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plácida, quanto devem marchar todas as nossas discussões, será para mini um azedume grande se por um lapso de língua der occasiâo á irritação do meu nobre amigo. (O Sr. Agostinho Albano:— O mal está feilo. (riso} O Orador: — Mas não e' remediavel esse mal? (riso)j peço perdão no nobre Depulado se acaso o offendi com o que disse.. . nem assim o mal será remediado?!... (riso) ,*ora é muito !

Sr. Presidente, eu termino votando pelo artigo, rejeitando a emenda mais pelas razões, que a Ca-rnara sabe, do que por aquellas , que eu podia dar e que não devo dar (apoiados).

Ò Sr. Gavião: — Sr. Presidente, eu pedi a palavra simplesmente para rectificar, o que hontem disse, que me parece não foi bem entendido, segundo ouvi ao nobre Deputado o Sr. Agostinho Á l bano.

Sr. Presidente, eu disse hontem que, para o caso de ser approvada a proposta do nobre Deputado o Sr. J. M. Grande, eu proporia — que os empregados, que fossem eleitos Deputados, não tivessem maior vencimento do que aquillo que lhe coubesse co?no subsidio; mas não limitei esta minha restric-çâo ao» empregados de Lisboa. Ora sobre isto devo dar uma explicação ; porque eu receio sempre muito as contradicçôes , e talvez, que os nobres Deputados, que pertenceram á sessão de 1840 entendessem, se eu não desse esta explicação, que estava em contradicçâo com uma votação, que houve nesta Casa sobre proposta do Sr. José Alexandre de Campos (apoiado). (Uma voz: — Já ninguém se lem-braj. Ninguém se lembra!... Assim como eu me lembro, lembram-se os outros Senhores também; eu tenho toda essa discussão presente, posso ate dizer-lhe os voíos por que se venceu, foi por 6 ou 7 ; pois olhe que a nào consultei, mas por ver ao nobre Deputado o Diário aberto lernbrou-me logo, o que havia de ser.

Sr. Presidente, asseguro que não estou em con-tradkção ; eu disse: que, para o caso de que fosse approvada a proposta do Sr. J. M. Grande (e, nesta parle, invoco o teslimiinho de V. Ex.ae de toda a Camará) havia de propor uma limitação n'um ad-d i ta mento.

Sr. Presidente, em 1841 não houve questão so-bie o subsidio dos Deputados: o subsidio dos Deputados em 1841 estava taxado em 2^800, o que vinha a dar em cada anno o resultado de 900 e tantos mil reis, poucos eram ou quasi nenhuns os ordenados , que nessa época eram superiores a esta quantia, porque já se achavam reduzidos, eram só, se bem me lembro, os ordenados dos membros do supremo tribunal de justiça; e por essa occasiâo propuz eu : que, fosse qual fosse o resultado da votação, nunca se entendessem incluídos nella os ordenados dos Ministros d'Estado; e o Sr. J. A. de Campos declarou, que na sua proposta uâocompre-•hendia os ordenados dos Ministros d'Estado; n'este sentido votei eu , e nesse sentido votou toda a Camará : não se dava por consequência n'essa epocha o inconveniente, que hoje se data no caso que fosse approvada a proposta do illustre Deputado, porque estão o subsidio ficaria reduzido a mil duzentos e tantos reis, e hoje são muito poucos os ordenados, que não sejam superiores a essa quantia. Por tanto eu hoje partilho as opiniões, que parti-N." 15.

lliava então, e as mesmas que partilhei hontem, porque em objectos taes lenho lido sempre uma opinião constante, poderá não ser a melhor, mas são convicções. Dada esta explicação, creio, que tudo que se pôde dizer sobre o negocio, ao menos no sentido, em que hontem fallei, e podia continuar a fallar, está dito, e muito melhor do que eu podia dize-lo: limito-me por consequência a esta declaração — para que não possa ser tachado de contradicçâo entre o meu proceder em 1841 e o de hoje.

O Sr. /. M. Grande: — Sr. Presidente, vejo-me obrigado a entrar nesta questão com toda a placidez e serenidade de animo, porque em fim a minha posição como a Camará vê, e' bastante excepcional; acho-me só em campo lactando contra oparlamento inteiro; mas para m i m ha uma consideração mais fórle, e e', que quando se está convencido, de que se cumpre um dever, deve-se ficar firme no posto embora se lute contra a opinião de um parlamento inteiro.

Sr. Presidente, eu não fiz um epigrarnma; a minha proposta não e' epigrammalica: quem se attre-verá a fazer nesta Camará epigrammas depois que um parecer epigrammatico foi tão severamente fustigado por um Deputado da opposiçâo? Não façoepi-grammas; a minha proposta e'uma proposta iguala que se tem apresentado em todos os parlamentos, e teem sido defendidas por Oradores da primeira força.

Eu não digo que não haja considerações e argumentos quc~apresentar contra o que eu desejo, quo se vença, mas os illustres Deputados, que combatem a minha proposta, hão de também fazer-me a justiça de convir, que se pôde defender, e defender com argumentos muito fortes e muito políticos; (vozes: —E verdade). Não se chame pois epigrarnma ao que ahi está sobre a Mesa escripto pela minha letra.

Sr. Pre&idente, se todos tivessem tractado esta questão ceoio a tractou o Sr. A. Albano, e o Sr. Fonseca Magalhães de certo que não teria de que queixar-me, porque realmente vi argumentos, e argumentos a que hei de responder.

Não respondi, é verdade, na Sessão passada a um illustre Deputado, que se senta nos bancos superiores, mas foi porque entendi, que não apresentou argumento nenhum; hoje parece-me, que algum argumento produziu, ainda que já apresentado pelo Sr. A. Albano; tractarei com tudo de lhe responder, quando me dirigir ao Sr. A. Albano.

Torno a repetir, a questão não é urna questão de economia, não é uma questão de réis; não a tirem da altura, ern que eu a colloquei: a questão, é uma questão de moralidade, e' urna questão de conveniência, e segundo o meu entender, uma questão de decência.

Bem sei que não e' o subsidio que torna independente um Deputado; não e' a falta de subsidio, que ha de fazer com que elle tenha respcctabilidade no Paiz ; a respectabilidade ha de vir-lhe das suas opiniões ; ha de vir-lhe dos suffragios, que nesta Casa apresentar; ha de vir-lhe finalmente da justiça e consciência com que defender as questões, que se apresentem no parlamento.