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De mais a desigualdade, que tem havido, tem feito com que entre o Exercito haja alguma rivalidade, entre os corpos, que estão nas Provindas, e os q w* estão na Capita! ; e eu peço ao Governo que tenha isto em consideração, e que e melhor evitar, que repremu qualquer excesso, que por ventura possa acontecer.

Sr. Presidente, os Officiaes que se acham no Algarve estão nas mesmas circumstaneias, que todos que estão na Província, porque os seus soldos estão DO atraso, que o Sr. Ministro declarou, e por lá não ha rebatedores, que lhe dêem alguma coisa peles seus soldos, e de mais a mais estão, peior, porque têíun de andar em marchas continuadas.

E' verdade que o Sr. Ministro mandou agora pagar alguma coisa á tropa do Algarve, o que eu muito estimo ; e muitoestimaria que as nossas circumstaneias permiitissem pagar-lhe tudo; porém visto que isso não pôde ser, podia ao menos mais igualdade TIOS sens pagamentos; e para isso e' que eu fiz esse .Requerimento, que eu espero que a Camará ap-prove.

O Sr. Leonel: — Sr. Presidente, V. Ex.a tem a bondade de mandar ler o Requerimento (Leu-se): ficho eu que bera diílicult.oso estabelecer uma regra 'fixa sobre o pagamento do Exercito; mas quereria eu que o Sr. Ministro da Guerra tivesse a bondade de mandar quanto antes as informações, queaCom-rnissão de Guerra lhe tem pedido. Por esta occasiào direi que en SPÍ que na Secretaria da Guerra se tem achado embaraçados em mandar essas informações, porque o estado da Repartição da Guerra está de tal rnodo, que não e''fácil rnanda-los de prompto; sei tudo isso, Sr. Presidente; porem por isso mesmo que e diffícil, e que dezejo que trabalhem com brevidade, Âg-ra o que não posso deixar de reparar e' QUC sendo tão grande a divida em cada Divisão, como o Sr. Ministro disse, se gastassem no Ministério da Guerra 2 mil contos em 11 mexes; por isso vejam se c preciso ou não tractar de discutir o Orçamento da Guerra.

O Sr. Fontoura: —O Requerimento do meu no-brs amigo o Sr. JNoutel não acho que se possa levar a effiíito, porque para pôr cm paralello os soldados das Províncias com os da Capital, seria obrigar a estar estes pobres desgraçados da Capital sem receberem muitos niezes os seus prets.

Disse o Sr. Ministro da Fazenda, que o motivo da tropa esiarcom mais, ou menos aUazo, era ern consequência da Divizuo, que linha entrado na Hespa-nha, e da do Sr. Conde de Bom-fim , por terem essas entrado pagas em dia, e as outras estarem muito atrazadas. Parece-me não ser esse o motivo, pois Caçadores quatro, pertencendo á Divizão Auxiliar deHespanha, Caçadores cinco entraram no Algarve pagos em dia , agora pagou-se-lhes Julho, ficando n'um atrazo de sete raezes; Caçadores do>us que estava nas mesmas circumslancias , devem-se-lhe-dous mezcs, ou quatro quinzenas; Infantaria dezesete , e dez, que pertenceram á Divizão Auxiliar, estão na mesma divida; não tem havido igualdade. Eu pedia aos Srs. Ministros, que olhassem para a tropa do Ai-«•arve, que está descalça, apezar que no outro dia se lhe mandou uai par de buts de gratificação, ma* isso níio basta; cada vez que vão ú Serra perdem um par de buts. Quando eu aíi estava, mandei marchar de Loulé um destacamento de n.° 8: estes soídados

iam descalços, quasi iodos, menos uns sete, ou oito. e ate saíram com os capotes, porque a decência pedia que os não tirassem. Eis-aqui o estado daquelia tropa, que eu tive occasião de conhecer em dez me-zes, que ali commandeu Os Officiaes estão reduzidos á etape, sem mais nada, porque ali não ha um ré- " batedor, um homem, que dê cinco réis por um recibo; uru Officia!, que^rebaleu um mez, importando em trinta e quatro mil réis, recebeu cinco mil réis. deixou á mulher o dinheiio, e levou um pataco no bolso (sensação), e foi destacado para Aljezur, onde esteve dous mezes-

Approvo o Requerimento do meu nobre amigo, em quanto a pagar-se igualmente a ioda a tropa.

O Sr. Silveira : —Parece-me que o Requerimento doSr.Neutel não pode deixar de ser approvado, agora que o Sr. Ministro da Fazenda já declarou que, quando mandava pagar a uma Divizão, mandava pagar a todas as outras: ora isto é que me parece que se não tem feito, e vou dar a razão. Se se tivesse pago a todas as outras Divisões Militares, o mesmo que se tem pago á primeira Divizão, havia de suc-ceder que nas Províncias haviam de ler recebido o mesmo numero de soldos, e prets que em Lisboa, mas não se tem recebido, e por isso está claro que não se tern pago igualmente.

Eu fui para o Porto nos principios-de Abril, para a 3.a Divisão Militar, para commandar o meu Corpo, e então posso asseverar, porque é verdade que por 8 meses sucessivos estiveram os Officiaes seru receber um mez de soido. Então se se tem pago 6 , ou 7 mezes á l.a Divisão, não se devia pagar ás outras Divisões o mesmo? Por consequência não ha.du-vida que o Sr, Ministro da Fazenda estava enganado, quando disse isto.

Ora agora, em quanto a fazer-se publico no Diário do Governo, isso e uma cousa essencial: porque dão-se ordens para pagar ásdifferentes Divisões, mas essas ordens não se executam.

Approvo pois o requerimento do Neutel, porque e muito justo.

O Sr. Ministro da Fazenda : — Eu sou inerepado por falta de exactidão, e eu fui o primeiro que declarei que não respondia pela exactidão dos factos enunciados a respeito dos pagamentos do Ministério da Guerra. E' preciso que nos entendamos por uma vez; o Ministro da Fazenda não tem nada coín os pagamentos do Reino, da Justiça , da Guerra , etc. ; porque esses pagamentos fazem-se por virtudg de ordens das S