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O Sr. Silva Sanches: - Sobre a ordem. Quando um Deputado chega ao fim de cinco horas de discussão tem o espirito fatigado, e não é possivel continuar, a questão é da maior transcendencia possivel, é o exame dos actos da administração, trata-se de ver se ella póde ou não continuar: isto é muito seno, mas as forças humanas não são tão fortes que possam resistir por mais de cinco horas de trabalhos, assim peço a V. Exc.ª e á Camara que em objectos de tanta gravidade não prorogue a secção, porque a Camara ha de ter notado que quando ha prorogações, esta casa é abandonada por muitos Srs. Deputados, que por fatigados não podem continuar a assistir. Se houver prorogação hoje acontecera o mesmo, e isto em uma questão de tanta gravidade por isso voto contra a prorogação, e peço que a discussão continue no dia seguinte.
O Sr. Ministro do Reino: - Sr. Presidente, eu costumo concordar quasi sempre com as opiniões do Sr. Joaquim Antonio de Magalhães, porém agora aparto-me d'ella, porque não me é possível concordar com o que propõe, que é realmente suffocar a discussão, ha muitos membros que tem a palavra, ella lhe deve ser concedida, produzam ou não as mesmas idéas, podendo ser que appareçam algumas notas, demais os membros do Governo ainda não fallaram, e tem que responder ao que contra elle se tem dito; assim peço que se continue a discussão.
O Sr. Presidente: - Proponho a prorogação, se não se approvar está decidido o caso.
Propoz em seguimento a prorogação da hora, até que se acabasse a discussão não se venceu.
Disse então: ordem do dia a continuação da mesma materia, e cabendo no tempo a nomeação das duas Commissões, para redigir a mensagem a Sua Magestade Fidelissima uma, e a outra para instaurar o exame da passada administração. Está levantada a secção. Tres horas da tarde.

Para o Ministerio dos Negocios da Fazenda.

Illustrissimo e Excellentissimo Sr. - Tenho a honra de remetter a V. Exc.ª, em consequencia da deliberação d'esta Camara tomada em secção de hontem, a inclusa copia do parecer da Commissão do ultramar, ácerca das providencias que devem tomar-se para se proteger, quanto fôr compatível com as circumstancias, o commercio e prosperidade dos pòvos = que habitam as ilhas de Cabo Verde, a fim de que V. Exc.ª, servindo-se fazella presente ao Governo, possa este tomar as medidas que julgar opportunas em semelhante assumpto, que dependam do ministerio a cargo de V.Exc.ª, na intelligencia de que pelo ministerio dos negocios da marinha se faz n'esta data igual remessa, para alli ser tido este negocio na sua respectiva consideração.
Deos guarde a V. Exc.ª palacio das Côrtes, em 14 de Março de 1835 - illustrissimo e Excellentissimo Sr. José da Silva Carvalho, Ministro e secretario d´Estado dos Negocios da Fazenda - Francisco Xavier Sores d'Azevedo, Deputado Secretario.
N. B. Igual se remetteu ao ministerio da marinha.

Para o mesmo.

Illustrissimo e Excellentissimo Sr. - Tenho a honra de remetter a V. Exc.ª a inclusa copia da indicação approvada por esta Camara, pela qual se pede uma copia da consulta do conselho da fazenda, que deu motivo a provisão de 9 de Dezembro de 1803, ácerca de declarar-se quaes eram os vinhos chamados Verdes da comarca de Vianna do Minho, a fim de que V. Exc.ª se sirva de mandar extrahir a mencionada copia com a possivel brevidade, e remetter-ma apenas prompta.
Deos guarde a V. Exc.ª Palacio das Côrtes, em 14 de Março de 1835. - Illustrissimo e Excellentissimo Sr. José da Silva Carvalho, Ministro e Secretario d' Estado dos Negocios da Fazenda. - Francisco Xavier Soares d'Azevedo, Deputado Secretario.

O Redactor

J. P. Norberto Fernandes.

SECÇÃO DE 16 DE MARÇO.

Ás onze horas da manhã disse o Sr. Presidente - Está aberta a secção.
O Sr. Deputado Secretario Soares d´Azevedo fez a chamada, e annunciou que se achavam presentes cento e um Srs. Deputados, e que faltavam com justificado impedimento os Srs. - Mimoso Guerra - Augusto de S. Paio - Avillez Zuzarte - Teixeira de Moraes - Ferreira de Castro - Bandeira de Lemos - Marquez de Saldanha - Visconde de Fonte Arcada.
O Sr. Deputado Secretario Sousa Queiroga leu a acta da secção antecedente. Foi approvada.
0 Sr. Deputado Secretario Soares d'Azevedo deu conta da

CORRESPONDENCIA.

Camara dos Dignos Pares do Reino.

OFFICIOS.

Unico, Remettendo uma porção d'exemplares das suas actas. Mandaram-se distribuir.

Ministerio dos Negocios de Reino.

OFFICIOS.

Unico. Com a copia d'um officio do prefeito interino da Beira-Alta, e do documento a elle junto, ácerca dos factos indicados contra os abbades de Moens, e de Moledo. Mandou-se que ficasse na secretaria.

Ministerio dos Negocios da Fazenda.

OFFICIOS.

Unico, Respondendo a um officio d'esta Camara, que acompanhava a indicação do Sr. Deputado Pestana, pedindo ser informado, se ha no reino d'Angola alguma companhia commercial, a quem se tenham concedido privilegios. Mandou-se que ficasse na secretaria.
Continuou dando tambem conta das seguintes representações das Camaras municipaes:
1.ª Da villa do Sardoal, sobre os meios de prover ás despezas municipaes. Foi á Commissão de administração publica.
2.ª Do concelho de Estareja, pedindo que a dita villa fique cabeça de comarca. Mandou-se que se remettesse ao Governo.
3.ª Do mesmo concelho de Estareja, pedindo providencias para occorrer aos males causados á agricultura dos campos da na d'Aveiro, pelo encanamento do rio Vouga. Foi para a Commissão d'agricultura.
Deu conta em fim do offerecimento feito pela sociedade conimbricense dos amigos da instrucção, d'um exemplar dos seus estatutos, pedindo ao mesmo tempo a concessão do collegio denominado dos Grillos para fazer as suas sessões. Quanto á primeira parte resolveu a Camara que se mencionasse na acta que foi recebido com agrado; a parte segunda passou á Commissão de fazenda.