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DIARIO DA CAMARA DOS SENHORES DEPUTADOS

A disciplina, instruc‡„o e serviço da corpora‡„o da armada;

A nomea‡„o dos commandantes e a fixa‡„o das lota‡”es dos navios;

A promo‡„o dos officiaes e a forma‡„oo da lista da antiguidade;

O armamento e desarmamento dos navios;

A forma‡„o das instruc‡”es para os navios;

As habilita‡”es scientificas das diversas corpora‡”es da armada;

A justi‡a militar maritima, as recompensas, reformas, mercˆs e medalhas militares. A segunda reparti‡„o, ou do material, incumbem: Os aprovisionamentos dos navios e dos homens; O material naval;

O armamento dos navios e as suas guarni‡”es.

Não ha parallelismo mais completo, nem mais clara duplica‡„o de expediente. Quer v. ex.¦ saber como esta machina funcciona? Eu exemplifico.

O ministro pretende dispor de um navio para um servi‡o, chama o director geral de marinha e d -lhe as ordens necessarias para que o navio v  de um ponto dado para outro. Cuida v. ex.¦ que o director geral de marinha manda expedir, pela 1.¦ direc‡„o, as ordens do ministro ao commandante do navio para que as execute? N„o, senhor, não faz isso. O director geral de marinha manda por um continuo um officio ao commandante geral da armada, no fundo do corredor, dizendo-lhe que o ministro manda que tal navio se ponha em movimento; e depois o commandante geral da armada expede a ordem ao commandante do navio.

Se n¢s podessemos supprimir o corredor do ministerio da marinha, podiamos supprimir o commandante geral da armada (riso).

Pertence mais   reparti‡„o do pessoal e ao commando geral, a disciplina, instrucçâo e serviço da corporação da armada e tudo quanto for util para a armada.

Parece que se este serviço pertence a uma repartição dirigida por um official superior, n„o ha necessidade de que dependa ao mesmo tempo de outro official e de outra reparti‡„o.

Creio que se prescinde bem do commando geral da armada, porque tudo quanto elle podia propor como necessario para a marinha, a direc‡„o geral de marinha o p¢de propor tambem. E se n„o vejamos.

Trata-se de nomear um commandante para um navio. O processo é engenhosamente simples. O commandante geral da armada forma uma lista triplice dos officiaes que julga aptos para o commando dos navios, e manda essa lista em officio ao director geral para que elle a leve ao ministro. O ministro faz a escolha e o director communica a ao commandante geral.

Isto por causa da disciplina! Ora, se   testa da direc‡„o geral est  um official de marinha de patente superior, porque ‚ que este n„o ha de formar a lista triplice e leva-la ao ministro para escolher?

Pertence tambem ao commandante geral a fixa‡„o da lota‡„o dos navios, mas essa lota‡„o n„o p¢de ser determinada sem que o director geral a approve! Tudo isto ‚ engenhoso! Ao commandante geral da armada s„o conferidas attribui‡”es relativamente   promo‡„o dos officiaes, como ‚ por exemplo, preparar os elementos para se formar a lista por antiguidades. O commandante geral da armada prepara os elementos para se formar a lista de antiguidades, e se por acaso fosse a direc‡„o geral quem preparasse esses elementos, estaria perturbada a unidade do commando?! Mas preparados os elementos, o commandante geral transmitte-os   direc‡„o geral, a qual forma a lista de antiguidades. Sem esta unidade de commando estava de certo perdida a marinha!

Uma voz: - E as colonias.

O Orador: - De certo que sem ella perdiamos tambem as colonias. � essencial para manter as colonias, que um prepare os elementos para a lista de antiguidades e outro fa‡a a lista!

O armamento e inspec‡„o dos navios pertence ao commandante geral da armada e ao chefe superior das reparti‡”es de marinha; mas aqui apresenta se uma difficuldade, qual ‚ a de que sem o commandante geral n„o ha quem fa‡a a inspec‡„o do armamento e desarmamento dos navios. Por‚m, n„o havia nada mais facil do que a direc‡„o de marinha nomear um official para fazer este servi‡o.

Tambem ao commandante geral da marinha pertence a fixa‡„o da lota‡„o para os navios, a discrimina‡„o de quaes devem ser as habilita‡”es scientificas dos officiaes de marinha, assim como propor os individuos que devem formar os conselhos de investiga‡„o, de disciplina e de guerra, e fazer executar as sentenças; e mais propor os officiaes para as recompensas, mercˆs e medalhas. Se formos examinar as attribui‡”es do director geral da marinha, encontr mos que a elle cabe, a este respeito, exactamente o mesmo que ao commandante geral,

Foram estas as ras”es que, apresentadas na commiss„o de fazenda, levaram esta commiss„o, creio que por unanimidade, a votar a extinc‡„o do commando geral da armada.

Mas, se a commiss„o podesse prever as difficuldades que na camara se haviam de levantar, ella proporia, primeiro a extinc‡„o do corredor, e depois a do commando geral. O projecto,est  imperfeito, principalmente porque primeiro devia propor a destrui‡„o do corredor.

Em todo o caso, entendo que no fim do projecto se deve fazer uma modifica‡„o muito pequena, que eu ali s j  tinha lembrado na commiss„o e que naturalmente foi esquecida na redac‡„o; estou certo de que a commiss„o n„o ter  duvida em aceitar essa modifica‡„o, por isso que corta todas as difficuldades (apoiados).

O projecto n.§ 14-C, diz no artigo 2.§: ®As attribui‡”es do commando geral passam a ser exercidas pela direc‡„o geral da marinha¯. Entendo que para salvar difficuldades, ‚ melhor dizer-se: ®As attribui‡”es do commando geral passam a ser distribuidas pela direcção geral da marinha e pela intendencia do arsenal (apoiados), como o governo julgar mais conveniente¯.

Aproveito a occasi„o para advertir que bem cedo come‡ou a posteridade justiceira para um cavalheiro que honra o partido a que perten‡o, e que devemos contar como uma das principaes illustra‡”es d'esta casa! Ainda ha pouco grande numero de jornaes do paiz condemnavam o procedimento do ministro da marinha, o sr. Latino Coelho, accusando-o asperamente de desorganisar completamente o servi‡o da marinha. Dizia-se na outra casa do parlamento, que os estabelecimentos da marinha tinham ficado em tal estado de desordem e anarchia, que f“ra necessario reorganisar aquelle servi‡o, passar uma esponja por toda a contabilidade! Agora esses mesmos jornaes, e alem d'elles o sr. Barros e Cunha, cuja opinião n„o p¢de ser suspeita a respeito d'aquelle distincto cavalheiro, viram todos applaudir por justas e rasoaveis as reformas feitas pelo sr. Latino Coelho. Desde que as paix”es se calaram e poderam manifestar-se a justi‡a e a imparcialidade, os proprios inimigos do illustre ministro reformista vieram prestar ao sr. Latino Coelho a homenagem que lhes ‚ devida!! (Apoiados.)

Digo a verdade, salvo alguns pequenos defeitos que reconhe‡o e que s„o inherentes a todas as obras humanas, a organisa‡„o da marinha feita pelo sr. Latino Coelho era a mais racional, a mais logica, a mais harmonica e a mais economica de todas (apoiados). Segundo a reforma d'aquelle ex-ministro, o servi‡o da superintendencia do arsenal era muito superior ao que existe hoje pela legislação vigente. Basta comparar estas duas leis e ver como o servi‡o estava organisado na primeira reforma, sera a confus„o de expediente e de formalidades inuteis da segunda, para se reconhecer esta verdade (apoiados).