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creasse um imposto igual a 150 contos, que se hão-dedar á Companhia dos vinhos do alto Douro : quando esta questão setraclar, ha de haver muita gente$ e eu heide ser um, que heide procurar examinar se o Governo não tem meios de preencher esta despega de outra maneira, e heide começar por fazer uma autopsia rigorosa ás despezas que o Governo está fazendo, para ver se ahi se podem achar esses 150 contos : e e' necessário começar de menos para mais. Eu vi hnntem com muito prazer urna Portaria do Sr. Ministro do Reino, que parece ainda filha do espirito, q u Q animava-o Ministério de 9 de Junho: o Sr. Ministro censura ali muito fortemente o Administrador Geral de Pontat Delgada , e honra lhe seja, por isso que em logar de fazer a despeza da organisação da Bibliotheca com 400 mi! réis. pediu mais 600; c o Sr. Ministro disse-lhe que não estávamos em circumstancias de deixar de fazer todas as economias, compatíveis com a com-rnodidade do serviço. Este pensamento não deve ficar no Ministério do Reino; deve-se applicar ás despezas de todos os Ministérios.

Sr. Presidente, ha um funccionario muito respeitável, dependente do Ministério da Guerra, que preside a um Arsenal, e que naquella Repartição tem feito consideráveis reformas, e economias.. Quando eu era Ministro da Fazenda, este Cavalheiro tratou comigo de reduzir a despeza da Repartição, a que presidia, o que se obrigava a fazer uma vez, que eu lhe assegurasse uma-somrnn mensal,,com que podesse pagar as ferias correntes, e amortisar progressivamente os atrasados: então da^ vão-se mensalmente dez contos de reis para paga* mento das ferias de um mez : eu assegurei-lhe o pagamento pontual dessa sótnma, e o resultado foi o estarem quasi pagas as ferias atrasadas, e o fazer-se a despeza das correntes corn Gcontos cada mez: só nisto j-ecconomisarn portanto 48 contos annuaes. O mesajo se pôde fazer em todos os outros ramos do,serviço.

E pois indispensável, que os Srs, Ministros levem o espirito de economia a todas as Repartições do Estado. Não e no Ministério do Reino que se podem fazer as maiores economias; e' conveniente, é necessário que se façam ; rnas é preciso que entrem no Ministério da Guerra e da Marinha, e que ô Sr. Miuiai.ro da Fazenda, pelo lado que lhe pertence, dê o exemplo a seus Collegas : não quero que se arvore em Dictador dos seus Collegas; mas tern. obrigação de ser um fiscal o mais zeloso da appli-cação dos rendimentos públicos ; porque elle é o pri-meiro que carrega com a necessidade de preparar as sommas, de que os seusCoilegas necessitam, para fazer face ás despezAS do serviço; e no despacho das Alfândegas tuenore-, não vejo esse pensamento. Entretanto a nossa primeira necessidade hoje, e fazer todas as economias que forem possíveis ; porque é urna barbaridade quorer gravar os contribuintes corri mais tributos, em-quanto lhes não provarmos que não ha nenhum outro meio de fazer face ás dês-pezas. E o pensamento do Ministério de 9 de Junho , nessa parte, foi despresado pelo Governo, que quer fazer o despacho das Alfândegas menores, sern ter em consideração os indivíduos que ha fora do quadro , e os que vencem subsídios por outros cofres do Estado, e que podem alli ser empregados.

O Sr. Ministro do Reino: —• Folguei muito de

ouvir a declaração que acaba de ser feita pelos Srs* Deputados que rne precederam, sobre a intelligen-cia da Lei, de que se tracfava; ern vista di?so, nenhuma duvida pôde ter o Governo em apresentar o Contracto a esta Camará, sendo todavia acompanhado da sua opinião, como pede o Sr. Fonseca Magalhães. Eu também não sou forte ern conservar na cabeça as cifras, como o Sr. Mansinho, e pôde ser que rne tenha enganado em apresentar uma somma maior ; rnas parece-me que não vem isso para ocaso ; e se viesse, era em favor da minha opinião. Pôde ser que sejam só os dois contos; mas existia a mesma duvida. Neste ponto pois direi que o Gover* no apresentará o Contracto muito brevemente, talvez ainda hoje.

Agora, quanto ao mais que disse o Sr. Ávila, devo notar que o espirito económico , que S. Ex.* me atiribue, quando fui seu Collega, já existia antes disso, e ha de existir sempre ; e creio que es;e mesmo espirito preside a todas as outras Repartições.

Quanto ás considerações que o Sr. Deputado apresentou sobre os despachos das Alfândegas menoies, sinto que S. Ex.a queira julgar das intenções do Governo , e que entenda que o seu pensamento é não considerar para aquelles Jogares os indivíduos d'oti-tras Repartições, d'onde possa resultar uma economia para o Estado. Este despacho ainda não está feito; ainda ttao sei quem o Sr. Ministro da Fazenda quererá despachar para aquelles logares; e=pero que elle fará unia boa escolha, e verá se se pôde aí conseguir o fim de fazer economias. Se eu eníendi mal o nobre Deputado, peço desculpa; ouvirei a sua explicação; mas pareceu-me que tinha julgado já do despacho, que tinha a fazer-se nas Alfândegas menores.

O Sr. Ávila: — Começarei por dar uma satisfação ao Sr. Ministro do Reino. Eu não quiz dizer que S. Ex.a fosse aprender o espirito ,de economia ao Ministério de 9 de Junho; acredito que o linha antes, e que o continuará a ter. Pôde ter a certeza de que lhe hei de fazer sempre justiça , se eu faço esta idea a respeito de S. Ex,a, devo declarar que a não faço (lê seus Collegas....

O Sr. Jdmislro da Justiça: — Peço a palavra.

O Orador ; — Eu me explico com mais exactidão. N,âo acredito em economias no Ministério da Guerra , da Marinha e da Fazenda; não acredito que presida o espirito de economia no Ministério da Guerra, Marinha e Fazenda: não, me refiro aos outros: e accrescento também, que e-tou persuadido que o actual Sr. Ministro da Justiça de.-eja muitíssimo levar á sua Repartição todas as economias que poder; mas não e' alli que eilas sé podem fazer em grande escala.