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Representativo, pelo qtm! tantos e tamanhos sacrifício* S. tíx.a tem feito, (apoiados)

Trazida a questão a este terreno, espero que os nobres Deputados, que disseram que tinham sido violentamente aggredidos , hão de reconhecer, que aggressores Foram elles, (apoiados) e que o Sr. Deputado Presidente da Commissão não devia empregar as frases inconvenientes, que pronunciou, e que poderiam ser consideradas como filhas do calor da discussão, se elle declarasse, que as retirava; o que ainda não fez. Portanto declaro qtie reputo ainda em pé os dois argumentos fundamentaes que apresentei, e que vem a ser: vós maioria da Commissão de legislação faliasleis á confiança, com que Fos-teis honrada pela maioria da Camará ; e vós Deputado, que redigisteis um parecer epigrammatico sobre uma questão de tanta gravidade, ludibriasteis a confiança que os vossos c u l legas em vós depositaram, (muitos e repetidos apoiados)

Passo agora ao exame dos cálculos, com que se quiz sustentar o parecer. Disse-se que os cálculos que eu tinha apresentado, eratn completamente inexactos. Até se trouxe aqui um compasso, não sei para que. Peço perdão ao nobre Deputado que trouxe o compasso, para lhe dizer que o seu calculo Foi completamente inexacto. Eu não apresento um compasso ; apresentar-lhe-hei um diário do Governo, e demonstrarei que eu nada disse, que não possa comprovar: e espero que o nobre Deputado não possa dizer o mesmo a respeito da fidelidade dos seus argumentos.

O facto é que a Commissão de legislação não tinha examinado completamente este negocio; que ella própria confessou que não estava preparada para dizer em quanto importava o Projecto do Sr. Júlio Gomes da Silva Sauches; o facto é que a Commissão foi procurar informações , depois dos argumentos que apresentei aqui; informações completamente desgraçadas, porque ou liras não souberam dar, ou a Commissão teve a infelicidade de não reflectir sobre ellas. A Commissão veio dizer-nos uma serie.. . queria dizer de absurdos, mas talvez que se escandalisem desta palavra; veio apresentar-nos uma serie de proposições inexactas. Sr. Presidente, qual Foi a base do meu calculo? Pego aos Sr. Deputados que a examinem: eu estou prompto a sustentar a sua exactidão. Eu dis^e — vós estabeleceis que o projecto do Sr. Júlio Gomes da Silva Sanches importa em uma grandíssima despeza, por isso mesmo que vós precisais imprimir 3:769 obras, ou volumes in folio; e que sendo necessário multiplicar estas por 631, numero dos indivíduos ou corporações, por quem tem de ser distribuídas, subirá tudo ao numero de 2:389$547 exemplares.

A isto respondi que nãoera exacto: porque o numero dos eleitores deve corisiderar-se, o máximo, 200^000; e sendo o numero das freguezias no continente 3:769; dividido o numero dos eleitores por estas, o termo médio para cada freguezia ou pá-rochia é 53. Na Commissão de legislação ha um homem que é governador civil, que sabe como se fazem estes recenseamentos ; e como se enchem estes e outros qnaesquer mappas.

Aqui está um numero do Diário do Governo com

unia relação nominal, e com vários dizeres, que

peitencem a cada nome, e nem por isso deixa de

haver ern cada lauda o mesmo numero de linhas-,

SFSSÂO v.° 14.

que ha em qualquer outra. Por isso eu disse que tomando o formato do Diário se podia formar um mappa contendo os nomes dos recenseados, a sua profissão, a sua idade, o seu estado, quaes as diffe-rentes verbas de decima, que elles pagam : dizeres todos estes, que podem ser collocados no alto do mappa; por tal forma que cada linha possa conter o nome d'um recenseado. Ora cadacolumna do Diário do Governo tem 126 linhas, atnetade são 63; por consequência sendo o termo médio dos eleitores por cada freguezia 53 , deixando um espaço de 20 linhas para os dizeres, cada uma destas obras ou volumes in folio, é meia lauda do Diário do Governo! A este argumento é que eu quero que os nobres Deputados me respondam, (apoiados)

Com que direito vem o nobre Deputado com um compasso para provar, que cada lauda não pode conter senão 28 nomes, quando eu mostro no Diário do Governo uma relação nominal , em que ha tantos nomes como linhas em qualquer outra lauda, e provo que cada recenseamento não precisa de oc-cupar mais que uma linha? Quando sequer offuscar a verdade, vêem-se na necessidade de só argumentarem com sophismas. (apoiados)

Por tanto este argumento está em pé: 200^000 eleitores dão, termo médio, por cada freguezia 53 eleitores; e as obras ou volumes in folio para cada freguezia reduzem-se cada uma a meia pagina do Diário do Governo!

Mas dizem os nobres Deputados; — nós não dizemos que os volumes haviam de ser grandes ou pequenos. Pois são pequenos ?. .. Então que idéa fazem os Srs. Deputados dos volumes in folio ? Eu e*tava agora em bello terreno para combater a Com-missão!. .. isto o que prova é a levesa e o espirito epigrammatico que dirigiu a Commissão na occa-sião , em que escreveu este parecer.

O meu calculo está neste papel : se a Camará quer que lhe faça prezente delle, como lhe fiz do meu discurso que na quinta feira mandei para a Mesa, não ponho duvida alguma em o fazer.

Se o recenseamento de cada parochia é pois meia lauda do Diário do Governo: o recenseamento geral dos eleitores das 3:769 parochias do Reino são 3:?68 meias laudas do Diário do Governo: isto e, 1:881 paginas do Diário do Governo ! (Muitos apoia* dos),

Supponhamos que os eleitores de província, e os elegíveis para Deputados, são ametade deste numero; (o que .não pôde ser) tínhamos que o recenseamento geral de todos os eleitores, e elegíveis, com-prehendia 2:826 paginas do Dia'io do Governo, ou 3 volumes de 942 paginas cada urn , que multiplicados por 634 produzem 1:902 volumes. Assim os 2.389:54-6 exemplares se redusem a 1:902: quer dizer, que a Commissão exaggerou 1256 vezes a despeza. Repito, que aqui está o calculo,, se alguém o quiser ver, eu lh'o mostro: e aqui está também o Diário do Governo, que prova que não é necessária uma despeza maior.