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868 DIARIO DA CAMARA DOS SENHORES DEPUTADOS

a camara se dispensa o regimento para entrarem já em discussão.

Consultada a camara, foi dispensado o regimento e entraram em discussão.

São os seguintes:

PARECER N.° 138

(Circulo de Loanda, 1.º)

Senhores. - A commissão de verificação de poderes examinou o processo eleitoral que lhe foi enviado, relativo ao circulo de Loanda (1.°), e verificou que o numero de votantes foi de 4:921, sendo tres listas inutilisadas, obtendo votos os seguintes cidadãos:

Thomás Victor da Costa Sequeira .... 4:536 votos
Augusto Ribeiro .... 215 votos
Joaquim Mattozo da Camara .... 41 votos
Carlos da Silva .... 38 votos
Francisco Joaquim Ferreira do Amaral .... 37 »
Bernardo Nunes Garcia .... 26 votos
Joaquim José Coelho de Carvalho .... 22 votos
Antonio de Serpa Pimentel .... 1 votos
Francisco de Salles Ferreira .... 1 »
Manuel de Serpa Pimentel .... 1 »

Na assembléa de Colungo Alto a eleição correu tumultuosa, e por isso a assembléa de apuramento resolveu não contar as 42 listas que dali foram remettidas fechadas na urna.

Não influindo, porém, aquelle numero de votos no resultado da eleição, e não tendo havido protestos nem reclamações, entende a vossa commissão que deve ser approvada a eleição, e proclamado deputado o cidadão Thomás Victor da Costa Sequeira, que apresentou diploma em fórma legal.

Sala da commissão, 25 de junho de 1890. = Pedro Victor da Costa Sequeira = Marcellino Mesquita = José Estevão de Moraes Sarmento = Luciano Monteiro.

Tendo sido dispensado o regimento, entrou em discussão e foi approvado.

PARECER N.° 139

(Circulo de Loanda, 2 °)

Senhores. - A vossa commissão de verificação de poderes examinou o processo eleitoral do circulo do Loanda, 2.°, verificando que o numero de votantes foi do 34:337, sendo inutilisadas 7 listas, obtendo votos os seguintes cidadãos:

Pedro Ignacio de Gouveia .... 30:129 votos
Augusto Ribeiro .... 2:575 votos
Augusto Dias de Carvalho .... 689 »
José Joaquim de Carvalho Junior .... 602 »
Bernardo Nunes Garcia .... 145 votos
Alexandre Alberto da Rocha Serpa Pinto .... 80 votos
Sebastião Magalhães Lima .... 31 votos
Paulo Henriques de Carvalho .... 20 »
Francisco de Selles Ferreira .... 16 »
Marquez das Minas .... 15 votos
Alfredo Trony .... 9 votos
Joaquim Pinto Furtado .... 6 »
Francisco Ferreira do Amaral .... 6 votos
Pedro de Lima .... 5 votos
Ernesto Correia Martins .... 1 votos
Manuel de Arriaga .... 1 votos

Não tendo havido protestos, nora reclamações, entende a vossa commissão que a eleição deve ser approvada e proclamado deputado o cidadão mais votado Pedro Ignacio de Gouveia, que apresentou diploma em fórma legal.

Sala da commissão, 25 de junho de 1890. = Pedro Victor da Costa Sequeira = Marcellino Mesquita = José Estevão de Moraes Sarmento = Luciano Monteiro.

Tendo sido dispensado o regimento, entrou em discussão e foi approvado.

Foram proclamados deputados os srs. Pedro Ignacio Gouveia e Thomás Victor da Costa Sequeira, que senão introduzidos na sala pelos srs. João de Paiva e Pestana de Vasconcellos, prestaram juramento e tomaram assento.

ORDEM DA NOITE

Continuação da discussão do parecer n.º 133 (organisação do ministerio da instrucção publica)

O sr. Presidente: - Tem a palavra o sr. relator da commissão.

O sr. Luciano Cordeiro: - Sr. presidente, como v. exa. sabe, eu venho de jantar com o discurso do nosso distincto collega, o sr. José Julio Rodrigues.

V. exa. não quiz assistir e perdeu.

Um delicioso jantar e um bello companheiro. Foi, não direi uma pequena orgia, mas verdadeiramente um banquete pantagruelico, cheio de espirito, e do culinaria exotica, e não apenas uma d'aquellas modestas refeições burguezas, cujo menu s. exa. aqui nos descreveu ha pouco, fazendo-nos jornadear em plena Belgica. Um alegre jantar e um cavaco alegre que me fez profundas saudades e me deixou as mais bellas impressões.

Fallámos as estupinhas, como se costuma dizer.

Desaffogadamente, sem curar de politicas, s. exa. não fez mais, a bem dizer, do que descompor-nos o seu partido e o seu chefe.

Pintou-nos o estado deploravel, desgraçado, triste, em que se encontrava a instrucção, ao cabo de quatro annos de consulado progressista e dos mais dedicados disvelos do sr. José Luciano de Castro; contrapoz desoladamente ás minguas e atrazos do nosso ensino primario e do nosso ensino technico, as maravilhas que encontrára por aquelles paizes das mil e uma noites que percorrêra e por onde eu tambem andei um pouco... sem conseguir encontrál-as.

Só o que elle nos fez rir com os programmas decretados na ultima situação!...

Por mim não lhe fiquei atrás, e offereci em holocausto a este desabafo da má lingua lusa o meu velho amigo, o sr. Arroyo:

- «É bem feito», dizia eu. «Elle teve a dictadura na mão; podia ter, de um traço de penna, realisado desde logo todos aquelles bellos ideaes de instrucção e educação nacional, digamos assim, á allemã, que fizeram o desvanecimento do illustre professor, por esse mundo alem, desde a Belgica ao Japão.»

Não podia s. exa. logo ter remodelado o ensino primario á belga? Ter desdobrado o ensino secundario á moda germanica ou italiana? Ter refundido todos os graus de ensino em Portugal, desde o elementar, até, como tão necessario se vê que está sendo, o ensino superior de que o douto deputado é um distincto ornamento?

Mas ao contrario d'isto, o sr. Arroyo, modestamente, á moda da terra, como costuma dizer o nosso illustre collega o sr. Dias Ferreira, ou mais exactamente, terra a terra, contentou-se em preparar o nucleo de uma remodelação futura, em crear a instituição directora, funccionaria, alias coroamento necessario, imprescindivel, dos serviços da instrucção e educação nacional.

E contentou-se tão modestamente com isto o governo, que até o proprio gr. presidente do conselho, não menos modesto, não menos respeitador da moda caseira, nos fez notar aqui que a dictadura, armada muito embora com todo o direito, com todos os impulsos de um grande movimento nacional, conscia da sua força e da sua rasão, julgando mesmo muito conveniente mostral-as e exhibil-as, que não se atrevera a nomear um simples continuo, um