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O Sr. Presidente: — Responderão quando julga-rcrn a propósito.

O orador: — Não acceitam ?... Oh ! Sr. Presidente!... Isto e' muito serio! Isto e' irnmensamen-te serio, Senhores! (apoiados) T t acla-se aqui de nada menos do que da votação de um tributo... Confesso, que não comprehendo esta resistência em senão responder a uma pergunta tão simples....

O Sr Ministro do Reino : — Eu entendo que e muito rnais conveniente responder ao nobre Deputado, e acabar com e?ta queslão, que estar corn esta insistência continuada, assim e que a questão e' interminável: eu entendo que é contrario ao regimento, rnas peço a V. Kx.a consulte a Camará, porque é preciso que acabemos de uma vez com esta discussão.

O Sr. Presidente:— Eu consulto a Camará.

A Cômoro annuiu.

Ò Sr. Ministro do Reino : — Sr. Presidente, o Governo acceita n explicação dada pelo Sr. Relator da Commissão Especial, e eu desenvolverei mais este negocio quando tiver a honra de fatiar.

O Sr. /ivila: — A resposta do Sr. Ministro é tão terminante, que não pôde dar logar a hesitações; eátou satisfeito. E até desisto do projecto, que tinha t3e pedir, que elle fosse consignado na acta.

O Sr. Ministro do Reino: — Sr. Presidente, o nobre orador que acaba de preceder-rne, tendo fallado por espaço de oito horas ern duas Sessões consecutivas, colloca-me n'uma posição bastante difficil. A opposição, Sr. Presidente, accusa o Governo de tendências para o despotismo, mas o Governo, e a maio-r a acabam de ser victirnas do despotismo oratório, exercido pelo Sr. Aguiar com grande detrimento da Nação, a qual nenhum proveito tem a esperar d'urn tal procedimento; (viços apoiados) na minha opinião o Governo Representativo bem longe de tirar vantagem de discussões, que se perlendem tornar eternas, só terá de sofTrer doscredito; espero portanto que si.milhíinte abuso senão repila; as conveniências publicas o reprovam: (apoiados gcrnesj uma matéria tão grave, corno a que actualmente occupa o parlamento, não pôde deixar de ser traclada corn toda a seriedade, nem deve ser permittido o estylo jocoso por vezes empregado pelo orador que me precedeu ; (apoiados) em muitos p- ntos S. Ex.a aberrou da questão, e nessas oceasiòcs piincipalinente é forçoso reconhecer que o Sr. Deputado não foi feliz, (riso)

Não trago luz á discussão, e ninguém no estado em que rne acho, poderia avnnçar tal, não só porque a discussão lern logar ha muitos dia?, mas lambem porque m lia teern tomado parte oradores muito conspícuos de ambos os lados da Camará; entro n.i dis-cus-ào forçado pela minha posição de Ministro, e pela necessidade de dar explicações não só sobro a matéria em geral, mas, e principalmente sobre o decreto da inslrucção publica, que mereceu ásperas censuras da parle de um meu amigo, censuras tanto mais ásperas, e tanto runi» dignas de explicação, quanto foram acompanhadas de unia nccusação das ínais fortes que se podem faxer a um Ministro, e que segiiíi

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cusação além de injusta, é deslocada, por ter vindo do meu amigo, de quem esperava bem diflferentetra-ctamento.

O Sr. /. M. Grande: — Não tive intenção de ofíender.

O orador: — Sr Presidente, a necessidade de dar explicações neste ponto urgia, tanto mais que uma tal nota se pertendeu também fazer recair sobre os meus collegas por haverem referendado um decreto que talvez nern tivessem lido; bem pelo contrario espero mostrar que o Governo tractou o importante negocio da instrucção publico com perfeito conhecimento de causa. Sinto rnuito ter de dizer que o meu nobre amigo faltou á promessa que fez quando entrou na analyse dos actos do Governo, porque se foi severo em demasia, deixou de serjusío, e Deos me livre de ser julgado por juizes que estejam dominados de uma paixão igual á que mostrou o Sr. Deputado, (apoiados)

Fortes devem ser os motivos que hoje imperam no animo de S Ex.°; o ministério que ainda ha pouco lhe merecia a mnior confiança, merece-lhe hoje a maior execração; ( apoiadas) admira-me muito que o nobre Deputado accuse o Governo de tendências para o despotismo, declarando aliás que era composto de homens que antes se deixariam fazer em pedaços do que deixar pe.rig.ir a liberdade, (apoiados ge-raes)

Despotismo na nossa terra ! Despotismo na nossa terra ! E impossível depois das leis do Imperador; concordo nesta parte com o Sr. Almeida Garrei t, que com razão disse, que quebradas as columnas, destruídos os collosos que sustentavam o despotismo, não era possível restaura-lo em Portugal; (ap'>i

Admitlido porém, mas não concedi.io, que a liberdade lenha do morrer na nação vi-inh.i, ainda asjiin renhum meio ha para que o njs-sino aconteça na nossa pátria — longe v.ii a época cm que Portugal era um authomato em política, e seguia á risca os movimentos de liespanha ; (apoiados) eu me vanglorio de ser o primeiro Ministro, que obstei, a iss>o, conjunctamente com os meus collegas, corn quem tive a honra de servir, (viços apoiados)

Urn Sr. Deputado (o Sr. Garrclt) para demonstrar as tendências do gabinete pnra o despotismo recorreu, primo) á marcha seguida pelos Governos em differentes períodos em que a liberdade deixou de existir entre nós — secundo^ á circumstancia de existirem hoje três fjertendentes ás Coroas de Portugal, Hespanba, e França — parece-me porém não dever merecer a menor consideração o que se ha dicto — por quanto tendo p Sr. Deputado fundado toda a