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homem deve preòíar gratuitamente á sua pátria o» seus serviços" essa máxima acabou com os sans^ culotes, cessou a moda; porque não havia rulla verdade nem justiça; porque em quanto um Deputado consumia o seu tempo em discutir conforme entendesse, objectos concernentes á felicidade ou bem estar dos outros, podia deixar de cuidar dos seus, e o tempo que gastava nessas discussões, podia ser talvez em detrimento da fortuna dos seus filhos.

Sr. Presidente, isto de certo seria uma injustiça, e além de injustiça iima desigualdade muito grande, e é necessário que sejamos justos. O illustre Deputado, querendo impugnar o subsidio e contentando-se com a gloria, foi manchar essa mesma gloria com n insignificante quantia de 1^440 reis, e muito melhor era que dissesse que este artigo não era um artigo constitucional, que se podia revogar pela própria Carta, em que dissesse não haja subsidio para os Deputados. Desta maneira o illustre Deputado estava n'um terreno muilo mais vantajoso, porque esse terreno era constitucional, mas resolver assim a questão e mesquinhez que se poderia comparar ao ajustar um recado com um homem de ganhar, ou vulgarmente = gallego — (apoiado} não pôde ser. Quando tractarmos a questão principal, havemos de assimelhar estas ideas, havemos de con,para-las, e então o illustre Deputado ha de conhecer o terreno que occupou, era muito desvantajoso quando baixou a esse ponto. Pôde o illustre Deputado ver que a Carla Constitucional marca um subsidio ; e un»a vez que se pagasse a um Deputado com um vintém, tinha cumprido com a disposição da Carta Constitucional? Pois, Sr. Presidente, eu «ntendo que senão tinha cumprido com a disposição da Carta Constitucional, porque o seu Pador leve em vista estas considerações para todos aquel-les que fossem eleitos Deputados. De mais, Sr. Presidente, pois nós seremos mais liberaes do que os homens dos Estados-Uuidos, seremos mais liberaes do que os Belgas 1

Uma voa: — Somos..

O Orador: — Seremos, entretanto os povos que citei, teem uni subsidio. A questão, Sr. Presidente, no seu verdadeiro ponto de vista, eu não entro nas intenções de nobre Deputado ; nern as censuro, rnuilo pelo contrario eu as tenho como as melhores, como cis mais nobres, mas chegando ao ponto a que nos achamos reduzidos, quando entramos em questões de réis, ainda que nunca suppuz que nesta casa viés* bemos a esse desagradável terreno, veremos o que isto e: nunca pensei que este arligo podesse soffrer uniu impugnação como a que está soffrendo, como lambem nunca pensei que esta impugnação reduziria a metade o subsidio que se achava determinado, e em taes circunstancias muilo mais gravosas do que as cm que se achavam os nossos maiores.

Sr. Presidente, nós não podemos deixar de considerar a questão por este lado, que na verdade é vergonhosa. Em quanto á primeira estou persuadido que tenho combatido esta emenda; mas nislo não tenho feilo senão acompanhar os meus eolle-gas; pois que eu lenho sustentado o arligo mais fracamente do que elles; porem cada um faz o que pôde.

Agora em quanto á emenda em si, Sr. Presidente, e pelo conceito que eu faço du meu il Sr.f.s,\o N.* 16.

).

amigo o Sr. Gavião, auctor delia, reduzi da a cscriplo pelo lueuilluslre amigo, o Sr. J. M. Grande, custa-me a conceber, romo o pensamento de homens, que tanto respeito, e de quem aprecio as mais bellos in-lençòes, desenvolvam na sua emenda aquillo que não querei iam desinvol vido, isto e, a mais flagrante injustiça, a mais terrível censura, o ferrete mais odioso, que se pôde impor aos funccionarios públicos, que residem em Lisboa , que viriam a ser rondernnados a não poder servir a sua pátria, e a poder, não digo já accummular, mas a perder os proventos dos seus ordenados, forçando-os a receberem o único subsidio que tem um Deputado!! É de certo a mais flagrante das injustiça;; isto, Sr. Presidente, seria o mesmo que dizer, não queremos Deputados por Lisboa, porque nós não queremos senão homens, independentes do Governo !! (apoiados)

Sr. Presidente, parece-me, que uma injustiça lul nunca eslivera na mente dos Srs. Deputados; rnas aão sei de certo qre nome dê a isto, e sem offen-der as suas Jntençôes, chamar-lhe-hei injuria; porque emfun e' um nome portuguez, mas é uma injuria, amais pungente, para os funccionarios públicos de Lisboa , e muito mais do que um epigramma. Não quero pôr-lhe o nome de injuria, porque os nobres Deputados nâoquererâo injuriar ninguém : rnas realmente e rnais do que um epigramma.

Hoje vejo despovoados aquelles bancos ale'm; (apontando para o lado esquerdo) mas tenho-os visto muitas vtzes povoados por Deputados empregados públicos,' (apoiados) e todavia os nobres Deputados, que ali selem achado, lêem affronlado Iodas estas difficuldades, e opinado corajosamente contra o Governo; a ponto que muito deram que fazer a um nobre amigo meu que foi Ministro, e alguns delles eram empregados públicos, residentes em Lisboa. E por ventura aquelles que vierem agora d'aqui por diante, hão de ser menos privilegiados queesles? Isto e'uma injusliça ; e um epigramma!!

Enlendo que o melhor e' ficar aqui... ha certas cousas que e' melhor pnrar nellas, e cada um deduza as considerações, quequizer. Se tomei a palavra, foi por ser membro da com missão, que exarou este parecer; e entendi que devia levantar a minha débil voz no meio desta assemblea para repellir, e rejeitar o additamento do nobre Deputado, corno altamenle impróprio, e contrario ao seu fim. Voto pois contra o additamento.

O Sr. J. M. Grande: — Sr. Presidente, eu pedi a palavra sobre a ordem, porque, se se entender, que o art. 38 da Carla não e um arligo constitucional, então quero mandar para a Mesa uma proposta , para que os Deputados não sejam suhsi-diados.

Sr. Presidente, e necessário que nós encaremos esta questão do modo como tem sido encarada em todos os outros paizes, aonde os Deputados não suo subsidiados....

Q Sr. Presidente: — Eu peço ao Sr. Deputado, que se restrinja á ordem.

O Orador: — Eu vou apoiar a minha proposta segundo o costume. . ..

O Sr. Presidente:—O costume não e'este: quando lhe couber a palavra sobre a matéria, então pôde fazel-o ; rnas agora deve cingir-se á ordem.