquelle fado prova que não se faz nada nas Secretarias .de listado, e só na Secretaria de Marinha e que o negocio estava preparado, porque só de lá vieram os Decretos da Dictadura devidamente copiados e prornptos. Agora peço a V. Ex.:l que lenha a bondade (e se for preciso mandarei para a Mesa o Requerimento por escriplo) de pedir ao Governo a synopse manuscrita, e cá se mandará imprimir.

O Sr. Presidente:-.— Tenha a bondade de mandar o Requerimento.,

O Sr. Dias c Sousa : — Sr. Presidente, acho louvável o procedimento do illustre Deputado que se mostra tão zeloso porque este negocio se adiante ; e.u acompanho-o nesse desejo; mas parece-me que rnal cabidas foram, e íora dos termos Parlamentares. as insinuações que lançou ; o que não pôde provir senão de um máo costume, de um sestro que custa a perder,, porque depois ,de uma serie de ânuos o .habito constitue uma segunda natureza. Horacio diz

J\rattiram expelias furcd, tamen usqnc rccurrcl. O que bem se traduz ern trance/ por Cfiasscz Ic naturcl, U revient au galop.

Encarna-se o máo costume em nós, e não podemos fallar, embora seja desloeadamenle sem envenenar as palavras e as intençõc-?s dos outros. Isto realmente e urn despropósito, perdoc-me o illustre Deputado. Se S. S.;i quer ajuisar dos trabalhos das Repartições por aqnillo que vê no Diário do Governo, erra necessariamente, porque .os trabalhos das Repartições do listado não se reduzem áquiilo que ap-parece .no Diário do Governo; se por ali i os quer ajuisar, perdo o seu tempo.. Eu creio que pela Secre--taria de Estado a que pertenço, vieram cópias de todos osAclos da Dicladura pertencentes a esse Ministério, e posso affiançar que ainda liojo vi .exemplares impressos, mandados hoje mesmo da Imprensa relativamente, a todas as providencias -que pertencera áquelle Ministério, .e estava pessoa competente revendo-os e emendando-os afim de se mandarem para o Ministério do Reino, c de lá virem para a Camará. Não sei se os outros Ministérios tomaram a mesma resolução, mas em ,todo o caso façarn-sa todas as reco m mendações que .só julgarem necessárias, empreguem-se todos os meios para satisfazer ao Requeri-. mento que o Sr. Deputado apresentou ; porem fiquemos aqui, porque e deslocado tudo que se accre.scen-tar a respeito .de má intenção da parte do Goycrno, e de desfavor sobre os Empregados: realmente isto não serve para cousa inenhurna de conveniência publica ; serve para satisfazer uma paixão que pôde não ser. . . .