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cttkSades tão habilmente apresentadas pelo meu nobre amigo o Sr. Fonseca Magalhães. Tenha-se no coração o amor da pátria; tenha-se no coração o fogo sagrado da liberdade; tenha-se a peito a prosperidade do Paiz, e ha de se ser sempre independente ou se vença ou não se vença subsidio. Aqui não vem ninguém que não possa viver frugalmente com aquil-Io que lern, embora faça algum sacrifício; faça-o no altar da sua pátria, que !h'o merece.

Segundo a Carta quem não tiver 400 mil reis de renda, não se podo sentar nestas cadeiras, é pouco, mas vive-se com pouco. É certo, o que disse o Sr. Fonseca Magalhães, quando apresentou o dito de um grande homem —«pôde-se prescindir do luxo, das superfluidade?, mas não se pôde prescindir do necessário"—-c verdade, não se pôde prescindir do necessário, masquem tiver a renda, que a Carta exi-je áquelles, que devem sentar-íe nestas cadeiras, tem para o que c severamente necessário.

Caio a cada paeao n'om abismo— (disse um il-lustre Deputado) e apezar disso, com uma impiedade sem igual caihem todos &o:bre o pobre Deputado, que ousou temerário vir apresentar .nesta Casa uma moção, não direi de Discórdia, porque a final a votação ha de terminar tudo pacificamente; mas urna moção, que te EM tidsi .as opiniões de todos

os lados da Gamara!..... Não importa, porque

quando se e&tá convencido de uma verdade, luta-se contra a opinião de Iodos.

Se eu disser por exemplo que dois e dois são quatro, e a Camará disser que dois e dois são cinco, eu posso ter razão...... (signaes de desopprovação).

Posto que a questão não e esta nem eu trado de a applicar ; o que eu quero dizer é, que é possível, que uma opinião excepcion-al seja a verdadeira, e que seja uma opinião paradoxal a de um corpo; mas quando a Camará decidisse .(que não é possível que decida) cjfiwj dois e dois sãor cinco,'ea havia de respeitar a sua decisão, mas havia de dizer, que era um absurdo; entretanto não quero dizer, que o que eu dfefeftdo, tettta afc-ndftvwvà. do dov» e do\% sâa c^ua-tro; não senhor, e uma cousa problemática, e uma rousa que se pôde defender por um e outro lado;

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defendo, e uma proposição, que tem tido defensores, e acalorados defensores, e dislinctissimos defensores nos paizes, onde a liberdade é mais alguma cousa, do que no nosso; nos paizes habituados ao Systema Representativo, nos paizes que pelas longas pracli-cas e arestos constitucionaes teem já lido um grande tirocínio no Sysleinn Representativo.

Mas que e o que se passa (disseram os illustres Deputados) nos paizes onde os Deputados não são subsidiados? E certo que os homens desgraçadamente são os mesmos ern toda a parte; e preciso correr um véo sobre as misérias humanas, e o hábil Deputado, que me precedeu, correu esse véo. Eu estou convencido de uma verdade e quero aqui dize-la, porque como Deputado da opposição neste ponto hei de ser certamente acreditado pela maioria. Eu não reputo, que haja parlamentos no mundo constitucional mais independentes e mais honestos que o parlamento portuguez; talvez a corrupção ande lá por fora em maior escala que no nosso Paiz; e quando isto sabe da bocca de um Deputado da opposição, a maioria deve reconhecer, que elle sabe fazer justiça mesmo aos seus adversários.

N," 15.

Mas,'Sr. Presidente, a questão não é essa, a questão e' saber, se com effeito nos podemos desempenhar as nossas funcções se não formos subsidiados. Disse um illustre Deputado «em tão máo campo se foi collocar o auclor da proposta, que está caindo em contínuas contradições •» onde estão ellas ? Por ventura a substituição que mandei para a Mesa contra-ria-*se em cousa alguma pela minha primeira emenda ? E não avalia a Camará o motivo, porque eu apresentei essa substituição ? Não sabe a Camará, que eu sou empregado publico residente ern Lisboa? Faça-me pois a justiça de crer, que podia esta consideração influir muito na deliberação, que tive de mandar para a Mc*a essa proposta, que por ventura eu podia deixar de considerar de rigorosa justiça, mas que a mandei para que &e não dissesse, que eu queria advogar aqui a minha causa: onde está aqui

a contradição ? Contradições todos os dias;.......

contradições que se não piovam ; contradições que estão apenas nos lábios dos nossos adversários! .... Mas eu não quero que os Deputados sejam subsidiados— que disse eu aqui no principio da discussão? Não disse, que a minha opinião era, que os Deputados não fossem subsidiados, e a razão porque não mandava essa proposta para a Mesa, era porque entendia, que a Carta obstava a este meu pensamento? Logo que vi, que a maioria estava persuadida, que aquelle artigo não era constitucional, eu não era inconsequente, era consequentissimo, mandando para a Mesa como emenda a segunda proposta: onde está aqui pois a contradição? Estigma^ ferrete, injuria— perdoe-me o meu illuslrado amigo o Sr. A. Al-bano ; que injuria, que estigma quero eu lançar sobre ninguém ? Por ventura quando se diz, que não ha nada que pague ebtas funcções majestáticas (diga mós assim) estes esforços que aqui se fazem por servir o Paiz, ha nisto censura? Sr. Presidente, toda a minha gloria e ser Deputado, para isso renunciaria aos mais altos legares do Estado; nunca tive outra ambição senão esta; nunca conheci outra, não c^ueco uem desejo, o^ue no meu peito entre outra. Pois então por eu querer, que estas funcções, por isso que são altamente nobres, não sejam renumera-Ò3s òessc jjjoàoj. porpne usura são mcspuinhamentc remuneradas, lanço algum estigma sobre alguém ? Valha-me Deos com este modo de argumentar!

Sr. Presidente, torno a dizer, a questão não é de cifras , a quesião é de moralidade, e' de decência , consideremo-la nesta altura , cfoutro modo não pôde íer. Todos cumprimos aqui o nosso dever, maioria, e opposição. Sim, Sr. Presidente, e verdade, eu digo como um celebre escriptor francez. íí Respeito os homens de todos os partidos, corn tanto que a sua crença seja conscenciosa. » Sim a maioria cumpre com o seu dever, se é filho da sua consciência, como eu entendo que é; e a opposição também o cumpre, e não tem outro fim em vista se não votar como a sua consciência lho ordena.