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jamais poderá estabelecer se povoação considerável; •porque n'um Paiz, ardente como o nosso, são precisas."abundantes fontes, e as montanhas calcarias, pela natureza própria da sua. contextura, em camadas parallelas, com uma inclinação geral ao hori-•sonte, raras vezes apresentam fontes nos seus cumes, e iodas as aguas rebentam ern abundância nas . suas faldas. N Tio acontece assim nas montanhas gra-•u i li cãs ou sehiMosas, onde as aguas não achando essas streitificação regular, surdem a cada passo, á superfície do solo, e alimentam'por toda a parle abundantes fontes. Onde- se encontram gíandes ae-tiumulaçoes de povoação pode concluir-se sem erro que abundam as aguas, e onde a terra retém as-' aguas no seu seio a povoação é sempre fraca; ou não existe de todo. As faldas do Monte Branco , as terras da Lombardia por um lado, e o dezerto de Zaará pelo outro podem ser cunsjderados como os extremos desta serie.

Taes foram os princípios fundatnentaes, taes foram as observações geiaes que presidiram á confecção dos M a p pás a que se refere o art. 1.° da Lei. Tenho apresentado estas reflexões com o intuito de inculcar á Camará que na discussão deste artigo não devem de modo algum dominar-nos considerações sin-guJares, e restrictas a interesses puramente locaes. É preciso que subordinemos taes considerações áquel- . Ias de uma ordem gerai, que presidiram, nem podiam deixar de presidir á confecção deste trabalho. A Camará deve estar convencida que não me move a defender este traçado adoptado na Lei, o ter elle sido piimiiivamente obra minha; move-me sim o interesse geral do Paiz, que devemos consultar na confecção da Lei ; porque apesar de haver sustentado o Adiamento da sua discussão, desde o momento em que elle fui rejeitado, é dever meu concorrer para a perfeição desta obra, e hei de faze-lo corno se o Adiamento não tivesse sido por mim apoiado.

Estou longe de piesurnir que o trabalho consigna-. do nestes Mappas não seja s,u^cepiivei de importantes correcções. A expeiieucia já me apresentou sl-,gum.as; assim v. g. tendo eu traçado nesses Mappas juma communicaçào única, e toda de testa entre ,Lisboa e a Villu de Torres Vedras, observei depois que devia accrest entar->e-lhe , e até antepor-se-lhe ..na ordem da construcção uma estrada dirigida sobre -o Tejo na Alhandra, conduzindo-a peio vertente septentriona! da$ montanhas',- n'outra época fortifi-.cadas para cobrir Libboa. Esta estrada própria para evacuar sobre o Tejo todos os productos de. uma larga extensão de Paiz, essencialmente vinhateiro foi começada enire a Alhandra e a Arruda, e posso dizer que a maneira porque se acha construído este principio da obra, forma um dos mais lindos pedaços de estrada que possuímos no Reino. Esta estrada, quando acabada, não dispensa comtudo a existência

Disse-se nesta Câmara, que não devíamos occir-par-ncs da abertura das estradas sem completar pri^ meiro ura syslema de canalisação ou navegação interior.. Esta espécie de questão prévia não deve ficar sem resposta, [KJr isso mesmo que os seus fundamentos são ale certo ponto plausíveis. .Direi portanto sobre ella algumas palavras, Em primeiro logar já ouvi nessa Camará, e muitas vezes fo a delia, que as eu m muni caçoes aquosas podem e devem sergran^ demente multiplicadas nesie Reino; por ser elle atravessado .por grande numero de rios aptos para a navegação. Ser-rne-ha licito não assentir a esta proposição. Na minha.opinião'existem poucos Pai-zes que se prestem tão pouco como Portugal • a utn grande numero de eommunicações fluviaes. O nosso Paiz é inteiramente montanhoso, e apenas conta um rio em toda a. sua extensão. Esse rio é o Te/p. Quanto aos mais são torrentes Sufragadas, na maior parte da sua extensão, de uma navegação sempre difficil e incomrnodâ, e sempre singular pela impossibilidade dederivar delles canaes laieraes. Não que*-rp dizer com isto que não. possamos nem devamos ampliar e melhorar a nossa navegação interior; só quero dizer que nunca pôde eíla ser a base das nossas eommunicações internas. Se o nosso Paiz oferecesse nascentes poderosas nos seus pontos mais elevados, de maneira a formar canaes de ponto de partilha, esta possibilidade admittiria a de urna navegação interior ramificada e extensa; mas os nossos rios os mais poclero-o» \em de longe, tem escavado considerabilissiinamenie os seus leitos, e as suas aguas eãtão tanto abaixo do uivei dos tenenos adjacentes na maior, parte da extensão dos seus leitos/ que não lia força que dali as derive, nem possibilidade de estabelecer com ejlas canaes de derivação divergentes ou lateraes. Digam-o as margens alcantiladas do Douro, do Dão, do Mondego acima de Coimbra, do Zezere, do alto Tejo e do Guadianna. Reconhecendo, por todas estas razões, que a navegação interior não podia sei: para nós o principal vehiculo de commnnicações; na ». se despresaram, comtudo as que podem ser aproveitadas, e o syste-ma de estradas, que aqui se apresenta, dirige-se frequentes vezes sobre os rios, com o intuito de aproveitar para. o transporte as suas aguas, e íngir-sè geralmente de levar as estradas principaes pela bor* da dos rios navegáveis , com o fim de as espalhai naquellas parles, onde, não pôde chegar a nave-, •gação.