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que não e possível satisfazer com a brevidade que se deseja; por exemplo, fui incumbido de fazer um trabalho que me levou dois a três rnezes, e inclusivamente trabalhei de dia e de noite; não era nada menos de que um Projecto para o melhoramento d'uma barra, e entretanto na Camará recornmendava-se ao Governo que mandasse esse Projecto com urgência, que o mandasse depressa, e não se calculava a im-mensa difficuldade que a apresentação desse trabalho involvia. Agora diz-se, que nas Secretarias não se faz nada ; não e' assim ; nas Secretarias trabalha-se e trabalha-se bem. É preciso que se saiba que esta Camará tem approvado uma immensidade de Requerimentos pedindo esclarecimentos, e não é possível que as Secretarias satisfaçam a todos com a brevidade que se deseja. Disse-se aqui, que os esclarecimentos que eu linha requisitado, vieram immediatarnente; mas eu peço que se atlenda á natureza desses esclarecimentos. Eu não pedi senão uns papeis que já estavam promptos, e o trabalho que a sua remessa exigia não era mais de qne embrulh;il-

O Sr. Derramado (Sobre a ordem): — Peço a V. Ex.a que ponha termo a esta discussão que não tem objecto nem conclusão alguma útil, e peço lambem a V. Ex.a que não conceda a palavra para laes conversações, nas quacs se fazem arguições sérias ao Ministério c a Repartições aliás respeitáveis, arguições que podem ter uma explicação plausível, c que não deviam ser feitas senão quando os Srs. Ministros estivessem presentes. Não sei, mas parece-rne uma falta de lealdade política este modo de proceder em quanto não estiver bem definida a situação desta Camará em relação ao Governo, e a situação do Governo em relação a esta Camará. Eu por em quanto não tive ainda occasião de definir qual c' a minha posição política e a dos meus Amigos, nesta Legislatura em relação ao Ministério; a foliar a verdade não approvo tudo que se tem feito.. ..

O Sr. Presidente:—Mas eu recordo a V. Ex.a que pediu a palavra sobre a ordem (Apoiados).....

O Orador: — Pois bem; o que eu desejo e' que V. Ex.a ponha termo a esta questão, e que não consinta similhantcs conversações sem a presença do Mi-nislerio.

O Sr. Leonel Tavares: — Sr. Presidente, ou devo declarar a V. Ex.a que tendo sido accusado de falia de lealdade.. . (O Sr. Derramado: —Perdoe que eu retiro a expressão). Não perdoo (Riso).

O Sr. Derramado: — Eu não quiz accusar o Sr. Deputado de falta de lealdade, aprcsontei o argumento com urn pensamento genérico, porque vendo que o Ministério se apresenta aqui com boa vontade c desejo de satisfazer a Camará, e sendo elle, por

assim dizer, o director e regulador da opinião das duas Camarás, parece-me falta de lealdade ou generosidade o fazer-lhe censuras sem elle estar pré-senle para poder responder. Enlrelanto, foi em sentido genérico que eu apresentei este argumento, mas assim mesmo já declarei que retirava.

O Orador: — Sr. Presidente, eu fui accusado de falta de lealdade, c agora responde-se-me que esta accusação comprehendia um pensamento genérico, o que ainda e peior, porque comprehende a Camará c comprehende-rne a mim do mesmo modo.

As funcções do Ministério em Governo Representativo todos nós sabemos quaes ellas são, e por consequência nisto não lhe fazemos usurpação de espécie alguma; sabemos que essas funcções lem limiles além dos quaes não quero que se lhe attribua outros que elle não pôde ter; mas quando eu vejo que essas mesmas funcções que pertencem ao Ministério em Governo Representativo não são por elle cumpridas, não posso esperar por elle, para propor aquillo que intendo. Fui luinbein accusado de cummeller ui/i grande despropósito; mas qual foi elle? Foi de taxar as Secretarias de um mão sestro que o mesmo Sr. Deputado que rne accusou, reconheceu que ellas tinham .' Pois então rcconhcce-se que nellas ha esse mão sestro c diz-se e necessário ter consideração com elle! Não Senhor, e' preciso pôr um machado ao pé' desse mão sestro, e cortal-o.

Agora, para se ver o que o Ministério cá mandou, peço a V. Ex.a que mande á Secretaria da Camará buscar uma dessas colleçõcs, c a Cumaru que. veja c se desengane. Quando o Governo as apresentou, não as vi, disseram-mo, e não quiz acreditar, mas fui de propósito á Secretaria, e vi como isso vciu. Eu não fallei de todos os Empregado* das Secretarias, nem fallei de todas, exclui uma que mandou os papeis corno os devia mandar, mas das outras lá está o corpo de delicio na Secretaria, vão examina-los e verão se e verdade ou não. E agora faço uma declaração — n'outro dia por algumas palavras que eu disse, e não foram dirigidas a ninguém, deu-se-me uma resposta por parte do Ministério, que eu não merecia e que me olfendeu muito; não respondi então por não querer fazer barulho, mas não ha de ficar sem resposta: quem me dirigiu palavras offensivasha derccchel-as de mim também fortes. Quanto ao mais, o Sr. Ministro sabe perfeitamente o que se aqui passa ; tanto faz estar presente como não, lá lhe ha de constar. Mando para a Mesa o seguinte

RKQUEIUMENTO : — «Requeiro que se peça ao Governo uma synopse das Medidas da Dictadura, com urgência » — Leonel Tavares.

O Sr. Derramado: — Não ha mais senão pedir, pedir, pedir.

O Orador:—Peço a urgência.

O Sr. Derramado: — De mais a mais a urgência!.. Pois não; fazem bem. (Riso).

O Sr. Barjona: — O Requerimento que eu queria fazer e para que pedi a palavra, .era para que fosse lido o do Sr. Leonel; mas agora aproveito a occasião para pedir a urgência delle, por que nós precisamos desses trabalhos para os examinar. Peço portanto que o Requerimento do Sr. Leonel seja declarado urgente para se votar já, sem querer com isto fazer censura a ninguém.

Foi declarado urgente— E logo approvado.