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Discurso que devia ser transcripto a pag. 817, col. 3.ª, lin. 86.ª do Diario de Lisboa, na sessão de 24 de março

O sr. J. T. Lobo d'Avila: — Continuando nas reflexões que antes de hontem comecei ácerca da questão que se agita actualmente, não me posso dispensar de fazer uma pequena rectificação, porque me parece que algumas das palavras que proferi não foram bem entendidas.

Em primeiro logar tenho que precisar bem o motivo por que perguntei ao sr. ministro da fazenda se as declarações que tinha feito eram em nome do governo, ou em seu nome.

Fiz esta pergunta a s. ex.ª, porque se elle me respondesse em seu nome, e que não tinha tido tempo de consultar os seus collegas a este respeito, então, eu ficava inhibido de fazer qualquer reflexão ácerca da questão da responsabilidade solidaria do ministerio, e aguardava para quando s. ex.ª estivesse habilitado a responder-me ácerca do modo por que os seus collegas, presidente do conselho e o sr. ministro das obras publicas entendiam a questão do orçamento.

Como s. ex.ª não respondeu, fui obrigado a encarar a questão como ella o deve ser; por isso disse que o orçamento era da responsabilidade solidaria do governo, e que o ministerio tinha sido recomposto, como effectivamente foi, porque o sr. duque de Loulé declarou que o considerassem ou como novo ou como simplesmente recomposto, ao sabor de quem lhe quizesse dar uma ou outra interpretação.

Portanto estou no meu direito em considerar o governo recomposto, mesmo porque não appareceram no Diario os decretos de demissão do sr. presidente do conselho e do sr. ministro das obras publicas, e n'esse caso os nobres ministros que se associaram aos meus dois antigos collegas, que ficaram no gabinete, partilham essa mesma responsabilizar de, visto que o ministerio não soffreu senão uma recomposição; e tanto mais que ficou o sr. presidente do conselho, que representa o pensamento e a politica do governo (apoiados).