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DIARIO DA CAMARA DOS SENHORES DEPUTADOS 699

ção com a população do reino, quando a não podemos applicar a todo o paiz?

Pois quando vamos pedir ao paiz o sacrificio pesadissimo de pagar 4.500:000$000 réis de augmento de impostos; pois quando, por falta de bases para o lançamento equitativo d´estes impostos, vamos ferir desigualmente os contribuintes, exigindo a uns o dobro, emquanto que a outros pedimos metade do que poderiam pagar, podemos ou devemos nós attender uma classe, bastante numerosa, é certo, mas insignificantissima quando comparada ao numero total dos contribuintes? (Apoiados).

Pois podemos nós impor larguezas de liberalidade aos mesmos a quem exigimos tão dolorosos sacrificios era nome da conservação da honra e talvez da independência nacional? (Apoiados.)

Sr. presidente, parece me ter resumido quanto sobre o parecer da commissão, e em sustentação d'elle, me cumpria dizer (apoiados).

O que peço de novo á camara é que faça justiça inteira e cabal, como nos prezamos de lh'a merecer, a todos os membros da commissão, e que se convença de que não imperou no animo de nenhum d'elles outros sentimentos, que não fossem o da mais severa imparcialidade e o da justiça mais rigorosa (muitos apoiados).

Não tenho mais nada que dizer (apoiados).

Vozes: - Muito bem, muito bem.

(O orador foi Cumprimentado por varios srs. deputados.)

O sr. Mathias da Carvalho: - Quasi me poderia dispensar de tomar novamente a palavra sobra esto assumpto. Em verdade, sr. presidenta, tendo sido pedidas, como foram por mim e por outros srs. deputados, explicações ao sr. ministro das obras publicas acerca do modo como m deverá effectuar de hoje em diante o serviço de pesos e medidas, declaro que infelizmente não ouvi resposta satisfactoria. Portanto ficam ellas subsistindo completamente (apoiados).

Não tomarei muito tempo á camara para não incorrer na censura, que me parece injustificavel, da parte do nobre relator da commissão, quando nos faltou no tempo despendido em divagações de politica retrospectiva.

E certo, que differentes oradores têem apresentado algumas considerações que não se referem directamente ao parecer que se discute. Quem são os responsaveis? São os srs. ministros (apoiados), que provocaram a opposição para a questão politica (apoiados). Toda a camara viu que o sr. ministro do reino, quando fallou sobre o parecer da commissão do obras publicas, emprasou a opposição para uma liquidação de contas (apoiados).

Veiu depois o nobre ministro da marinha, e pondo de parte o assumpto da discussão, occupou-se principalmente de analysar os actos das administrações pagadas. Sinto não ver presente s. exa., porque tenho necessidade de responder a das algumas das suas humilde pessoa.

Acamara parece-me, pouco disposta a empregar mais tempo com a discussão d´este parecer, e não admira que assim seja. As attenções estão longe do assumpto que se debate. Dirigem-se todas para a crise ministerial.

O governo deixou-nos completamente; o nosso unico companheiro de trabalhos é o sr. ministro das obras publicas; s. exa. vae-se tornando amigo d'esta casa. Todos os dias temos o prazer de o ver aqui, e pela minha parte confesso que tenho com isso muita satisfação. S. exa. já usa todos os dias da palavra; e hoje, se não fallou largamente, pelo menos leu largamente (hilaridade).

Maguou me ouvir ao nobre relator da commissão, porque conheço a sinceridade das suas convicções, e sou o primeiro a fazer-lhe justiça completa, que ella não podia fazer outra cousa senão recommendar ao governo que tivesse em attenção entes empregados; isto depois de termos ouvido ao sr. ministro das obras publicas dizer que nada faria em favor d'elles!

porque tenho necessidade de responder a considerações que se referiam á minha

O sr. Correia de Barros: - V. exa. dá-me licença?

O Orador: - Pois não.

O sr. Correia de Barros: - Se v. exa. ou outro qualquer membro do parlamento, propozesse que fosse creada para estes empregados uma posição analoga á que foi dada, por exemplo, aos engenheiros districtaes, de que sou o mais humilde, talvez associasse o meu nome, se me dessem licença para isso, a essa proposta, mas a commissão não podia dar senão o parecer que deu.

O Orador: - Muito folgo com a declaração do nobre relator. Já lucrámos alguma cousa.

O sr. Correia de Barros: - Esta declaração é apenas individual.

O Orador: - Muito bem; em todo o caso tenho muita satisfação em ver o illustre deputado separar se do sr. ministro das obras publicas, e associar-se aos membros d'esta capa que têem pugnado porque estes empregadas não fiquem reduzidos á miseria, e seja aproveitado o seu prestimo na continuação do serviço que elles já conhecem e que d'elles não póde prescindir.

N'este ponto das necessidades do serviço, insistiram differentes oradores, e insisti eu tambem, porque é a questão principal. N'esta parte, porém, não ouvi ainda um unico argumento, pelo qual ficasse demonstrado que se podiam dispensar os empregados requerentes.

Responde-se vagamente que o serviço de pesos e medidas vae ficar a cargo das camarás municipaes; mas o meu nobre amigo, o sr. Ferreira de Mello, mostrou a pouca regularidade com que este serviço foi feito pelas municipalidades quando esteve a cargo d'ellas. E por esta occasião referiu-se s. exa. a uma publicação, que tenho presente, e e que se intitula " o governo e as reformas".

Esto escripto contém esclarecimentos importantes, e em nada prejudica os creditos do seu esclarecido auctor, que é o sr. Fradesso da Silveira. Cito o nome de s. exa. porque estou para isso auctorisado.

Subsistindo todos os argumentos adduzidos para justificar a desigualdade com que foram tratados os empregados a que se refere o parecer da commissão, e subsistindo igualmente todos os argumentos em virtude dos quites ficou bem patente que estes empregados são indispensaveis ao serviço da administração e fiscalisação dos pesos e medidas, entendo que a camara não póde deixar de significar por meio de uma votação que não approva os actos praticados pelo sr. mililitro das obras publicas em relação a estes empregados.

Não occupo por mais tempo a attenção da camara, porque me parece que ella está sufficientemente elucidada e que por isso deseja votar.

Tenho concluido.

Vozes: - Muito bem.

O sr. Conta e Almeida: - Requeiro que v. exa. consulte a camara sobre se a materia está suficientemente discutida.

Venceu- se affirmaativamente.

Leu na mesa, para ser votada, a proposta de adiamento do sr. Andrade Corro.

O sr. Andrade Corvo: - Peço se consulte a camara sobre se quer votar nominalmente essa proposta.

Assim se resolveu.

O sr. Falcão da Fonseca: - Eu tinha apresentado uma moção de ordem, que significava tambem o adiamento, isto é, que se adiasse a discussão d'esse projecto até que fosse apresentada uma proposta, que o ministerio devia trazer, para regular os ordenados dos empregados que ficaram fóra dos quadros. Como o governo já apresentou esta proposta, está prejudicada a minha moção de ordem, e peço licença para a retirar.

Mas aproveito esta occasião para me habilitar a dar o meu voto o n'este assumpto, fazendo um simples pedido ao nobre ministro das obras publicas. E que s. exa. se dignasse declarar á camara, visto que os empregados a quem este decreto se refere receberam uma circular declarando, que desde o 1.º de julho em diante não venceriam mais cousa