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abril, era querer inhibir, que os deputados que fossem eleitos, se podessem apresentar nesta sessão, e por consequencia defraudar aquella provincia do direito de ser aqui representada (Apoiados).

Alem disso as commissões de recenseamento officiaram ao prelado diocesano, perguntando-lhe se effectivamente a circumstancia de no dia 13 de março ser o da paixão de Christo implicava com os actos religiosos o proceder-se ás eleições primarias, por estes actos terem de verificar-se nas igrejas... E se no dia 20 de março, por ser domingo de Ramos, obstava essa circumstancia a que nesse dia se cantasse Te Deum, que a lei manda que tenha logar depois do apuramento dos deputados?... O bispo da diocese respondeu-lhe, que não havia inconveniente nem n'um, nem n'outro caso. Por consequencia as commissões do recenseamento, e muitos eleitores daquelle circulo eleitoral, vendo que este acto do governador civil não tinha fundamento algum justificavel, intenderam que deviam dar conhecimento deste procedimento á camara electiva, a fim de que esta adopte as providencias que julgar conveniente, para que o direito eleitoral não seja uma illusão. Cumpro a missão com que me honraram aquellas commissões, e os eleitores que assignaram um requerimento no mesmo sentido, mandando estes papeis ou documentos para a mesa. E agora ser-me-ha permittido dizer que intendo, que o destino que se deve dar a estes papeis, é remette-los á commissão permanente de verificação de poderes, para ella com urgencia lhe dar a consideração que intender conveniente.

O sr. Presidente — Na fórma do regimento ámanhã se lhe dará destino.

O sr. Barão de Almeirim: — Eu tinha pedido a palavra a v. ex.ª, porque desejo saber algumas noticias do ministerio (Apoiados). Ha uns poucos de dias, que nós estamos aqui sem vermos o ministerio no seu logar; nenhum dos srs. ministros aqui teem apparecido ha dias para cá, e os negocios publicos e de urgencia estão parados. Parece que houve algum motivo occulto ou estranho, que fez parar esta machina governamental (Apoiados).

Poderá dizer-se que os srs. ministros estão occupados com a discussão da resposta ao discurso da abertura, que actualmente se está ventilando na camara dos dignos pares do reino; mas, sr. presidente, a camara dos dignos pares do reino abre-se quasi sempre, ou todos os dias em que ha sessão, ás duas horas da tarde, e até essa hora podiam os srs. ministros ler feito o favor de apparecerem nesta casa, para tractarem alguma cousa sobre negocios publicos, e negocios da maior urgencia (Apoiados). — Mas os srs. ministros não sei em que occupam o tempo. Os negocios do estado não vão bem; as queixas dos povos são repetidas; a desordem gira por toda a parte sobre varios objectos de publica administração, e, não obstante, os srs. ministros não apparecem aqui! Não fazem caso da camara, nem dos objectos, que indispensavel e immediatamente se devem tractar na camara, e que requerem a presença dos srs. ministros. — Repito, os negocios publicos não correm bem; os srs. ministros não apparecem nesta camara, como deviam vir, para responderem sobre negocios d'estado!...

E eu, sr. presidente, tenho pendente uma interpellação, que desejo dirigir ao sr. ministro do reino sobre objecto da maior transcendencia, objecto que está

Incommodando milhares de familias por quasi todo o reino, por causa do modo como se estão executando os decretos de 5 de novembro de 1851, e 24 de dezembro de 1852, sobre legados pios decretos, que muito espirituosamente disse aqui o sr. Cunha Sotto-Maior — tinham entregado a fazenda particular ao enfermeiro mór do hospital real de S..José!...

Eu tenho pendente esta interpellação ha um pouco de tempo; e todos os dias estou recebendo cartas de differentes partes do reino, cheias de queixas pelos vexames e violencias, que se estão practicando por toda a parte sobre este objecto; e assim eu não posso deixar de requerer novamente a presença dos srs. ministros, nem posso deixar de censurar a falla de ss. ex.ªs nesta camara.

Por isso, sr. presidente, eu preciso verificar a interpellação, que tenho pendente, e peço a v. ex.ª que insista para com o sr ministro, para vir a esta camara com a maior brevidade possivel, para poder levar a effeito a minha interpellação; porque os vexames que se estão fazendo aos povos são muitos; e se os srs. ministros tivessem mais conhecimento destes negocios, e mais sollicitude em se occuparem dos negocios do paiz, de certo não seriam tão remissos no cumprimento de seus deveres...

Alem disso, sr. presidente, apresenta-se outro negocio da maior transcendencia, da maior magnitude para este paiz, negocio em que eu já tenho fallado aqui por varias vezes, e negocio sobre o qual as suspeitas todos os dias se augmentam: é o negocio do caminho de ferro. Amanhã acabam os quarenta dias da moratoria, e por ora ainda se não sabe em que estado está esse negocio: ha, porém, todo o receio de que esse negocio se queira levar de uma maneira, que não poderia deixar de produzir graves prejuizos para o paiz. Tem-se espalhado boatos de que se apresenta ahi uma cousa, a que se quer chamar uma companhia, mas que effectivamente ella não tem garantias; e ha mesmo quem acredite, que se quer fazer um contracto, pelo qual todas as garantias venham a ser uma pura ficção. Sobre este objecto desejava eu tambem ser informado, para que o paiz o fosse; mas a falta dos srs. ministros produz uma falta total de informações sobre os negocios da maior transcendencia, sobre os negocios da primeira importancia para o paiz, e de que nós nos havemos aqui de occupar essencialmente..

Por isso, sr. presidente, eu levanto aqui a minha voz como representante do povo,: de um povo que me escolheu livre e espontaneamente, para conjurar esta falta de sollicitude da parte do governo; e terminarei pedindo a v. ex.ª que inste com o sr. ministro, para que quanto antes se possa verificar a minha interpellação.

O sr. Jeremias Mascarenhas: — Mando para a mesa estes dois requerimentos (Leu).

O sr. Sarmento: — Mando para a mesa alguns pareceres da commissão de petições.

O sr. Sampaio: — Mando para a mesa uma representação da camara municipal de Rio Maior, pedindo a concessão de um edificio nacional, para nelle estabelecer as repartições publicas do concelho.

O sr. Thomás Northon: — Mando para a mesa uma representação da camara de Valladares, pedindo que seja approvado o projecto do sr. Honorato Ferreira para se admittirem na alfandega de Vianna as fazendas sujeitas a sêllo.