O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

826 DIARIO DA CAMARA DOS SENHORES DEPUTADOS

REPRESENTAÇÕES

Da camara municipal, classe commercial e sociedade artistica e commercial de Chaves, pedindo a construcção dos caminhos de Chaves a Villa Franca das Naves, a Marco de Canavezes e a Guimarães.
Apresentadas pelo sr. deputado Moraes Sarmento, enviadas á commissão de obras publicas e mandadas publicar no Diario do governo.

REQUERIMENTOS DE INTERESSE PUBLICO

Requeiro que, pela direcção geral de contabilidade, seja enviada com urgencia a esta camara nota das despezas feitas e orçamento das despezas a fazer com a illuminação electrica do real theatro de S. Carlos. = João M. Arroyo

Requeiro que, pelo ministerio competente, seja enviada com urgencia a esta camara copia da correspondencia trocada entre a estação de saude de Belem e o governo a proposito da concessão do cabo telegraphico do Tejo á companhia English portuguese telephone company. = O deputado, Consiglieri Pedroso
Mandaram-se expedir.

REQUERIMENTO DE INTERESSE PARTICULAR

De José Francisco da Rosa, sargento ajudante do batalhão n.° 4 da guarda fiscal, pedindo que não seja approvado o projecto de lei apresentado pelo sr. Francisco José Machado na sessão de 18 de fevereiro findo.
Apresentado pelo sr. vice-presidente da camara e enviado á commissão de guerra.

JUSTIFICAÇÕES DE FALTAS

Participo a v. exa. que o sr. deputado Joaquim José de Oliveira Valle não tem comparecido ás ultimas sessões, por motivo de doença, e não poderá comparecer a mais algumas. = Vicente Monteiro.

Participo a v. exa. e á camara que o nosso collega Menezes Parteira tem faltado a algumas sessões, e faltará ainda a mais algumas por incommodo de saude. = O deputado por Braga, Alves de Moura.

Participo a v. exa. e á camara, que o nosso collega o sr. dr. Oliveira Valle tem faltado a algumas sessões por falta de saude, e que pelo mesmo motivo continuará a faltar ainda a mais algumas.
Participo igualmente que o nosso secretario, o sr. Alpoim, tem faltado a algumas sessões por motivo justificado.
Peço, portanto, a v. exa. se digne determinar que estas declarações sejam paradas na acta. = F. J. Machado.
Para a secretaria.

O sr. Presidente (Francisco de Campos) - Recebi um requerimento do sr. José Francisco Rosa, sargento-ajudante do batalhão n.° 4 da guarda fiscal, pedindo para que não seja approvado o projecto apresentado pelo illustre deputado sr. Francisco José Machado, relativamente á promoção ao posto de sargento ajudante.
Vae ser enviado á commissão de guerra.
O sr. Moraes Sarmento: - Pedi a palavra para mandar para a mesa tres representações: a primeira da camara municipal de Chaves, a segunda da associação commercial e a terceira da sociedade artistica da mesma villa.
Pedem os signatarios que o parlamento inste com o governo para que elle apresente uma proposta de lei relativa á rede ferroviaria ao norte do Mondego.
O que especialmente pretendem é a continuação da linha do Tamega a Chaves e a Marco de Canavezes, a linha de Vallongo a Villa Pouca de Aguiar e o prolongamento da linha de Guimarães.
Reservo as minhas considerações em favor d'esta pretensão, para quando seja apresentada a respectiva proposta de lei, e limito-me por agora a pedir a v. exa. que consulte a camara sobre se permitte que estas representações sejam publicadas no Diario do governo.
Consultada a camara, resolveu-se affirmativamente.
O sr. João Pina: - Sr. presidente, quando sabbado pedi a palavra foi para juntar a minha humilde voz á dos illustres deputados, que n'esta casa fallaram em favor da conservação da real collegiada de Guimarães.
Como ecclesiastico, não posso deixar de juntar a minha voz é de tão illustres oradores parlamentares, pugnando tambem pela conservação da veneranda collegiada de Guimarães, por tres rasões: primeira, por ser uma instituição religiosa ecclesiastica, que eu não posso deixar de defender pelo esplendor que ella dá ao culto, e por consequencia á religião; segunda, porque a sua conservação não faz despeza ao estado, porque vive de bens proprios que lhe doaram almas pras, crentes e devotas; terceira, porque é um padrão de gloria a que andam ligados muitos factos honrosos, não só para a nobre cidade de Guimarães, mas para todo o reino. (Apoiados.)
Sr. presidente, quando se está dando importancia e valor ás cousas antigas, ainda as mais insignificantes, vemos ao mesmo tempo destruir instituições que são historicas e ricas e tradições de factos heroicos e gloriosos que honram quem os praticou e ennobrecem a patria que lhe foi berço. (Apoiados )
Está n'este caso a veneranda collegiada de Nossa Senhora da Oliveira de Guimarães, coeva com a fundação da monarchia, depositaria de factos muito honrosos, como já disse, enriquecida com dadivas e privilegios pelos nossos Reis, e que ainda hoje faz o orgulho dos habitantes d'aquella nobre cidade; tem atravessado tantos seculos sendo respeitada por todos, e por isso é justo que o seja tambem pelos presentes e para o futuro. (Apoiados.)
Talvez alguem diga, que as collegiadas não são d'esta epocha, que são instituições improductivas e inuteis, por isso devem acabar; ao que eu respondo que, não fallando já no explendor que ellas dão ao culto e á religião, o que se não póde negar, restituam as á sua instituição primitiva e então as teremos agradaveis a Deus e uteis a Cesar. (Apoiados.)
Sr. presidente, não devemos avaliar as collegiadas pelo estado em que ellas hoje estão; porque para pouco mais servem do que para resar no coro; mas examinando o seu estado primitivo, vemos as alhadas á instrucção e ensino, prestando assim grande serviço á Igreja, á religião e á sociedade.
As dignidades de chanfre, mestre escola e os conegos magistraes são prova do que digo; porque taes dignidades não eram, como hoje, quasi que, só titulos honorificos, eram mais alguma cousa; porque tinham annexa a obrigação de ensino, e o decreto de 1859, orçando nos cabidos os conegos com onus de ensino nos seminarios vem corroborar o que acabâmos de dizer.
Finalmente, sr. presidente, repondo nós as collegiadas na sua instituição primitiva, teremos resolvida a questão da sua conservação, e ellas serão agradaveis a Deus e uteis aos homens, e n'este supposto sou a favor da conservação das collegiadas de Guimarães. Valença do Minho, Barcellos, Santarem, Coruche e outras. (Apoiados.)
Visto estar com a palavra, permuta v. exa. que eu falle agora sobre outro assumpto muito diverso, mas tambem importante.
Agitando se ha dias n'esta casa a questão sobre industrias, e ainda que ou não sou negociante, mas representando um circulo onde ha quatorze fabricas de lanificios, por certo que a camara não levará a mal que eu levante a