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algumas. Era preciso portanto adoptar-se o segundo, e fni o que o Governo adoptou e apresentou na sua ProposlH. Mas neste segundo systema havia um de dois alvitres a seguir: ou se havia de pagar um juro cm relação ao capital orçado e presumível que deve-ria clispender-se n'um caminho de ferro, ou se devia pagar wn juro em relação ao capital effectivamentc dispendido c ú proporção que se fosse dispendendo. Ora este segundo alvitre e que e proposto pelo Governo, e portanto este segundo alvitre dispensa o orçamento que o Sr. Deputado pretende que se faça; dispensa o orçamento por isso que o Governo não tem que pagar sc-não o mínimo dos juros relativos ao capital qur efectivamente se for dispendeudo, e á proporção que se for dispendendo. Na primeira hy-polhese era necessário, indispensável o orçamento : na segunda não d.

E preciso pore'm que a Companhia proceda aos trabalhos preparatórios e gráficos? É certamente; e e' por isso que na Proposta se estabelecem duas concessões, uma chamada provisória, a outra chitmadu definitiva: a concessão provisória é para que a Companhia faca esses estudos; a definitiva e aquella que então deve -ter logar depois chi fritos es estudos pela Companhia, ou pelas Companhias que vierem, porque pode apparccer mais de uma.

. Em vista dislo, Sr. Presidente, é evidente q m? estes trabalhos gráficos são inúteis, e mais que inúteis, podem ser prejudiciais ao andamento do Projecto: os trabalhos giaíicos digo eu que são inúteis, por isso quo hão de ser feitos pela Companhia empresaria, e uma despeza portanto que o Governo iria intentar, sem ser absolutamente necessária. Eu compix-hfindo, Sr. Presidente, que os trabalhos gráficos podem ser muito úteis, sobre tudo quando o Governo-quer ado-}Mar o alvitre que elle não adoptou, por isso que não tinha os trabalhos gráficos... (Uma voz:-—Não tem pessoal nem meios). Eu não quero levar as cousas tão longe; eu não quereria dizer que o' Governo talvez não lenha disponível o pessoal technico ; sei que no Paiz existem Engenheiros muito capazes, mas disponíveis talvez não, por isso que se acham occupa-dos noutros trabalhos, e alem disso carece-se de moios pecuniários, e todos conhecem a sua escazcz (Uma voz': — Aí e que está tudo j.

Portanto, Sr. Prosjdento, para que se ha de ir fazer uma despeza, que eu reputo indispensável no estado actual da nossa Fazenda Publica ( slpoia-dos) ?

Sr. Presrd'tíi\f.ft. eu desejarei que certas questões da maior importância c que eu reputo tacs para o Paiz, não sejam adiadas por este Parlamento ( sJ/joiadox). E desejarei qu'e este Parlamento não adie a questão da Viação Publica •(' /Ipoiados)- que SK vier a questão da Instrucção. Publica não seja adiada, porque n nossa ínstrucção Publica carece de uma reforma para a tornarmos mais praclica, mais de applicação, mais proveitosa (Muitos apoiados); eu desejo, Sr. Presidente, que se vier a questão da Organisação da Fa/enda Publica também nào seja adiada (Repeli-doa apoiados)j eu desejo-que se vier a grande quês* ião dos Foraes, a grande questão da Lei dos Foraes, da liberdade da (erra, sem a qual não ha a verdadeira liberdade daquejles que a habitam (.Numerosos apoiados)i lambem não seja adiada (/Ipoiados) • as grandes questões não as quero v A r adiadas neste Parlo mento ( /Ipoiados); c csía questão da linha cie

ferro que deve ligar Lisboa com o resto da Europa e para mim uma questão da maior magnitude (Apoiados).

Sr. Presidente, se esta linha tiver logar, Lisboa será sem questão nenhuma uma das primeiras Capitães do Mundo (Apoiados), o seu porto já tão formoso será sem dúvida nenhuma o mais abastecido de toda a Europa; eurri grande rneio que nós temos, .Sr. Presidente, de remoçar, degalvariisar este corpo meio — decrépito do nosso Paiz (j4poiado$).

Portanto, Sr. Presidente, para que havemos de approvar um Requerimento, que vem talvez adiar por um anrio, por anuo e meio, talvez por dois a:i-nos^osta importantíssima questão ?

E por estas razoes pois que eu voto contra o Requerimento; a (.'amara mesmo que declarou urgente a Proposta do Governo, e que portanto considera como urgente o Projecio de Lei que recaiu sobre esta Proposta, não pôde deixar de não approvar o Rcquer i meti to ( Apoiados).

O Sr. Plácido de Abreu: — Sr. Presidente, em má hora fiz eu os meus Requerimentos. Não esperava quo e! lês l u n í. o tivessem excitado a opposição do il!listre Dequtado que se senta no Banco-supe- ' rior, não esperava mesmo a sua desapprovação por quanto o que e objecto da presente discussão só tende, especialmente, a tornar mais exequível a Proposta do Governo. Em primeiro Jogar desejo fazer uma declaração; ninguém tem mais sinseros desejos de que se faça íi linha de ferro daqui a fronteira cie Hespanha, do que eu. Não haveria sacrifício que eu não íiscsse ou aconselhasse > para isso se conseguir, mas lia de ser a linha de-forro que nos ligue com a lítiropa, isto e a linha Peninsular. Uma pequena linha de ferro, só dentro cio nosso Paiz, não importaria nada, nem tã° pouco daria resultado algum, li, porlantOj para a linha Peninsular, Sr. Presidente, que devem tender todos os nossos esforços e sacrifícios, isto e, para a construcção cie unia linha do ferro, que nos ponha em co mm u meação c contacto irmriedialo com n Europa; o mais de pouco ou nada, serve. O contrario e o mesmo que vestir a um homem, cheio de farrapos uma casaca muito rica, mas, como todo o outro fato está rolo, não passa de esfarrapado. Entrarei agora propriamente ria matéria do Requerimento.

O Sr. José Maria Grande disse quo o meu Requerimento importava o Adiamento do Parecer da Corn missão sobre a Proposta do Governo ; esta asserção tio" illust.re Deputado não o' exacta: o meu Requerimento não importa o Adiamento, nern do .Parecer da Commissão, nem da Proposta do Governo. Tanto a Proposta do Governo conío o Parecer da Com missão Apodem entrar ein discussão sem que o Requerimento obste a isso. O llequerimeiil.o não tende senão a faz o r que o Cio v cru o mande executar uni trabalho indispensável para poder contracta r corn algum conhecimento de causn, porque o Governo sem esses dados vai contractar ás cegas. Nos outros Paizes quondo se tracla de objectos desta ordem, não se procede scín se conhecer sobro que bases se pôde contractar. Alem das Cornrnissòes de Inquérito para conhecer das vantagens e inconvenientes do problema que se quer resolver, manda-se de mais a mais proceder aos estudos e trabalhos necessários para esclarecer a questão.