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^obediência a todos os princípios, failar-se eni Reforma da Carta, G não se reconhecer a necessidade de reformar a Carnara dos Dignos Pares^ (Apoiados-). Na Proposta pois que apresentei, eu pró-punha a reforma dosla Camará, conservando porem, fiel aos meus principios, a sua hereditariedade, mas corn condições, dadas as quaes, a Camará no futuro havia de ser composta sempre de homens que estivessem cornprehendidos nas cathegorias d'eri-tre as quaes somente ficava permittido fazer a sua nomeação. Se essa Proposta não fbi discutida, a culpa não foi rninha, nem da Camará a que me honro deter pertencido, nem tão .pouco das Coininissões das quaes também live sempre a honra de ser membro; porque todas deram prova de muito zelo e do desejo que tinham de fazer alguma cousa, e de concluírem este trabalho (Apoiados do lado direito) ; mas, Sr. Presidente, V. Kx.% e todo» os hornene que têem practica dos negócios, sabem os embaraços e as diffi-cuIdades que ha, q.uando se tracta de reformar a Constituição de umPaiz (Apoiados).; e e a isto que se deve não ter a Camará transacta discutido, a Proposta da Ixeíbnna da Carta.-—Como é, pois, que eu e os meus amigos podemos ser accusados que que-romoSv. a inamovibilidade das Instituições? Por ventura o tacto da Proposta que apresentei, não prova a injustiça com que somos arguidos de querermos, si-inilhunle inamovibilidade (Apoiados) ? Nós os ho-mens que temos, pertencido a todas as maiorias das Camarás pasmadas, altamente accusadas e arguidas, o ate calumnindas, trabalhámos sempre por dotar o Pai/, de medidas úteis, e e por essas medidas que o Governo ainda fax. alguma cousa na situação actual, sendo por isso quo se nos d.evia fazer mais j.ustiça (Apoiados). Oxalá cpic esta Camará, ao.encerrar-se, possa di/er ao Pai/ que o dotou de medidas da importância daq,uellas, .que lho legaram essas Camarás, atro/mente calu.mniadas.

'O Sr. Leonel Tavares: — Quaes foram essas medidas?

O Orador: — Foram, todas aquellas pelas q.uaes a Admi.o.islração actual 1-5tá regendo o Pui/, edirigin-do. Iodos os. negocias públicos. (Apoiados J. ' Foi iiHI illustre Deputado, Sr. Presidente, que. hori-tem fechou a Sessão, de quem me- pr-exo de. sor amiv go á muitos ânuos, o cujo talc;nto. len.ho admirado por muitas vezes, que. nos. nccusou de querermos a inamovibilidade das Instituições.; o tenho •muita, sã-, tisfíicão de tor sido chamado pelo illustre Deputado n.este campo, pa.ra lhe. mostrar as condições com que nós não queremos essa inamovibilidade cie que nos acctisou, as quaes estão esciiplas em um Publicista que não podo ser recusado por S. Ex.a~-E Rcnjamin Constant^ e:-le Publicista, Sr. Presidente, o qual-diz: — u Mesmo nos principios os. mais 'populaxcs é fácil de' provar, que unia certa estabilidade nas .Instituições é salutar e indispensável. . . . Em thcss ger,ol nina .Nação pôde., e 'deve abonar-se com as suas Instituições por um. cspuço de tempo,' durante o c/unl cila. pousa crear hábitos., gosar de repouso, c não consumir perpetuamente todas as unas forcas cm tcn-, t a lie as de melhoramentos políticos, que na D. são sertão o meio j o que- lhe faria desprezar os melhora-, mentos moracs, a acqnisiçáo das Juscs, a rectificação das idéas, o aperfeiçoamento das ai tcs, causai l:/nc são o fi.m. n—Ti com oslas condições que nós

do ; vendo-se em presença do. que acabo de expor, que, pela doutrina que eu hontem ouvi, pela doutrina que nóà temos ouvido, os melhoramentos políticos, e a Reforma da Carta são para os illustres Deputados o fim, quando segundo os principios elles não são senão o meio.

J:á se vê por lanlo que nós não pomos obstáculo nen.ltum á Reforma da Carla; e digo mais, se fosse possivel neste momento q.ue o Governo prescindisse dos seus caprichos, e reconhecesse que não ha conveniência nenhuma ern levar por diante a Reforma da Carta pelos meios propostos, c alguém aqui quizesse uzar da iniciativa da Carla; nem um só de nós deixaria de votar por elln.

E porque, Sr. Presidente, se não havia de uzar deste meio, em logar daquellc de que o Governo se serviu, que não faz senão obrigar a maioria a estabelecer um precedente perigoso, que para o futuro tem de produzir resultados que se hão de virar contra aquelles mesmos, que os estão auctorisando í (Apoiados da Direita, c-vozes: — Ouçam! Ouçam!) Nós por consequência o que não queremos, c' desauctori-sar as Instituições; nós o que não queremos, é au-clorisar um atientado contra essas mesmas Instituições; nós em fim o que não 'queremos, e consentir na usurpação, de u-ma altnbuição^privilogiadissima que a Carta nos co.nfere, para só nós, unicamenle nós, exclusivamente nós usarmos da iniciativa da Reforma da Carta (Apoiadosj e vozes da Direita: — Muilo bem).

Agora, Sr. Presidente, sobre a questão dos Poderes extraordinários, nós não temos ouvido um só argumento, o qual se possa dizor q n o; tenha servido para demonstrar, que eífecti vãmente esses Poderes quo se acham escriptos nas Procurações, são legítimos c validos; e pareci;-nu; pelo contrario que de todos aquelles que se tom empregado, se deve tirar uma consequência inteiramente opposla. Pela rainha porte cata questão está resolvida; ha muito tempo que para mim não ha questão a respeito de similhantes Poderes; porque antes das eleições já ninguém havia que não soubesse que eu consid.erava como não escriptos. nas Procu-rações-dos l)ep.uta_dos os. Pod.eres que nellas lhes fossem conferidos para a Reforma da Carta ; Poderes que eu não só por mim, mas todo o Partido a que eu me honro de pcrtíMicer, considerava couio não escriptos naquellas q.ue fossem, dad.ns aos nossos Deputados; do fornia, que, Sr. Presidente, na occa-sião. das eleições, e antes delias, não só sabiam isto os homens dos meus priucipioá políticos, o com cujos votos me honro; mas sabiam-no os meus próprios adversários corn cujos votos lambem fui honrado; e por tanto quando a minha Procuração mo foi dada, já nem um, e nem "ou,lro Partido tinha a mais pequena duvida de que ea não reconhecia, e nem considerava escriptos Fia Procuração que se. me desse, esses Poderes para a Reforma da Carta.'