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sgofa, que, depois! que acabou essa crise, essas rircumstancias extraordinárias que podiam desculpar a organisação de Corpos armados arbitrai ia-mente , depois que cessaram taes circurnstancias, a conservação desses Corpos, sem aíitlionsaçâo do Corpo Legislativo , é um escândalo, é iim insulto á Constituição do Estado, e que provoca á desobediência ; e será esl"a uma desobediência legal ao Governo; porque, se os governantes mandam contra Lei, os súbditos desobedecendo, respeitam a Lei. E' pois uma grande e perigosa imprudência, da;parte do Governo, o descobrir ao povo o sagia-do da sua força ! Por todaa estas razões , Sr. Presidente, eu continuo a vetar pelo adiamento que pro-puz o qual não só e' útil, mas indispensável.

O Sr. J. A. d1 Aguiar: —(O Sr. Deputado ainda não restituiu o seu Discurso.)

O -Sr, f^asconcellos Mascarenhas: — Sr. Presidente , quando em todos 09 Districtos do Reino se tem levantado um brado geral contra os Batalhões Na-chonaes, que vieram substituir as antigas Milícias, quando um grande numero de Municipalidades tem representado a esta Carnara contra uma tal medi-da; quando a opinião publica se tem pronunciado por -uma maneira tão positiva acerca deste objecto, eu não posso deixar de apoiar o adiamento proposto por aquelle lado da Camará, porque este importa a prompta decisão de «ima questão, que está pró-dusindp uma grande anciedade em todo o Paiz. Mas, 'Sr. Presidente, não é esta somente a razão, por que eu voto pelo adiamento; eu não entendo como um Deputado possa votar conscienciosamen-te>aForça de terra, sem que primeiramente esteja decidido se devem existir Batalhões Nacionaes ; por que uma deve ser a cifra dos soldados de linha havendo 'Batalhões, e outra não os havendo: isto e' tão evidente, que nem eu sei como se possa argumentar em contrario.

O Governo, Sr. Presidente, no mou entendor não só' não-devia combater o adiamento, e fazer deste objecto uma questão ministerial, ruas devia insistir para que a discussão começasse pela Proposta' do« Batalhões para não expor a que votada a «Força do Exercito, e depois rejeitada a Proposta dos Batalhões , viesse a ficar incompleta a Force para o serviço publico.

As razões, que acabou de produzir o Sr. Deputado por Coimbra i, -para estabelecer urna opinião contraria, cahem debaixo da única consideração, que acabo de fazer; e S. Ex.a-por esta vez decerto não foi tão lógico como costuma.

Sr. Presidente, a questão do adiamento e' rigo-rosamenteio objecto da discussão , mas como todos os nobres.Oradores, que tem fallado, tem levado mais longe as suas considerações, eu seguirei o seu exemplo, e direi alguma cousa sobre a existência des-ta-rrova Milícia, que o Governo pertendeoYganisar.

Sr« Presidente , se eu não tivesse sido teslimu* nhã dos vexames das antigas Milícias, das injustiças, é-dos horrores , que se praticavam no alistamento,.da prepotência de muitos dos seus Chefes, eu me inclinaria a.votar pelos -Batalhões ~Na-cionaes; mas-depois de presenciar tantas vezes as lagrimas dos infelizes milicianos; depois de ver tan* Ias famílias arruinadas, e reduzida á nudez, e á mendicidade por causa deste serviço, eu não liei de por certo concorrer com o meu voto, para le-

gar á geração futura um tão funesto presente; eu não het de concorrer para que»se abra uma nova fonte de oppressào ao Povo Portuguez', e nem eu quero receber as maldiçõ.es daquelles, que me el-levaram á uiaior dignidade do homem livre.

Sr. Presidente, muito «dolorosa é para ruim toda a occasião, em que tenho a separar-me da opinião dos meus amigos, e a combater o Governo, que eu tenho sempre sustentado, quando o vejo marchar á frente do dezejo dos Povos; mas este sacrifício *e necessário á tranquillidade da minha consciência; que eu respeito mais que a todos os poderes da terra.

Sr. Presidente, a creação dos Batalhões Nacio-nacs foi uma necessidade, foi uma grande medida de predisão, que o Governo tomou para salvar o Paiz. Diz-se, que o Governo excedeu os poderes marcados na Constituição, mas eu entendo, que «ao Constitucionaes todos os meios, de que um Governo lança mão para repelir uma aggressâo ex-trangeira, porque perdida a independência Nacional, a Constituição, e Liberdade são palavras, que nada explicam.

Sr. Presidente, quando a Nação Hespanhola nos ameaçava de uma invasão, quando as »uas Tropas se approximavam ás nossas Fronteiras, quando o grito de guerra era gerai em o Pniz visinho, o Governo obrou como devia creando a Força dos Batalhões Nacionaes, e nem eu posso accordar-me com os illustres Oradores da Opposiçâo, que tem fulminado o Governo por um acto de nacionalidade e boa administração.

Também, Sr. Presidente, não -concordo com aqueíles senhores Deputados, que tem asseverado, que o Governo para fins particulares provocara a guerra Hespanhola, eu nunca fiz, e'nem tal injuria farei ao Governo.-Sr. Presidente, quem provocava a gu"rra contra Portugal eram todos os'partidos da Hespanha. O partido do progresso queria a guerra para nos trazer a propaganda dos seus princípios, o da Regência para ter um feito glorioso de que alardear na abertura do Parlamento; e o partido vencido para indispor o nosso Governo, e lhe crear embaraços. Que,proveito podia ti-rar o Governo de provocar uma guerra? Se elle por falta de recursos não pôde sustentar-se no estado normal, como poderia elle existir com urna guerra? Diz-sp que elle queria a Dictadura, mas que uso fez o Governo desse poder supremo? Nenhum.

Também, Sr. Presidente, eu me não persuado de que os homens de algum partido provocassem a guerra, não supponho caber tanta infâmia empei-tos Poriuguezes, mas se existirão, revelem-se os seus nomes, para lhe fazermos o mesmo, que nossos avos fizeram ao Secretario da Duqueza deMantua.