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nistrativa, pôde pelas suas próprias attribuições, ou, quando assina se torne necessário, por uma autho-risação que a Garoara lhe dê, regular esta administração provisória. Pois se nós estamos na possibilidade de ter Diário por Empreza, para que havemos estar já a crear direitos provisórios? Crear direitos é uma cousa rnuita sisuda; porque depois argumenta-se com esses direitos, ainda que creados provisoriamente, para tirar conclusões permanentes. Parece-me por consequência inopportuna toda a discussão a respeito das disposições que se encontram no Projecto sobre a Administração; e o que rae parecia eia que se devia adiar esta discussão, abrindo-se concurso, para quem quizesse tomar a Empreza da publicação do Diário com mais economia, melhor methodo, e já se sabe com as competentes garantias; e que só depois de se conhecer que não ha quem queira tomar esta publicação porKmpreza, e' que então nos poderemos occupar das regras, pelas quaes se deve dirigir a Administração ; o mais é perder o tempo com essa discussão. Por tanto proponho o adiamento da discussão deste Projecto ate que se provoque a concorrência de Empresários, e u Camará possa ter a convicção de que não ha Empresários, ou que aquelles que concorrem não offe-recem condições vantajosas para induzir a Gamara a dar o Diário por Empreza.

O Sr. Marecos: — Responderei ao illustre Deputado sobre a sua questão de ordem , que me parece não pôde ter logar ; porque aTachygraphia, no estado ern que se acha, não pôde de maneira alguma preencher o trabalho que tem afazer para a publicação do Diário: já ella.se tem visto em graves embaraços para dar duas Sessões. O Empresário linha addtcionado á Tachygraphia da Gamara muitos Empregados, a quem pagava, e que deixaram de trabalhar logo que a Empreza cessou» E'por consequência absolutamente necessário tomar a esse respeito uma medida prompta e definitiva, se acaso se quer que continue o Diário. (Uma noz:—ACom-missão que o f aça interinamente.) Então, -autbori-sando-se a Commissão, e' outro caso.

O Sr. .Morna.' — Desejaria muito que se fizessem alguns trabalhos por Administração, para termos algum tempo de comparar os dous methodos: o primeiro já sabemos pela experiência o que dá; tente-se este segundo methodo, porque alguma cousa se achou no primeiro, que não satisfazia complela-mefite; todavia não se pode ainda considerar tudo o que se fez por esse primeiro methodo pouco perfeito, e então parecia-me que, havendo este inter-vallo ate' á decisão definitiva deste negocio, podia-se tentar esse methodo da Administração, e ver que resultados dá.

Ora, quando eu pedi a palavra não era para a questão de ordem , mas para ampliar aidéa de concurso para todos estes Empregos,-ou pelo menos para addícionar alguns mais. Não me occorre que razão possa haver para se porem a concurso outros Empregos e não os de Redactor, que considero dos mais importantes.

Eu na verdade faço muito apreço deste methodo dos concursos, e desejava que não ficasse somente para os Tabelliães, mas que se vá introduzindo para tudo o u>ais-enj que haja dinheiro publico a distribuir.

O Sr. José Estevão: — Sr. Presidente, o que eu

entendo e que a Camará deve por esta òccasiâo r?* solver^ e votar o que é preciso a respeito deste ramo deservrço da mesma Camará, independente da quês» tão: se ha de haver Empresa ou não. E' preciso em primeiro logar considerar a situação dos Tachy-graphos; escuso de fazer protestações de imparcialidade a este respeito; não devo favores a nenhum delles, e quasi nunca revejo os rneus discursos; mas é preciso considerar a situação dos Tachygraphos, porque d'ahi provém a celeridade e perfeição destes .trabalhos; e em quanto a Gamara não tiver maior numero de Tachygraphos, e não empregar todos os meios, para lhes fazer interesses taes , que se entreguem exclusivamente a este trabalho, nunca poderemos ter Diário. Os Tachygraphos são poucos, e os ordenados mal repartidos não estão divididos em conformidade do seu merecimento, e muito uienos em conformidade dos ordenados, que estão votados para os Tachygraphos da Gamara dos Senadores: aTachygraphia dos Senadores faz dedespeza 3:(

réis, e entretanto as Sessões do Senado terão a terça parte do tempo das nossas, os Oradores são mui' to menos, e ha menos documentos na» Sessões, que de ordinário são três por semana. Daqui resulta que os Tachygraphos, que são bons Ia têm logar, e são mais bem pagos; vão para lá, porque não trabalham para noa fazerem obséquio.

Qual é a razão porque havendo Eschola d0 Tachygraphia , e pagando-se a quem ensina, nós não temos Tachygraphos/ E' porque se não estabelecem ordenados, que possam convidar um homem a ir empregar-se n'um tirocínio muito longo, para depois vir ganhar 200$000 réis.

• Por consequência , a Gamara não só deve consi* derar a situação dos Tachygraphos, mas deste ramo de serviço, de modo que complete tudo o necessário para se publicar o Diário por Administração; porque assim se colloca n'uma situação de independência para contractar vantajosamente com qualquer Empreza, ou então fazer o Diário pelos seus próprios rneios.

Ora, estando completo este ramo de serviço, com o quadro de Empregados necessários para o Diário, a Garoara ha de passa-los effectiVãmente á Empre* za, ejá alli tem uma garantia de bom serviço, porque a Empreza não os pode desptdir, e por cálculos mesquinhos de economia não ha de tirar Empregados , de que resulte difficuldade no serviço.

Appareceu uma Empreza para a publicação do Diário, do que tirava grandes lucros, isso não tem duvida; e se a Gamara, esclarecida por esta experiência, quizer fazer economias, não ha de ter Empreza, e ha de ver-se.obrigada a voltar á Administração. Mas o que é conveniente, repito, agora que não temos outra ordem do dia, é considerar a situação desta Repartição; habilitando-se assim a Gamara a ficar independente, e por consequência a contractar com mais vantagem j porque se a Empreza nos vir com a corda no pescoço, hade dictar* nos as condições que quizer.