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Príncipe Magnânimo que a outhorgou; nós consideramos a Carta e o Soberano como dois objectos ligados inteiramente, e também como objectos da nossa maior affeição, respeito e veneração. (Muitos apoiados j ; rnas por isso não podemos dizer que a Carta ino deve ser reformada; queremoi-a reformada para que continue a ser o Código respeitável das nossas Liberdades (Muitobemj e o fundamento das Instituições Monarchico-Representativas, únicas que se compadecem corn a índole deste bcllo Povo (Apoiados). Nós não podemos deixar de amar a Carta, nós que emigrámos por ella, nós que vertemos o nosso sangue por ella ; a Carta que trouxe a liberdade e a vida a este Paiz, a Carta que despedaçou os cadafalsos aonde o sangue dos nossos irmãos tinha tantas vezes'sido vertido, a Carta que abriu as masmorras aonde gemiam tantos Cidadãos innocentes, a Carta finalmente que quebrou as algemas a este Povo tão digno da Liberdade (Muitos apoiados). Por tanto não se diga que nós deixamos de ter urn culto de respeito c veneração á Lei Fundamental do nosso Paiz.

E precisa esta Reforma, Sr. Presidente, porque a Nação a reclama, porque nós seus Mandatários devemos obedecer a esta injuhcção;

O Movimento d'Abril, ouvi eu dizer daquclle lado, não'foi uma Revolução, não foi um Movimento Nacional. Sr. Presidente, eu appullo para todos os que me ouvem, appello para o Paiz para que elle desminta estas asserções. Nós vimos todos sair de Lis^ boa o Chefe deste .Movimento, ò illustro Marechal Saldanha, e saiu quasi só, mas ia acompanhado da sua espada e da sua fortuna: elle, c seus Companheiros de Armas correram o Paiz, em toda a parte acharam acolhimento, ern toda a parte acharam ad-hesõcs, ern toda a parte acharam sympathias. Nós vimos todos, Sr. Presidente, essa bella scena de patriotismo e de enlhusiasmo que nos apresentou a Cir dade predestinada para vigiar, e para guardar sempre as Liberdades do Paiz (Repetidos apoiados): essa Cidade que d o maior brazão da nossa gloria (O Sr. Passos (Manoel): — Muito bem!) essa Cidade, berço da velha, e da moderna Monarchia ! Nós vimos esse enthusiasmo, aqui nesta Gamara lia (j nem o presenciasse, nas praças, nos lheatros, nas ruas, nos quartéis; as ovações eram continuas, as adhesões eratn manifestas (Apoiados).

Nós vimos depois, Sr. Presidente, o Chefe desse Movimento entrar a. foz do Tejo acompanhado e á testa d'alguns bravos, e nós prcsencearnos esse dia de ovação e de enthusiasmo com que por todo o Lisboa foi recebido esse Homem: talvez não tenha havido um dia em que tivesse logaf uma scena de tão grande contentamento; todos se congratularam nesse dia feliz em que o Povo se abraçou com a Tropa, em que todos os Cidadãos não tinham senão um só pensamento— o da salvação da Pátria c Liberdade (Muitos apoiados)!... Este facto repercutiu-se em todos os ângulos do Paiz; parecia que telégrafos .eléctricos annunciavam este acontecimento para todos os confins de Portugal; e não havia taes telégrafos eléctri-

cos, era o eco, que a tuba do enthusiasmo reproduzia por toda a parte com incrível velocidade (Apoia» dos). Ediz-.se — Este movimento nuo foi nacional í... Se não foi .nacional porque motivo os CollegiosElei-toraes (e e onde está toda a força da argumentação) porque motivo os Collegios Eleitoraes não disseram — Nós não damos os diplomas que nos são dictados, nós não correspondemos ao convite que nos fizeram ? Mas os Collegios Eleitoraes todos corresponderam ao convite, mas os Collegios Eleitoraes todos deram o diploma que eu ainda agora li (Apoiados) • e por tanto o movimento ficou nacionalisado, se não era nacional ( Muitos apoiados).

Disse-se aqui — Que o Acto Addicionaí- era de pouco importância — Sr. Presidente, o A c.to Addicionaí foi prudente e político, o Acto Addicionaí foi redigido cautelosamente; porque era necessário atten-der as circurnstancias ein que por toda a parte só acha a Europa; era necessário que não nos lançássemos na arena das. discussões políticas^ E eu ainda peço á Camará, que,fuja desse campo, e que vamos quanto antes, depois de approvado o Acto Addicionaí,-tractar das questões económicas -e administrativas (Muitos apoiados). O Governo trará aqui ar, suas. Propostas, o Governo .precisa trazil-Uas, o nosso apoio ao Governo, sem questão nenhuma,- depende do preenchimento deste dever (Apoiados). Então, Sr. Presrdente, nós teremos o gosto de ver aquelle lado (o Direito) como nos acabou de armunciar um dos seus Oradores, concorrer cornnosco para esse fim.: sé agora ternos o desgosto de combater os seus princípios na arena política, teremos a satisfação do abraçar-nos no: campo económico e administrativo ( Apoiados).

Sr. Presidente, o muito notável que aquelle lado da Camará (o Direito) se tivesse- esquecido, que houve uma Revolução no Paiz; eu felicito os Srs. Deputados-daquclle lado — de terem esquecido esto grande acontecimento—.porque isto.prova, que a Revolução não foi violenta, nem oppressora—a Revolução foi tolerante"e pacifica, e tão tolerante e pacifica que os illustrcà Deputados- já se não-.lembram que ella existiu- (Apoiados). — E depois ;deste acto de tolerância hão mereceriamoâ-nósj Sr. Presidente, ser Iniciados por aquclles Senhores um pouco mais, não direi urbanamente porque todos são urbanos no seu tracto, mas em fim um pouco mais suavemente?...

Sr. Presidente, nós se desejámos de coração a Monarchia Constitucional, devemos desejar que a Carta seja reformada, e quanto antes reformada pôr isso que cila fica ^endo a base sólida desta mesma Monarchia Constitucional (Apoiados). ' • . Ornittp, Sr. Presidente, muitas mais cousas que. tinha que dizer em resposta áquelles Senhores (Apontando para o lado Direito), rnas não quero abusar da attcnção da'Camará, nem tão pouco da benevolência com que' acaba de me ouvir (Apoiado» — Muito bem).

O Sr. Presidente: — A hora já deu. A ordem do dia para amanhã e' a continuação da de hoje. Esta, levantada a Sessão. — Eram quatro horas da tarde.

O l ." R K I) ACTO K,