900-D DIARIO DA CAMARA DOS SENHORES DEPUTADOS

eu não podia saber só pelo orçamento, porque nem a verdade vem toda no orçamento, (Riso) nem o orçamento do estado abrange toda a divida do paiz.

Eu queria saber o montante da divida das corporações administrativas, juntas geraes de districto, camaras municipaes, e juntas de parochia.

Por isso, tenho pedido a todos os governos, e em quasi todas as sessões legislativas, nota dos emprestimos contrahidos pelas corporações administrativas desde 1878, em que se abriu essa nova era de civilisação, para avaliar por completo a importancia da nossa divida.

Mas nunca pude obter esse documento, e, o que é mais, nem resposta me davam. (Riso.)

Prevaleci-me uma vez do relatorio da companhia geral de credito predial, onde vinha uma nota, posto que incompleta, dos emprestimos feitos nas localidades com a taxa maxima, minima, e mais geral dos juros, para n'esta casa apreciar o estado economico do paiz.

Porém, como aquella companhia não póde ser governada se não por quem tem lampada accesa na casa de Meca, e, portanto, por quem tem quinhão decisivo no governo do estado, nunca mais a companhia publicou aquelle trabalho, que encerrava preciosos esclarecimentos sobre o estado economico do paiz!

Sr. presidente, não sou teimoso, nem quero ser contumaz. Se me convencerem de que despendendo os 30 a 40 contos de réis em beneficio da nova secretaria e das tres direcções geraes, e mais pessoal correspondente, se salva a instrucção primaria, secundaria, superior e profissional, eu serei o primeiro a abençoar esta medida, como redemptora da nossa instrucção publica, que tão desorganisada está.

Não é todavia segredo para ninguem que esta providencia não tem outro fim senão arranjos politicos á custa do suor dos contribuintes. (Apoiados.)

Vozes: - Muito bem.